10351654_10204048162230157_4810973102747430345_n

A primeira nadadora da Seleção Brasileira a anunciar aposentadoria em 2014 é Ana Carolina Araújo Santos, 23 anos, atleta do Corinthians que usou o Facebook para fazer um agradecimento público a seus treinadores, colegas, clubes pela carreira que decidiu encerrar.

Ana Carolina foi revelada no Corinthians onde chegou a Seleção Brasileira pela primeira vez. Esteve no Campeonato Mundial Júnior de 2008 em Monterrey no México onde foi semifinalista da prova dos 100 livre terminando em 15o lugar com 58:02 depois de um 57:77 nas eliminatórias. Ela ainda esteve nos três revezamentos do Brasil 4×100 e 4×200 livre e o 4×100 medley. O melhor foi no 4×100 livre onde as meninas do Brasil ficaram na nona colocação perdendo a vaga da final para o Japão.

Equipe do Brasil para Mundial Júnior 2008.

Equipe do Brasil para Mundial Júnior 2008.

Além do Corinthians, Ana Carolina teve passagens pelo Pinheiros, Flamengo, Minas Tênis Clube e retornou nesta temporada ao time que lhe revelou. Durante os anos que defendeu o Pinheiros, ingressou na equipe da Southern Methodist University, uma das principais forças femininas da natação universitária americana.

Seleção Brasileira Feminina para o Pan 2011.

Seleção Brasileira Feminina para o Pan 2011.

Seu melhor momento na carreira veio também com a maior decepção. Foi no ano de 2011, convocada para integrar o revezamento 4×200 livre feminino do Brasil nos Jogos Pan Americanos, Ana Carolina foi cortada da delegação junto com Rodrigo Castro a poucos dias do início da competição. A equipe já estava toda concentrada no treinamento de altitude em Las Lomas antes de viajar a Guadalajara quando a organização da competição obrigou uma redução no número de participantes. O Brasil foi obrigado a cortar dois de seus atletas e Ana Carolina foi um deles.

Ana na equipe da SMU.

Ana na equipe da SMU.

Ana Carolina esteve nas duas recentes conquistas do Corinthians este ano. Esteve no Maria Lenk onde o clube chegou ao título depois de 48 anos, mas sem chegar as finais. Seus tempos 27:52 nos 50 livre, 58:54 nos 100 livre, 2:07:57 nos 200 livre e 4:35:27 nos 400 livre ficaram aquém de suas expectativas. As marcas melhoraram duas semanas depois onde foi importante na conquista do Brasileiro Senior no Rio de Janeiro, Ana Carolina nadou para 27:18 nos 50 livre, 58:12 nos 100 livre, 2:05:95 nos 200 e 4:30:28 nos 400.

Seus tempos ainda são do ano de 2009 quando chegou a 26:00 nos 50 livre, 56:17 nos 100 e 4:24:63 nos 400. Exceção para os 200 livre de 2011, onde com 2:02:85 ganhou vaga na equipe principal do Brasil do 4×200 livre e talvez a melhor performance da sua carreira.

Integrante da equipe da Copa Latina em San Marino 2011.

Integrante da equipe da Copa Latina em San Marino 2011.

“Aposentada” aos 25 anos de idade, Ana Carolina de Araújo Santos fez um emocionado relato de sua carreira postado esta manhã no Facebook e que vale a pena ser lido.

