O quarto dia de finais dos Jogos Olímpicos da Juventude, que termina nesta sexta em Nanjing, na China, novamente entrou para a história da natação brasileira com o carioca Matheus Paulo de Santana conseguindo sua segunda medalha na competição e a primeira em provas individuais. Acompanhe prova por prova:
FINAL 50 LIVRE MASCULINO
O chinês Hexin Yu pode sair de Nanjing quase como um herói. No primeiro dia conseguiu o ouro no revezamento 4×100 livre misto, no segundo dia a equipe da China foi desclassificada do 4×100 livre masculino – com boas possibilidades de ouro – e hoje pela manhã bastavam apenas se classificar no 4×100 medley masculino, mas novamente foram desclassificados. Com 22.00, 18o. tempo do ranking mundial absoluto, ganhou de lavada do brasileiro Matheus Santana, que marcou sua segunda melhor marca pessoal, 22.43, seguido de Dylan Carter, atleta de Trinidad e Tobago, com 22.53. Dylan e Yu ainda irão fazer outro grande duelo na finalíssima dos 50m borboleta amanhã, onde apenas 1 centésimo os separaram durante a fase semifinal. E amanhã pela manhã, os 3 estarão novamente n’água para disputar o ouro dos 100m livre, agora com uma melhor vantagem para o brasileiro, onde numa comparação grosseira na única vez que se enfrentaram antes, no 4×100 livre misto, Yu marcou 48.61 na parcial e Matheus fez um excepcional 47.73, ambos como 3o. atleta da equipe.
SEMIFINAL 50 COSTAS FEMININO
A paulista Natalia de Luccas tentou mas ficou fora da final, melhorando os 29.51 obtidos nas eliminatórias para 29.40. Se tivesse nadado para sua melhor marca, 29.21, feita em abril desse ano no Troféu Maria Lenk, estaria na final. O melhor tempo da final foi da neozelandesa Gabrielle Fa’Amausili, com 28.78, a segunda mais nova na final: a mais nova é outra neozelandesa, Bobbi Gichard, 5o. tempo da final.
FINAL 200 PEITO MASCULINO
Primeira medalha do Japão, e numa prova que fez o país reconhecido como o melhor produtor de peitistas do mundo. Ippei Watanabe, atual recordista mundial junior da prova, fechou 1 segundo melhor que o venezuelano Carlos Claverie – que liderou a prova até os 165 metros, e venceu com 2:11.31 contra 2:11.74 de Carlos, que ainda quase foi ultrapassado pelo russo Anton Chupkov, que completou o pódio com 2:11.87. O paranaense Andreas Mickosz piorou sua marca das eliminatórias, 2:16.62, e terminou em 8o. com 2:17.17 (30.45, 1:05.19, 1:40.36).
FINAL 50 BORBOLETA FEMININO
Aqui começa o dia russo: Rozaliya Nasretdinova venceu com boa vantagem os 50m borboleta, 26.26 contra 26.62 da suíça Svenja Stoffel, um novo recorde mundial júnior. Completou o pódio a eslovaca Nastja Govejsek, com 26.70. A mais lenta no tempo de reação com 0.75, Giovanna Diamante fez a 11a. final do Brasil na competição numa prova em que surpreendeu na velocidade fazendo 27.05 nas semifinais (3a. melhor marca do Brasil na temporada), terminou em 8a. com 22.40. Antes destas marcas, Giovanna tinha como melhor marca 27.88 do Troféu José Finkel do ano passado.
FINAL 50 COSTAS MASCULINO
Mais um ouro para a Rússia, agora com Evgeny Rylov, que inexplicavelmente tem absurdos 0.20 colocado em seu tempo de reação, também venceu com certa facilidade com 25.09 contra 25.44 do grego Apostolos Christou e 25.47 do italiano Simone Sabbioni. Evgeny já era o campeão dos 100m costas com 54.24 e agora tenta a trinca dourada do estilo na sexta-feira quando nadará os 200m costas. O paulista Vitor Guaraldo dos Santos terminou em 6o. com 25.85, piorando 6 centésimos de sua marca nas semifinais e infelizmente acima de sua melhor marca pessoal de 25.45, o que lhe daria ótimas chances de disputar a prata ou bronze. Tirando isso, ele ainda nadou sob a sombra da decepção de ficar de fora do revezamento 4x100m medley masculino pela manhã por causa de uma palhaçada que envolveu segurança, seleção brasileira e organização da competição (leia mais sobre o assunto aqui e aqui), onde teria outra chance de medalhas. Mesmo assim, Vitor ainda segue como o 2o. melhor atleta da prova no país, 4 centésimos atrás do veterano Guilherme Guido. É a 12a. final do Brasil.
FINAL 100 PEITO FEMININO
Ruta Meilutyte consagra-se como a mais completa nadadora da história, com vitórias em todos as competições possíveis que disputou. Sob olhares descontraídos de Chad Le Clos, embaixador da juventude do COI, Ruta cumpriu o protocolo e venceu facilmente sua melhor prova com 1:05.39, bem próximo da melhor marca do ano que é dela mesma conseguida 15 dias atrás, em Sheffield, com 1:05.21. Acabou a premiação, Ruta correu para o aeroporto pegar o avião para Berlim, onde, ufa, disputa o Campeonato Europeu na prova de 50m peito. Completaram o pódio a chinesa Yun He com 1:07.49 e a ucraniana Anastasiya Malyavina com 1:08.16. Tirando a chinesa, a final desta prova foi formada só por atletas européias.
SEMIFINAL 50 BORBOLETA MASCULINO
Mais um duelo entre Hexin Yu e Dylan Carter, que nadaram na raia 4 de cada uma das semifinais. Recém saídos dos 50m livre, eles avançaram para a final com 24.03 e 24.04, seguidos pelo russo Aleksandr Sadovnikov, com 24.09. Um contraste: enquanto Yu tem 18 anos, outro chinês na final Zhuhao Li tem apenas 15. Seis dos finalistas tem 18 anos.
FINAL 200 LIVRE FEMININO
Mais uma dobradinha chinesa para o delírio da arquibancada: Duo Shen, 1:56.12, e Yuhan Qiu, 1:56.82, alternaram-se na disputa pelo ouro. O tempo de Duo é a 7a. melhor marca do ranking mundial da temporada e este é o sexto ouro da China na competição de natação. Duo, campeã dos 100m livre com 53.84, é responsável direta por 4 destes 6 ouros. Completou o pódio a australiana Brianna Throssell com 1:58.57.
FINAL 4X100 MEDLEY MASCULINO
Fechando o dia russo, outro ouro para eles, meio que caindo no colo, já que dois dos favoritos não participaram: Brasil, porque segundo o Comitê Olímpico Brasileiro a comissão técnica perdeu o prazo para confirmar o revezamento, e a China que foi desclassificada nas eliminatórias. Foi uma vitória de ponta a ponta com 3:38.02, seguido da Alemanha com 3:39.30 e da Austrália com 3:40.68. Tempos expressivos foram a abertura de revezamento russo com Evgeny Rylov, 54.31 (ele tinha feito 54.24 para vencer a prova individual), e as parciais de borboleta do russo Aleksandr Sadovnikov (53.24), do australiano Nicholas Brown (53.35) e do sul-africano Joshua Steyn (53.55).
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