Um dia histórico, com marcas expressivas, concluindo o domínio chinês da competição e fechando seis dias que apresentaram ao mundo – mais uma vez – alguns dos nomes que você verá em destaque daqui em diante em campeonatos mundiais e olimpíadas. Nove finais fecharam o último dia dos II Jogos Olímpicos da Juventude, que encerrou a disputa de natação nesta sexta, em Nanjing, na China.

50 LIVRE FEMININO

A russa Rozaliya Nasretdinova venceu e convenceu com 24.88, melhorando sua marca do campeonato russo realizado em maio deste ano com 24.95, e ainda é a melhor russa no ranking mundial da prova. Rozaliya termina sua participação com dois ouros (ela foi campeã dos 50m borboleta) e uma prata (4x100m livre feminino). A medalha de prata ficou com a australiana Ami Matsuo com 25.27, aliás sua primeira e única medalha em prova individuais, já que acumulava 3 bronzes só em provas de revezamento (e mais adiante conquistaria o 4o. bronze no 4x100m medley misto), seguida de outra russa, Daria Ustinova, com 25.56, tirando do pódio a segunda e última chance da atleta de Luxemburgo, Julie Meynen, conseguir também entrar na história do seu país como a primeira medalhista em natação da história, feitos que aqui foram conquistados por El Salvador e Vietnã.

200 COSTAS MASCULINO

Assim como Hexin Yu nos 50m livre, foi uma grande surpresa a vitória de Guangyuan Li em cima do russo Evgeny Rylov, que deixou escapar por pouco a trinca de ouro no nado costas, onde seria o único a conseguir tal feito. Foi uma prova dominada pelos dois atletas desde o início. O russo forçou mais a passagem do 100 para os 150 metros e isso lhe custou a vitória, fora o fato de Li estar na raia 6 e Rylov na raia 4 – ele parecia não ver o chinês avançando. Com 1:56.94, o medalhista de bronze nos 100m costas acumulou 3 ouros na competição contra 1:57.08 do russo, que também sai da competição com 3 douradas. As marcas são 14o. e 16o. tempo do ranking mundial absoluto. O bronze ficou com o inglês Luke Greenbank, com 1:59.03.

100 BORBOLETA FEMININO

Novamente uma disputa entre duas atletas. A húngara Liliana Szilagyi conseguiu sua segunda vitória com 57.67, muito comemorada e até brincou depois no pódio mordendo a medalha para sentir o gosto do ouro: “é ouro mesmo!”, dizia ela numa rápida leitura labial durante a transmissão – que aliás abre-se parênteses aqui para confirmar a excelente qualidade de transmissão da competição via YouTube ou pelo canal oficial olímpico, a Olympic.TV, um canal interativo, que providenciava os resultados na hora, além de rápida consulta, replay e navegação ágil e fácil. Em segundo novamente a chinesa Yufei Zhang, com 57.95 e com a medalha de bronze a australiana Brianna Throssell com 59.12. Junto com o resultado do 4x100m medley misto, Brianna é a atleta que mais medalhas levou na competição: foram 7, todas de bronze!

100 LIVRE MASCULINO

A prova que colocou o Brasil e Matheus Santana na história, tinha um gosto de “eu já esperava”. Com 48.25 (23.34), Matheus sagrou-se finalmente campeão olímpico júnior, mesmo título que poderia ter no último Mundial em Dubai, mas que foi interrompido por complicações em sua saúde devido à diabete. O tratamento foi monitorado de perto por médicos, família e a comissão técnica da Unisanta e o resultado nós já havíamos visto durante o Troféu Maria Lenk e Troféu Tancredo Neves deste ano, mas agora alcançou o nível mundial que merece. O chinês Hexin Yu tentou ainda surpreender de novo passando 3 centésimos na frente de Matheus, mas o 5o. melhor tempo do mundo da temporada e novamente recordista mundial júnior mostrou que o treinamento recompensou voltanto com 24.91 contra 25.75 do chinês. Nadando na raia 8, este sim a grande surpresa da prova, o alemão Damian Wierling “roubou” o bronze com 49.07. No pódio, recebeu a medalha de ouro das mãos de Bernard Rajzman, único membro efetivo do Brasil no Comitê Olímpico Internacional, e chorou durante a execução do hino nacional. Há 6 anos atrás, um outro velocista brasileiro também chorava em um pódio olímpico… Com esse ouro e mais duas pratas, Matheus é com certeza o maior nome da seleção brasileira em Nanjing e fortíssimo candidato à porta-bandeira no encerramento da competição.