Pendurei o maio!
11 de junho de 2014 às 00:00
Acredito que há um bom tempo venho planejando como seria esse momento, como seria dizer adeus às piscinas. Faltava coragem, porque a paixão e o brilho pela natação eu perdi em outubro de 2011. Sempre achei que colocar o que estamos sentindo pra fora é a melhor forma de enfrentar as nossas frustrações e virar a página. Por isso, hoje venho por meio desta mensagem dividir com as pessoas que sempre torceram por mim e, por menor participação que seja, participaram da minha vida e que de certa forma deixaram algum legado em mim.
Minha carreira sempre foi marcada por muitas disputas e superações. Nenhuma prova nunca foi fácil, eu nunca cai na água com a certeza que venceria, porque graças as minhas concorrentes, eu saía das competições, sendo estas boas ou ruins, sabendo que no próximo campeonato teria que estar mais forte. Porque elas estariam e queria sempre estar em condições de disputar a prova. E dar aquele gostinho para o público da dúvida de quem ganharia. As disputas com a Aline e a Carol, nos campeonatos paulistas foram as que mais me marcaram, porque sempre tivemos uma relação mútua de respeito e amizade. Até então acredito que a minha relação com o esporte era saudável. Ainda era uma brincadeira que no final das contas dava certo. Ainda me divertia com isso.
A obsessão veio em 2006, quando coloquei na cabeça que até o final do ano pegaria seleção brasileira para o Multinations. Ali seria a minha última chance de participar desta competição. Foi quando procurei a Dra Ana Lucia, no HC, para análise dos meus exames de sangue e ver se estava com falta de nutrientes. Este foi o primeiro passo, o segundo foi a obsessão pelos meus objetivos e disciplina. Muita disciplina. E claro, um técnico que me desafiasse a cada treino, o Carlão! E a equipe que estava comigo naquele ano, o juvenil. Que ano nós tivemos!! Obrigada galera!
Graças a Deus tive agradáveis surpresas naquele ano, tudo deu certo. Superei uma lesão nos ombros, e ao invés de pegar a seleção pelos 100 livre, peguei nos 200 livre. Ali começava uma prova nova para investir. Outra surpresa foi pegar a minha primeira seleção com a minha Irma. Foi mágico. Obrigada Xulis pelo apoio de sempre. Te amo. Obrigada Matheus pelas palavras de superação. Te amo.
Em 2008, mais um desafio. Índice para o mundial Júnior. E a obsessão aumentando cada vez mais. Na maioria das vezes era a primeira a chegar ao clube, e a última a sair por diversos dias para aperfeiçoar meus fundamentos. Chegava em casa e ficava Analisando vídeos de grandes atletas. Ficava ansiosa pelos 30×100 ou pelas intermináveis series de resistência anaeróbica. Quantas vezes eu não repeti essa serie? Teve uma vez que ao invés de 9 tiros como era tradicionalmente, eu fiz 15 porque o Carlos queria melhor e sabia que poderia ser melhor. Eu parava e ele me mandava repetir. E assim foi até os 15. Os desafios propostos pelo Carlos, que ele sempre achava que eu estava cansada o bastante para alcançá-los e acabava conseguindo. Ele ficava bravo e feliz. Bravo porque eu liberava todo mundo do treino. Feliz porque o tempo tinha sido bom. Estávamos no caminho certo. Obrigada Carlos, por ter me feito acreditar nos meus sonhos. Eu acho que foi difícil tomar essa decisão, porque você me fez acreditar que era possível. Você mandava eu fazer, e eu fazia. Era mágico.
E o Mundial Junior chegou, não pelo índice individual. Mas pelo revezamento, quem me conhece sabe que sempre adorei nadá-lo, principalmente se fosse pra abrir ou fechar. Fui semifinalista nos 100 livre. Minha prova favorita. Parecia que tinha feito mágica. Nadar pra mim sempre foi mágico, nunca precisei pensar pra fazer o certo. Era automático. Foi mágico e automático ate 2011. Sempre treinei bem e chegava nas competições e conseguia colocar em pratica.
A troca de clube para o Pinheiros em 2009 me abriu a mente e ali descobri que eu realmente poderia ser boa na água. Treinar e conviver com a Flavinha, Momo, Gabi Silva, Gabriel Mangabeira, Bruno Fratus e até o Cesão por um curto período de tempo me fez entender o que era preciso para chegar as Olimpíadas. Disciplina ao extremo e querer muito mais do que os outros. Porque nadadores todos que sabem nadar, são. Mas atletas, poucos são. E poucos têm a consciência de que existe essa diferença.
