O que de melhor e o de pior, os destaques, as curiosidades, o que fica deste Mundial de Piscina Curta em Doha no feito histórico do Brasil campeão mundial na visão da Best Swimming.
Melhor performance individual
Algumas barreiras quebradas, recordes históricos e que se mantinham há um bom tempo, mas nada foi mais absurdo que os 22.22 dos 50 costas de Florent Manaudou, quase um segundo de vantagem sobre o segundo colocado da prova, o americano Eugene Godsoe.
A maior zebra
O húngaro Peter Bernek baixou seis segundos para ser campeão e recordista de campeonato dos 400 livre. Especialista nos 200 costas, chegou a Doha balizado com 3:40.29. Já entrou na final com o melhor tempo e novo recorde nacional da Hungria com 3:37.34. Na final, foi para cima e quebrou o recorde de campeonato que era de Grant Hackett com 3:35.01 marcando 3:34.32.
Os fundamentos decidiram
Provas em que claramente se viu a vantagem dos atletas nos fundamentos de saída e nado submerso fazendo a diferença nos resultados: Chad Le Clos (nas suas quatro vitórias), Alia Atkinson nos 100 peito, Katinka Hosszu nos 100 e 200 costas, Felipe França nos 50 e 100 peito, Florent Manaudou nos 50 livre e 50 costas.
Venceu mas não convenceu
Daniel Gyurta completou mais uma vitória nos 200 peito. Imbatível nos grandes eventos desde 2012 (Olimpíada, Mundial de Barcelona, Mundial de Doha), se esperava mais dele. Depois de bater o recorde mundial durante a Copa do Mundo, a expectativa era de ser o primeiro a quebrar os dois minutos nos 200 peito. Venceu com 2:01.49 e ainda foi ameaçado pelo alemão Marco Koch.
A decepção
O time americano ficou muito, mas muito abaixo do esperado. Mesmo tendo levado o prêmio da FINA pela pontuação na competição, o Team USA ficou longe das performances anteriores.
Duelo #1
Mireia Belmonte da Espanha e Katinka Hosszu da Hungria. Mireia venceu os dois que queria e com recordes mundiais nos 200 borboleta e 400 medley. Nos 400 livre, Katinka abriu mão da prova e Mireia venceu fácil. Sobrou os 200 medley onde Katinka venceu com recorde mundial, mas Mireia nadou para não entrar na final, e conseguiu.
Duelo #2
Ruta Meilutyte da Lituânia e Alia Atkinson da Jamaica. Nos 50 peito, as duas fizeram suas melhores marcas pessoas, melhor para Ruta que ficou a um centésimo do recorde mundial na semifinal e a quatro na final. Nos 100 peito, o troco da jamaicana, mais forte nas viradas venceu e não acreditou numa bobeada da chegada de Meilutyte. Para acirrar ainda mais, igualou o recorde mundial dela.
Duelo #3
O maior duelo da velocidade teve dois capítulos. Um onde o francês Florent Manaudou dizimou o recorde mundial e César Cielo nos 50 livre. Uma vitória já marcada na saída e um espetacular 20.26 enquanto um atônito Cielo mostrava forças de reação. Nos 100 foi outra história, a estratégia da paciência onde Cielo viu Manaudou se esfacelar num esforço demasiado conqusitando o título da prova e dando o troco.
Duelo #4
Um duelo japonês, Daiya Seto e Kosuke Hagino, nasceram no mesmo ano e competem juntos desde que iniciaram na natação. Nos 400 medley, Hagino anunciou que iria bater o recorde mundial, deu Seto quebrando o recorde japonês e asiático que era de Hagino. Nos 200 medley, foi a vez de Hagino responder, evou o título comemorando muito, coisa que quase nunca faz.
A estréia controversa
A Omega trouxe os novos contadores eletrónicos. São displays que ficam embaixo d’água e permitem ao atleta visualize o número de voltas que faltam para completar as provas de fundo. O sistema funcionou, mas criou confusão com vários atletas que erraram suas viradas confundindo com o T no fundo da piscina. Depois de reclamações, especialmente do Brasil, o equipamento foi movido para a linha dos 5 metros.
A estréia aprovada
Os novos implementos para o nado costas foram totalmente aprovados. Foi o primeiro mundial em que foram utilizados e totalmente certificados, tanto pela FINA que já os colocou na regra como pelos atletas. Fácil de ser colocado e retirado, os mesmos permitiram uma posição mais “arriscada” para os atletas fazerem suas saídas. Coincidência ou não, foram batidos quatro dos seis recordes mundiais do nado costas.
Tudo em família
Dupla de irmãos presentes no Mundial de Doha.
Na Hungria, David e Evellyn Verraszo e Daniel e Gergely Gyurta.
No Paraguai, Charlie e Ben Hockin, Matias e Sofia Lopez.
No Suriname, Chenyere e Zuhayr Pigot.
Por Trinidad & Tobago, Abraham e Joshua McLeod.
Na Alemanha, Steffen e Markus Deibler.
A volta com choro
Ranomi Kromowidjojo não segurou as lágrimas no ouro dos 50 livre. A holandesa que continua sem treinador, depois de ter mudado quatro vezes desde o título olímpico de Londres em 2012, ficou de fora do Europeu em agosto para focar neste Mundial. Levou ouro nos 50 e bronze nos 100.
O mais velho
Pierre Andre Adam das Ilhas Seychelles, de 36 anos de idade, foi o nadador mais velho no Mundial de Doha.
Os mais novos
11 anos de idade? Bem, pelo menos é o que indica o balizamento. Toda a equipe de Myanmar, presente ao Mundial tinha nadadores com 11 anos de idade. Todos nascidos em 2003.
Mais medalhados
Ryan Lochte dos Estados Unidos repetindo 2012 em Istambul e Katinka Hosszu da Hungria se tornando na maior medalhista feminina do Mundial de Curta, ambos com oito medalhas conquistadas.
Mais dourado
Felipe França do Brasil, cinco medalhas de ouro, duas em provas individuais, três em revezamentos. O recorde em ouros pertence a Brooke Hanson da Austrália em 2004, seis medalhas todas de ouro. Se Felipe França fosse um país, os cinco ouros dele lhe colocariam em quarto lugar no quadro geral de medalhas.
Maior recordista mundial
Katinka Hosszu quebrou quatro recordes mundiais, somados aos seis que havia quebrado durante o Circuito da Copa do Mundo são dez recordes mundiais em 2014.
Pacote completo
Para Chad Le Clos, primeiro homem da história a vencer as três provas de borboleta nos Mundiais de Curta. Antes, apenas Ian Crocker em Indianápolis 2004 havia conseguido vencer duas, os 50 e 100 borboleta.
Vencedores menores de 18
Em apenas uma prova de toda competição tivemos um vencedor com menos de 18 anos de idade. Foi a lituana Ruta Meilutye nos 50 peito. A média dos campeões mundiais foi de 23 anos de idade.
Vencedores mais velhos
César Cielo nos 100 livre, Felipe França nos 50 e 100 peito e Femke Heemskerk nos 100 livre, todos com 27 anos de idade, foram os mais veteranos campeões mundiais de Doha.
Se esperava mais de…
Cameron McEvoy da Austrália, ficou de fora da final dos 200 livre, foi quinto nos 100 e sexto nos 50 livre.
Conor Dwyer dos Estados Unidos só chegou a semifinal dos 100 livre e terminou em 16o lugar.
A ex-recordista mundial dos 200 borboleta, Zige Liu da China, não passou das eliminatórias.
A italiana Federica Pellegrini ficou de fora da final dos 200 costas e terminou em quinto os 200 livre, perdendo o seu recorde mundial.
Tyler Clary dos Estados Unidos, quatro provas, apenas duas finais, em ambas terminou em quinto lugar.
O melhor velocista da Rússia
Não é Vlad Morozov. Pelo menos não foi em Doha. Evgeny Sedov de apenas 18 anos de idade foi o grande destaque. Abriu o revezaemnto 4×50 livre masculino para 20.70 e o 4×50 livre misto para 20.59, em ambas as provas foi mais rápido do que Morozov. Se tivesse nadado a prova individual, seria prata.
No quadro de medalhas
Um total de 22 países subiram ao pódio. Destes, 17 ganharam ouro. Lembrando que tivemos 171 nações competindo em Doha.
Exércitos de um homem só
Espanha, África do Sul, Suécia, Jamaica, Lituânia, Tunísia, Canadá, Sérvia, Ucrânia todos subiram ao pódio com apenas um nadador.
As colocações do Brasil
No quadro de medalhas, contando pelos ouros, fomos o primeiro. Pelo total de medalhas, empatamos em quarto com Japão e Rússia. Pelo número de finais, ficamos em quinto. E pela contagem de pontos da FINA, ficamos em quarto lugar.
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