O Brasil é campeão pela primeira vez do Raia Rápida. A equipe brasileira venceu duas das quatro provas individuais chegando a três finais e completou o dia conquistando o revezamento com o melhor tempo da história do revezamento 4×50 medley masculino. Confira como foi a conquista prova a prova:

50 costas

Treino, Botafogo

O sul-africano Gehard Zandberg chegou a deixar de nadar depois da controvérsia do último Mundial em Barcelona. A briga com a federação e até a aposentadoria temporária não eliminou o prazer de nadar. E veio com tudo para este Raia Rápida para vencer na final com 12 centésimos sobre o brasileiro Guilherme Guido.
A prova de costas foi marcada pelas placas de saída. Na primeira bateira, o australiano Daniel Arnamnart foi o azarado a escorregar e chegar em quarto lugar. Na segunda bateria, foi o americano David Plummer que escorregou e acabou eliminado. Guido saiu bem em todas as baterias e acabou perdendo a prova na parte nadada. Zandberg que, seja pelas placas estarem escorregando, ou por ser muito alto (2,04 m) saiu sempre mais baixo e até atrasado em relação aos adversários. Na final, tanto ele como Zandberg foram para cima da raia nas últimas braçadas.

1a bateria
1o Gehard Zandberg 25:60
2o David Plummer 26:66
3o Guilherme Guido 26:69
4o Daniel Arnamnart 26:19

2a bateria
1o Gehard Zandberg 25:21
2o Guilherme Guido 25:36
3o David Plummer 25:86

3a bateria
1o Gehard Zandberg 25:00
2o Guilherme Guido 25:12

50 peito

Treino, Botafogo

Felipe França teve o domínio da prova, em todas as baterias. França sempre saiu bem e principalmente na filipina onde sempre submergia na frente. Tanto o australiano James Stacey na primeira bateria como o americano Mike Alexandrov na segunda não estavam na mesma condição de França e do sul-africano Cameron Van der Burgh.
França chegou a assustar seu treinador Sérgio Onha Marques na segunda bateria, quando numa posição de liderança acabou baixando muito a frequência para administrar os últimos metros. Esta “segurada” deu um susto, mas era parte da estratégia de França de nadar a final e vencê-la com o seu melhor tempo nesta temporada de 27:21.

1a bateria
1o Cameron van der Burgh 27:61
2o Felipe França 27:92
3o Mike Alexandrov 28:20
4o James Stacey 28:76

2a bateria
1o Cameron van der Burgh 27:67
2o Felipe França 27:87
3o Mike Alexandrov 28:20

3a bateria
1o Felipe França 27:21
2o Cameron van der Burgh 27:60

50 borboleta

Treino, Botafogo

Foi um show de Nicholas Santos, capaz de vencer todas as baterias e terminar com uma vitória com 22:97, terceiro tempo do mundo. Na sua frente, apenas o ucraniano Andrey Govorov 22:87 e o inglês Ben Proud com 22:93, ambos feitos no Campeonato Europeu.
Nicholas teve a capacidade de administrar nas três baterias marcando 23:74, 23:76 e o tempo da vitória com 22:97. O adversário é conhecido, o americano Eugene Godsoe, vice campeão mundial da prova e que fez a final do ano passado com Nicholas.
Com o título, Nicholas é o primeiro (e único) bi campeão do Raia Rápida.

1a bateria
1o Nicholas Santos 23:74
2o Eugene Godsoe 23:91
3o Jayden Hadler 24:32
4o Giulio Zorzi 24:44

2a bateria
1o Nicholas Santos 23:76
2o Eugene Godsoe 23:86
3o Jayden Hadler 24:30

3a bateria
1o Nicholas Santos 22:97
2o Eugene Godsoe 23:79

50 livre

Treino, Botafogo

A final reuniu dois dos maiores velocistas de todos os tempos. A juventude de Matheus Santana não foi capaz de enfrentar a experiência e principalmente a força e técnica da dupla Anthony Ervin e Roland Schoeman.
Matheus já fez muito ao passar da primeira rodada com o segundo tempo com 22:83. Na segunda bateria, ele ficaria em terceiro com 22:86, mas desde a saída a diferença do submerso dos dois estrangeiros era muito grande.
Na final, o sul-africano Schoeman teve uma saída melhor, mas a parte nadada foi toda do americano. Anthony Ervin cresceu no final e foi o único a quebrar a barreira dos 22 segundos.