A ida para a SMU me fez entender como a força de um time influencia nos resultados da equipe. Ali me tornei uma pessoa independente. E descobri que meu caráter estava formado e os valores ensinados pelos meus pais já faziam parte de mim. A decisão de voltar pra casa foi mais difícil do que a de ir, mas tinha certeza que ali o sonho olímpico não aconteceria, por uma serie de fatores. Pra felicidade do Waltão, voltei. Obrigada pai por me incentivar, por me apoiar em todas as decisões, e por querer a minha felicidade não importando nunca os meus resultados. Você só me perguntava se eu estava feliz porque assim você também estaria, e que se eu não estivesse satisfeita, o que teria que fazer para alcançar os resultados. E ter atitude. Sempre. E ser grata por tudo o que eu já havia conquistado.
Voltei muito determinada, mais focada, obsessiva do que nunca. Se me chamassem para ir ao cinema em um sábado a noite, eu não ia. Porque tinha treino na segunda feira. Quem me conhece sabe que eu adoro me arrumar e dançar (ou então mexer o corpo. rs), e de salto alto. Sempre gostei. Foram pouquíssimas as vezes que sai aquele ano. A dedicação era total. Consegui emagrecer o que tinha engordado, estava magra e forte. Confiante com meus treinos. Abaixei meus tempos. A convocação saiu e estava perto de cumprir com uma promessa que tinha feito para o meu pai um ano antes: Brincava que seria a musa do Pan. A parte da musa sempre foi brincadeira, mas a ida ao Pan mexia tanto comigo que mesmo antes de sair a convocação já sonhava que estava abrindo o revezamento para o Brasil.
Poderia ter nadado muito bem, estava pronta. Mas fui cortada porque a organização cortou todos os atletas da vila que iam só para nadar os revezamentos. Porque não haveria espaço na vila dos atletas, que havia sido construída para isso. Não, eu não sabia que poderia ser cortada quando a convocação saiu como já vieram me perguntar. Fiquei sabendo pelo blog do coach uma semana antes de viajar. Naquela semana treinar foi difícil, mas consegui manter a qualidade deles. Uma semana depois viajei com a seleção com a garantia de que os responsáveis pela seleção brasileira estavam fazendo de tudo para que o pior não viesse a acontecer, mas aconteceu. Fui cortada. Chorei muito, mas tinha que fingir que estava tudo bem afinal de contas não queria deixar um clima ruim, os outros ainda iam competir. Mas eu estava péssima. Pensei em parar ali e de fato fiquei uma semana afastada.
Na época, meu técnico, o Amém me disse que estaria no meio de um ciclo já que vinha treinando extremamente bem. Por fim, o ano acabou. Sai de férias. Esfriei a cabeça. Ao voltar a piscina do Pinheiros senti que precisava mudar de ambiente para conseguir continuar. Obrigada Pinheiros pela oportunidade de fazer parte do time. Valeu Albertinho.
Fui para o Rio de Janeiro, nadar pelo Flamengo e treinar com o Marcão, que além de ser um bom técnico éramos muito parceiros e já tinha dado certo uma vez, um paizão que gritava na borda da piscina. Do jeito que eu gostava. Tudo do jeito que eu queria, achei que tudo ficaria bem. Que a confiança que ele tinha em mim e no meu talento, pudesse recuperar a minha autoconfiança e voltar a ser a Ana Santos de sempre. Mas isso não aconteceu. Cheguei a anunciar ao clube que pararia de nadar e durante umas duas semanas não fui treinar. Quando voltei, não conseguia terminar os treinos. Saia no meio deles e ia embora. Obrigada Nandão, Luis, Dinha, Marcao, André, Priscila, Juvenil, Raldrei, Bernardo, Dani, Duda… Obrigada família Flamengo.
O prazer tinha ido embora. Ia para cumprir com as minhas responsabilidades e pela esperança de me apaixonar de novo pelo esporte. Isso não aconteceu. Apaixonei-me pela cidade, pelas pessoas, mas não pela natação.
Insisti mais um ano, no Minas Tênis, um técnico experiente. Excelente estrutura, cidade boa. Obrigada Minas Tênis pelo acolhimento. Obrigada Vacca e Scott. Consegui estudar. Morei com 2 anjinhos, a Laris e a Dands. Treinei com a Manu de quem sempre fui fã. Obrigada meninas, vou levar vocês pra sempre no meu coração. Mas de nada adiantava o exterior estar perfeito se eu não estava bem. E agora além de emocionalmente mal, a cada 2 ou 3 meses ficava doente, perdia alguns dias de treino. Tomei antibiótico muitas vezes.
Conclui que estava na hora de voltar pro colinho da mamãe, para a minha cama, pra minha piscina. Quem sabe não me apaixonaria de novo? Obrigada mãe pelo apoio de sempre e por me amar tanto. Eu também te amo muito.