200 PEITO FEMININO

Inevitável dizer: sem Ruta Meilutyte, a prova ficou “tranquila” para a medalha de bronze dos 100m peito, a ucraniana Anastasiya Malyavina, que liderou de ponta a ponta e levou o título com 2:26.43, seguida da coreana Jiwon Yang com 2:27.31 e da húngara Anna Sztankovics com 2:27.66. Foi a única medalha da Coréia do Sul na competição de natação.

200 BORBOLETA MASCULINO

Injustiça ou coisas do destino, mas mais uma vez a medalha escapou pelos dedos do cearense Luiz Altamir Melo. Mesmo nadando para o melhor tempo de sua vida, 1:58.34 (26.66, 57.05, 1:27.64), Luiz teve a segunda melhor volta da prova mas por apenas 20 centésimos saiu do 3o. para o 5o. lugar, repetindo a posição do último Campeonato Mundial Júnior em 2013. É a 4a. vez que ele nada na casa do 1:58 nos últimos 12 meses. O tranquilo ouro ficou com o húngaro Tamas Kenderesi com 1:55.95, fazendo a única dobradinha húngara da competição com Benjamin Gratz, que levou a prata com 1:57.71, e seguido do italiano Giacomo Carini com 1:58.14.

400 LIVRE FEMININO

Terceira medalha de ouro para os Estados Unidos na competição e segunda de Hannah Moore (ela também havia vencido os 200m costas), que liderou a prova a partir dos 100 metros e foi ameaçada nos últimos 100 metros pela tailandesa Sarisa Suwannachet e pela alemã Kathrin Demler. A americana marcou 4:11.05, contra 4:11.23 e 4:11.25. Bruna Primati nadou a final próxima de sua melhor marca pessoal obtida pela manhã com 4:15.12 (1:01.08, 1:04.79, 1:04.97, 1:02.28), mas a final foi forte e ela caiu para a 7a. colocação. De outubro de 2013, quando foi campeã do Troféu Chico Piscina a agosto de 2014, Bruna baixou 5.5 segundos nesta prova, uma evolução que deve ser respeitada e que a coloca como uma das melhores fundistas do Brasil da atualidade.

50 PEITO MASCULINO

A última prova individual do programa também foi praticamente um duelo vencido pelo croata Nikola Obrovac com 27.83, seguido do venezuelano Carlos Claverie com 27.94 e do russo Anton Chupkov com 28.43. Apesar da vitória do croata, o destaque vai para o venezuelano Carlos, que conseguiu subir ao pódio nas 3 provas de peito, sendo o destaque sul-americano tirando o Brasil. Já o russo Anton não tem o que reclamar, conseguiu sua 4a. medalha (dois ouros, dois bronzes) e logo mais adicionaria mais uma medalha de prata à coleção com o revezamento misto medley.

4X100 MEDLEY MISTO

O Brasil tinha sim chances reais de subir ao pódio. Medalha de ouro talvez era um sonho mais distante, mas a equipe formada por Natalia de Luccas (1:02.20), Andreas Mickosz (1:02.57), Giovanna Diamante (1:00.92) e Matheus Santana (48.24) não contou com a melhor performance de Natalia e Matheus (ele foi novamente o melhor parcial de livre da final), terminando em 4o. com 3:53.93 contra 3:52.45 da equipe australiana, bronze. A China venceu com 3:49.33, seguida da Rússia com 3:50.86.

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