1a bateria
1o Anthony Ervin 22:81
2o Matheus Santana 22:83
3o Roland Schoeman 23:02
4o Kurt Herzog 23:02

2a bateria
1o Anthony Ervin 22:63
2o Roland Schoeman 22:64
3o Matheus Santana 22:86

3a bateria
1o Anthony Ervin 21:92
2o Roland Schoeman 22:19

Revezamento 4×50 medley

Treino, Botafogo

Pela contagem de pontos ao final das provas individuais, apenas o título servia ao Brasil. Brasil, Estados Unidos, África do Sul, qualquer uma destas três equipes, quem vencesse o revezamento seria campeã do Raia Rápido 2014. Apenas a Austrália, mesmo que vencesse não teria chances de chegar ao título, e na prova mostrou que isso não seria possível.
O costas foi equilibrado, trouxe de volta o australiano Daniel Arnamnart e o americano David Plummer eliminados pelas escorregadas e colocou a dupla finalista. Com início equilibrado, o sul-africano Gehard Zandberg cresceu no final e tocou na frente com 25:24, Estados Unidos em segundo com 25:39 e Guilherme Guido em terceiro com 25:47.
O Brasil foi tomar a frente com Felipe França. O parcial de 26:76 contra 27:59 de Cameron van der Burgh já nos dava a liderança quando Nicholas Santos pulou na água.
Nicholas não conseguiu repetir os 22 da prova individual, mas mesmo assim conseguiu segurar a liderança com um parcial de 23:37. Aqui foi os Estados Unidos que cresceu com o melhor parcial de borboleta de Eugene Godsoe com 23:16.
Quando Matheus Santana pulou na água, o Brasil era líder com 84 centésimos de segundo de vantagem sobre os Estados Unidos. Aí vale recordar a pergunta da Best Swimming na entrevista coletiva de quinta-feira para Matheus: “Você vai receber o revezamento na frente e esta responsabilidade de fechar?”. A resposta foi simples, direta e objetiva: “Se eu receber na frente, o Brasil vai ser campeão”.
E foi!
Matheus fechou para 22:00, os americanos chegaram perto, muito perto. Anthony Ervin vinha crescendo muito e fechou com 21:31. Brasil campeão com 1:37:60, Estados Unidos vice 1:37:75, Austrália em terceiro 1:39:15, Austrália fechando raia, mais uma vfez, 1:42:29.
O tempo do Brasil é o novo melhor tempo da história superando os 1:38:23 feitos pela Austrália no ano passado. O 4×50 medley em piscina longa não tem recorde mundial, apenas é reconhecido como o melhor tempo do mundo.
O Brasil pela primeira vez, na terceira edição do Raia Rápida é o campeão geral da competição.

Parciais
Brasil –
Guilherme Guido 25:47, Felipe França 26:76, Nicholas Santos 23:37, Matheus Santana 22:00

Por equipes tempos oficiais:
África do Sul – 25:24, 52:83, 1:17:21, 1:39:15
Austrália – 26:20, 54:60, 1:19:02, 1:42:29
Brasil – 25:47, 52:23, 1:15:60, 1:37:60
Estados Unidos – 25:39, 53:28, 1:16:44, 1:37:75

Classificação final do Raia Rápida
1o Brasil
2o Estados Unidos
3o África do Sul
4o Austrália

Confira a galeria de fotos do Raia Rápida 2014: Brasil vence o Raia Rápida 2014

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