Graças a Deus tive um anjinho no caminho. O Serjão! Queria ter tido a oportunidade de ter treinado com ele antes na minha carreira, alem de um excelente técnico é uma excelente pessoa. Eu estava apaixonada pela minha equipe este ano. Obrigada timão! Obrigada Serjão pela paciência e por acreditar em mim. Ju Kury, obrigada por ter tido a oportunidade de ter você como companheira de treinos e de revezamentos e porque quando eu mais precisei de ajuda, você estava lá. Com a melhor e mais completa preparação física que eu já fiz.
Nos resultados de um atleta existem vários fatores e varias pessoas envolvidas, ao comer um chocolate que seja ficava com o peso na consciência sim, porque não era só o meu trabalho que eu colocaria a prova ao competir. Era o trabalho do meu técnico envolvido, da preparação física, da minha nutricionista, dos médicos que cuidavam de mim e do psicólogo. Sentia-me irresponsável quando saia da dieta. Não sei ate que ponto isso era saudável. Mas ser atleta inclui muitas responsabilidades, e acredito que a mais difícil delas não é cumprir com os horários e treinos, é ser fiel a quem esta ali por você, como um parceiro. O técnico não é nada sem os atletas e nós atletas não somos nada sem nossos olhos, nossos respectivos técnicos. Sai da dieta é um exemplo ínfimo em pequenas atitudes que temos no nosso dia-a-dia, e essas pequenas atitudes afetam o trabalho de muitas outras pessoas.
Em casa comecei a notar as atitudes que vinha tendo não coincidiam com as que eu já tive quando morava em casa. Eu sou outra. Mais madura. Mais responsável. Ainda com muitas perolas. Mas…menos decidida. Em dúvida. Sofrendo e chorando muito. Era pra eu estar feliz, estava em casa, no meu clube de coração, na faculdade que eu tanto persegui. A PUC, por 3 estados. Mas eu não estava feliz.
Percebi que estava indo aos treinos para cumprir com as minhas responsabilidades, porque queria fazer muito o máximo de pontos possível para o clube que me fez atleta, e que lutou muito como equipe para ter sido campeão do Maria Lenk esse ano. Parabéns a todos os atletas e comissão técnica. Foi mais do que merecido, torço para que esse seja apenas o começo. Ia aos treinos pelo Serjão, pela equipe. Não por mim. Eles acreditavam em mim. Eu não. Já não acreditava há algum tempo. E mesmo assim estava treinando bem de novo e magra. Mas nada deu certo. Perdi pra mim mesma na competição. Para a minha insatisfação de estar ali e ter que competir. Não me divertia mais competindo. Estava me sentindo deslocada no Maria Lenk. Apesar de estar em casa e fazendo meu grito de guerra favorito “O baruê”
Pedi para não ir ao Brasileiro no Rio de Janeiro porque não queria passar vergonha de novo. Mas neste campeonato qualquer ponto faria a diferença. E graças a Deus, eu fui. A minha ultima prova não poderia ter sido diferente. Fechando um revezamento pelo Corinthians. Com um bom tempo, boa técnica e muita vibração.
Voltei das férias, durante uma semana tudo parecia como a “nhaca” do começo de temporada. Mas na outra segunda, durante uma reunião com a equipe sobre os desafios da temporada. Senti-me deslocada. Me vi sem objetivos. Coloquei o maio, não me reconheci no espelho. Não era mais eu. Cai na água, nadei 600 metros, e sai correndo. Chorando. Que desespero. Não desejo isso a ninguém. Ali havia encerrado a minha carreira. Cheguei no meu limite psicológico, pelo menos. Faz umas duas semanas.
Meus sonhos são outros. Quero ser uma pessoa normal (dentro do possível). Acho que já queria há algum tempo, só não tinha consciência disso. Já sinto saudades das coisas boas, da mágica que era fazer um treino bem feito, de sentir a sensação de dever cumprido, da satisfação em servir ao meu país, das dores dos treinos. E ai vinha me perguntado se foi o momento certo, e sempre chego a conclusão se o que me deixaria feliz e realizada eram apenas bons resultados. E se estaria disposta a voltar a ter a obsessão que tinha nos meus bons tempos. E a resposta é não. A cada ano, mais velha, mais cuidado. Achava que era brincadeira dos meus companheiros mais velhos. Mas não recuperava como antes, precisava dormir mais e melhor. Pra isso teria que abrir mão de mais coisas para ter a chance de melhorar. Abrir mão dos meus estudos, por exemplo, que é o que vinha me dando prazer ultimamente. Não quero ter que treinar com febre, com dor de garganta e a ultima que minha saúde me aprontou foi treinar com fortes dores de barriga. Não quero mais isso. Atletas não tem o direito de ficar doente.
