Neste sábado, o país todo vai estar ligado na volta de Anderson Silva ao octógono disputando a UFC 183 em Las Vegas. É a volta do nosso maior lutador de MMA, verdadeira lenda do esporte brasileiro.

O MMA é uma febre no nosso país. A legião de fãs é grande. Dentro da natação não é diferente. Existem muitos ex-nadadores que inclusive ingressaram nos programas de luta. Alguns chegaram até o profissional.

Numa das lutas que antecedeu aquela revanche de Anderson Silva e Chael Sonnen em julho de 2012, o pernambucano Magdo Alexandre Santana fazia a sua estréia nas lutas profissionais. Atualmente residindo em Montreal no Canadá, Magdo foi nadador em Recife defendendo as cores do Sport Clube do Recife e Clube Português onde chegou a ser campeão brasileiro na categoria infantil.

Outro envolvido com o esporte é o maranhense Altair Alencar, vice campeão sul-americano juvenil dos 200 costas em 2003 em João Pessoa, Altair virou o “Tratorzinho” e acumula sete vitórias e três derrotas na sua carreira profissional.

Um dos mais entusiastas da natação no MMA é o medalhista olímpico Carlos Jayme. Residindo nos Estados Unidos, Jayme descobriu o esporte por lá e além de fã também entrou na onda há alguns anos.

Maior conquista de Jayme bronze em Sydney 2000

Maior conquista de Jayme bronze em Sydney 2000

Aquecendo os motores para a grande luta de Anderson Silva e Nick Diaz, a Best Swimming foi escutar os palpites de Carlos Jayme nosso medalha de bronze no 4×100 livre de Sydney em 2000.

Best Swimming – Qual é a sua experiência com as lutas e o MMA?
Carlos Jayme – Sempre me interessei muito pelo jiu-jitsu e MMA. Me lembro que desde os 12 anos tinha o curto período de férias da natação, apenas duas semanas e me matriculava no jiu-jitsu. Treinava e adorava. Fazia até escondido do meu treinador Zitti. Quando voltava das érias, estava travado, machucado, mas assim mesmo me amarrava.

Best Swimming – E isso também aconteceu durante a carreira de natação?
Carlos Jayme – Tenho fotos minhas no Multinations rolando com Mateus Lordelo, Sandro Rocha e Diogo Yabe no saguão do hotel. Colocamos um cobertor no chão e praticamos ali mesmo. Anthony Nesty (treinador da Universidade da Flórida onde Jayme se graduou) sabe de como eu me amarrava no MMA amador. Depois de me aposentar na natação comecei a treinar jiu-jitsu e hoje sou faixa marrom pela Soca Brazilian Jiu-Jitsu em Long Island, New York.

A foto do Multinations 1995

A foto do Multinations 1995

Best Swimming – Você está confiante na volta de Anderson e qual seu palpite para a luta?
Carlos Jayme – O Anderson é um talento nato. Um cara old school que sofreu na vida e a luta o proporcionou aquela fome e vontade de sair da miséria. Isso o fez tão bom. O problema é que hoje em dia o esporte é tão competitivo que raramente veremos caras dominantes, sem adversários como antecia há 10 ou 15 anos. A tecnologia do esporte encontra pontos fracos no atleta. O povo sonha em ver atletas perfeitos, que se isolam no topo. O Anderson foi tão enaltecido pela mídia que começou realmente acreditar ser invencível. Ninguém é invencível! Acredito que o Anderson se entrar focado, querendo ganhar, mais do que querer dar um show, vai voltar bem.

Best Swimming – E qual você acha ser o grande desafio para o Anderson neste retorno?
Carlos Jayme – Acho que o problema pode ser o que chamamos de “ring rust” que é o corpo não encontrando um bom ritmo ou a forma de antes. Na natação, quando o atleta quer entrar em ritmo de competição, nada competição menores e mesmo perdendo tira proveito para a preparação, seja em saídas, breakouts, viradas. No MMA, o atleta tem que dar resultado em competições gigantes, no caso do Anderson, o maior cara do UFC, de cara vindo de um tempo longo parado e cirurgias. Seria como o Cielo ficar anos parados, depois de cirurgias, treinar sozinho e ter que ser o mais rápido dos 50 livre na Olimpíada, direto na final, raia 4, sem nunca ter competido anteriormente.

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Best Swimming – E você acha que ele ainda pode chegar ao cinturão?
Carlos Jayme – Acho que o Anderson pode sim. Se não perder tempo, vaidade, e lutar para ganhar. Tem potencial. Isso se a idade não pesar, veremos agora. Como sabemos a idade vem e silenciosamente tira a performance de atletas que pararam no topo durante longos períodos aposentados. Olha só o Ian Thorpe…

Best Swimming – E para você quem é o melhor de todos os tempos, é o Anderson?
Carlos Jayme – Para falar a verdade, o melhor all time depende de classificação. O mais dominante, durante mais tempo, foi o Fedor da Rússia. Entrentato, o mais talentoso e entertainer, o Anderson Silva e ai vai…

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2 respostas
  1. Roberto Beckmann
    Roberto Beckmann says:

    conheço o Carlos e já treinei e rolei com ele, ainda na época da natação, é um atleta dedicado, focado e com talento! Sabe o que fala!!!!

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