Não, não estou disposta a continuar abrindo mão de ser livre. Estou sendo fiel as minhas atitudes e tomei uma decisão, fiz uma escolha. Ficar em cima do muro, na dúvida, foi o pior momento. Esses três meses foram de muita insônia. Agora estou bem, estou leve, feliz. Aprendendo a tocar piano. Jogando basquete pela faculdade. Indo a academia. Pretendo lutar Muay Thai. E o meu segundo semestre será dedicado a ficar regular na faculdade com relação às matérias que faltam para me localizar no 4 semestre de administração.
Agradeço a natação pelos amigos, pela disciplina, pelos valores que aprendi, pela teimosia que tive que ter, pela paciência, pela oportunidade de estudar na SMU, de representar o meu país. De ter conhecido vários lugares, e de ter morado no Rio de Janeiro. Descobri que sou carioca de coração.
Mas nem só de coisas doces a natação é feita. Tenho o maior orgulho em dizer que nunca usei nada ilícito. Nunca experimentei drogas ilícitas. Alias este é um assunto que posso afirmar que o meio do esporte é tão antiético como o que venho acompanhando pelos jornais. Isso me decepcionou muito. A partir do momento em que deixei a minha inocência de lado e abri os olhos, me surpreendi negativamente ao descobrir como que alguns nadadores vêm “relaxando”.
Outra decepção, foi descobrir há pouco tempo que algumas equipes do Brasil se hospedaram em hotel durante o Pan. E que camas na vila, ficaram vazias. Como você se sentiria no meu lugar?
Não quero mais que o cumprimento das minhas metas dependa da política de novo. Outro motivo para me distanciar disso.
Obrigada a todos os técnicos que me ajudaram a construir a minha carreira. Obrigada a todos os médicos, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas, aos meus ex companheiros de treinos, a todos os envolvidos na manutenção das piscinas por onde treinei. E principalmente aos amigos que fiz por onde passei. E a minha família serei eternamente grata por todo o apoio. Por todo amor dedicado a mim e ao esporte. Bira, meu primeiro técnico, sempre levo suas palavras dentro do meu coração. Você é o melhor técnico de base que existe! Obrigada.Agora começo a tomar um novo rumo na minha vida. Fora do esporte de alto rendimento que deixou de ser saúde há muito tempo. Agradeço a Deus por tudo, mas principalmente pelo talento e pela oportunidade que tive de viver tudo o que eu vivi.
Estarei sempre torcendo pela natação brasileira, em especial por aqueles nadadores que são atletas de verdade e são fiéis as suas escolhas. Aos técnicos que sempre agem com ética e respeito com seus atletas. Aqueles dirigentes e árbitros que cumprem o seu papel de forma exemplar.
Agora àqueles, que de certa forma agiram de má fé ao longo da minha carreira, ou até mesmo com alguns colegas, e agiram de maneira antiética com atos e consumindo drogas ilícitas conscientemente para melhora de desempenho, pra mim é a mesma coisa que roubar; o tempo se encarrega de tudo. Não faça com os outros o que não gostaria que fizessem com você. Ate porque tudo o que vai, uma hora volta. E a sociedade de um modo geral, veem os atletas como exemplo. Seja um exemplo para as pessoas que estão ao seu redor.
O esporte é a melhor maneira de educar as crianças, ensinando a competição saudável, os valores de respeito, o que é ética, a chance de uma vida melhor, porque felizmente hoje o esporte vem sendo mais reconhecido. Não que já esteja bom, mas hoje proporciona ótimas oportunidades de crescimento pessoal, e de estudar em excelentes universidades tanto americanas, como ajudar a pagar faculdades no Brasil que dão bolsa pelo esporte.
A maioria das pessoas vem escrevendo sobre as coisas boas do esporte, de fato, ainda existem mais coisas boas do que ruins. No entanto, espero que essa mensagem de certa forma sirva para que as coisas ruins possam ser enxergadas por mais pessoas e que tomem consciência de seus atos para que seja possível melhorar. Nada é perfeito. Sempre existe algo que possa ser melhorado. Se for pra fazer alguma coisa mais ou menos como eu vinha fazendo, prefiro ser 100 % em outros objetivos que não seja necessária tanta entrega. Porque eu não sei me entregar mais ou menos. Sempre me jogo de cabeça nos meus planos.
Que 2016 eu veja muitos companheiros dando orgulho ao nosso país! Bons treinos galera!
Beijos
Ana Santos

2 respostas
  1. Marcão
    Marcão says:

    Ana, nunca tive a oportunidade de conhecê-la pessoalmente, mas quero dizer que me identifiquei com você em 99% do seu texto. Me emocionou demais! Sucesso em sua nova empreitada. Que Deus esteja contigo.

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário