Dia de recorde histórico na terceira etapa do Maria Lenk, caiu o recorde sul-americano do revezamento olímpico das meninas de Atenas em 2004, Joanna Maranhão bateu mais uma vez na trave dos 400 medley, Thiago Pereira chegou ao 13o ano consecutivo como campeão do Maria Lenk nos 400 medley e Bruno Fratus bateu César Cielo nos 50 livre. Veja como foi o dia do Maria Lenk prova a prova:

400 medley feminino –

Trofeu Maria Lenk, Natacao
A primeira tentativa de Joanna Maranhão em quebrar os remanscentes recordes de 2004 bateu na trave. Mais uma vez. Joanna venceu a prova com 4:40.57, sua quarta melhor marca pessoal, a sétima vez abaixo do 4:41, a 28a abaixo dos 4:45. Incrível, mas este 4:40.00 de 14 de agosto de 2004 segue firme e forte.
Joanna abriu com um borboleta bem tranquilo, bem natural 1:03.22. No costas, passou com 1:12.02 e mantinha um bom ritmo. O peito foi a surpresa, 1:22.21, e o crawl deveria ser um pouco mais forte 1:03.12.
Se compararmos o recorde dos 4:40.00 de 2004 com o tempo hoje teríamos os seguintes parciais:
2004 – 1:04.46, 2:15.16, 3:37.66, 4:40.00
2015 – 1:03.22, 2:15.24, 3:37.45, 4:40.57
O tempo coloca Joanna como 13a do mundo em 2015, o seu sexto título de 400 medley em Maria Lenk.
A prata e bronze ficaram para as argentinas Florencia Perotti do União em segundo 4:46.95 e Virginia Bardach do Unisanta em terceiro 4:47.88.

História da prova:
Joanna Maranhão nunca perdeu a prova dos 400 medley para uma nadadora brasileira no Maria Lenk. Desde a sua estréia em 2002, um bronze atrás da ucraniana Yan Klochkova e da argentina Georgina Bardach, apenas as estrangeiras bateram Joanna nesta prova.
Ela foi campeã nos anos de 2006, 2008, 2009, 2010, 2013 e este ano.
Um marco foi batido na prova deste ano. Foi a primeira vez na história que tivemos todas as oito finalistas da prova abaixo dos cinco minutos nas eliminatórias.

400 medley masculino –

Trofeu Maria Lenk, Natacao
A maior sequência da história do Troféu Maria Lenk segue intacta. Thiago Pereira do Minas chegou ao 13o título consecutivo dos 400 medley nadando de forma equilibrada e fazendo o terceiro tempo do mundo com 4:13.94. A surpresa agradável foi ver Brandonn Pierry de Almeida do Corinthians chegando em segundo com 4:15.82, abaixo do índice de Kazan (4:16.71) e de Singapura que ele já tinha desde o Julio de Lamare (4:25.50). Mais que isso, o tempo de Brandonn foi o quarto do mundo este ano.
Thiago liderou de ponta a ponta, parciais de 57.69, 2:01.22, 3:12.80 e 4:13.94.
Brandonn começou lento no borboleta, virou em sexto com 1:00.32, forçou o costas 2:03.28, 3:18.16 e fechou um crawl com 57.66 para 4:15.82. A melhor marca pessoal de Brandonn era 4:17.48 do ano passado.
O bronze ficou para o companheiro de Brandonn no Corinthians, Thiago Simon com 4:19.28 que só esteve a frente de Brandonn no parcial de borboleta. Desde o costas, Brandonn já nadou na segunda posição.

História da prova no Maria Lenk:
Thiago Pereira estreou no Troféu Brasil/Maria Lenk em 2002. Foi prata nos 400 medley com 4:33.06, tempo que hoje não entrava nem na final A. Lucas Salatta foi o primeiro e único a derrotar Thiago Pereira nos 400 medley vencendo com 4:27.60.
Das 13 vitórias de Thiago, apenas três vezes ele nadou melhor do que o tempo feito hoje:
Em 2008 com 4:13.04, em 2011 com 4:12.52 e em 2012 com 4:13.48.
O pior tempo de 400 medley de Thiago em suas vitórias foi em 2003 com 4:24.78. Esta é a maior sequência de títulos em qualquer competição da natação brasileira.

50 livre feminino –

Trofeu Maria Lenk, Natacao
Etiene Medeiros e Graciele Herrmann fizeram mais um belo duelo da velocidade. E, mantendo a sequência desde o Finkel, deu Etiene. Vitória com 24.78 contra 24.95 de Gracielle. As duas tinham nadado melhor no Open no final do ano, 24.74 para Etiene e 24.87 para Gracielle. Serão nossas representantes no Pan e no Mundial de Kazan.
As marcas também colocam as duas no ranking mundial. Etiene é a sétima e Graciele a 14a.
Alessandra Marchioro do Unisana chegou no terceiro lugar com 25.49.

História da prova no Maria Lenk:
Primeira vez que Etiene Medeiros ganha esta prova no Maria Lenk. Graciele também só venceu uma vez, em 2013 com 25.10.
Foi a primeira vez que tivemos duas brasileiras nadando na casa dos 24 segundos no Maria Lenk.
A última pernambucana campeã do Troféu Brasil nos 50 livre foi Adriana Pereira em 1990, um ano antes do nascimento de Etiene Medeiros.

50 livre masculino –

Trofeu Maria Lenk, Natacao
Uma saída ótima de Bruno Fratus combinada com uma péssima de César Cielo, os dois entraram na água juntos, e sabendo a forma como os dois nadam, a vitória de Bruno Fratus já era esperada no transcorrer da prova.
Bruno venceu com 21.74, mas seu tempo demorou para aparecer no placar. Cielo chegou logo atrás, 21.84. É o melhor de ambos nesta temporada, respectivamente segundo e terceiro melhor tempo do ano. Florent Manaudou é quem lidera o ranking com 21.57 na eliminatória do Campeonato Francês.
Fratus já tinha nadado para 21 tanto no Arena Pro Swim Series de Austin em janeiro como nas eliminatórias de hoje, ambas para 21.91. Foi o primeiro 21 de Cielo em 2015.
O comparativo com Florent Manaudou é inevitável. Ele já nadou cinco vezes para 21 em 2015 e destas cinco, três foram melhores do que os tempos dos brasileiros.
Não foi desta vez que tivemos um terceiro brasileiro na casa do 21. Marcelo Chierighini e Nicholas Santos já fizeram isso, mas hoje não saiu. O bronze ficou para Alan Vitória do Minas com 22.28. Nicholas Santos do Unisanta com os 22.16 ficou com o terceiro nadador dos 50 livre, e com a provável saída de Cielo do time do Pan, grandes chances de Nicholas entrar no seu terceiro Pan Americano.
Bruno Fratus não poliu para o Maria Lenk. Aliás, nem raspou, apenas passou a máquina conforme ele mesmo revelou antes da prova. Cielo também não descansou por completo, pelo menos foi o que indicou em entrevistas no dia de ontem.
Os dois nadaram acima do que esperavam e mesmo Bruno tendo vencido pela primeira vez esta prova no Maria Lenk, as marcas ficaram abaixo das expectativas.

História da prova:
César Cielo não perdia os 50 livre no Maria Lenk desde 2005. Naquele ano, Nicholas Santos foi o campeão com 22.75 e Cielo em segundo com 22.93. Depois venceu os anos de 2006, não nadou em 2007, venceu 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013 e no ano passado.
Somente três vezes na história do Maria Lenk tivemos os três primeiros colocados quebrando a barreira dos 22 segundos. Isso aconteceu nos anos de 2009, 2012 e 2013.

800 livre feminino –

Trofeu Maria Lenk, Natacao
Carolina Bilich do Minas tinha uma boa vantagem e caminhava para conquistar o título da prova. Não esperava a atropelada da equatoriana Samantha Arevalos do Fluminense que mantendo o ritmo de 1:04 para os últimos 300 metros assumiu a liderança para vencer com 8:39.26.
Carolina Bilich chegou em segundo com 8:40.79 e Poliana Okimoto do Unisanta foi bronze com 8:43.44.

História da prova no Maria Lenk:
Não tínhamos uma estrangeira vencendo os 800 livre desde 2012, quando a dinamarquesa Lotte Friis nadando pelo Corinthians levou com 8:26.98. Samantha Arevalos, que nunca havia sido campeã do Maria Lenk, em duas provas, levou dois ouros.
Este é o segundo ano consecutivo que Carol Bilich é prata. No ano passado, Poliana foi a campeã.
Falando em Poliana, ela já venceu esta prova sete vezes. Foram nos anos de 2014, 2010, 2008, 2007, 2004, 1998 e 1997.

Revezamento 4×200 livre masculino –

Trofeu Maria Lenk, Natacao
Já era esperada a disputa entre Minas e Pinheiros e parece que a estratégia fez a diferença. O Minas abriu na frente, Nicolas Oliveira abriu para 1:47.71. O Pinheiros abriu com Marcos Ferrari entregando em quarto para 1:50.92. Thiago Pereira abriu a vantagem para o Minas e nadou para 1:49.22. O Pinheiros ganhou uma posição, João Cervone fez 1:48.80 e deixou a equipe em terceiro. Minas liderava, Unisanta era segundo. Giuliano Rocco foi o terceiro nadador do Minas e nadou para 1:49.47 ainda mantendo a ponta quando Miguel Valente pulou para fechar. O Pinheiros teve o seu melhor parcial com João de Lucca apertando entregando em segundo com um parcial de 1:47.50. A diferença de Miguel Valente para Gabriel Ogawa que fechava para o Pinheiros era de apenas 82 centésimos. Miguel parecia segurar bem até os últimos 50 metros, quando Ogawa saiu forte da virada e já subiu na frente na golfinhada. Vitória do Pinheiros com 7:16.67, Minas em segundo 7:17.83 e o Unisanta em terceiro com 7:19.14.

Revezamento 4×200 livre feminino –

Trofeu Maria Lenk, Natacao
Finalmente! Caiu o recorde de revezamento mais antigo da América do Sul. As meninas do Pinheiros quebraram a marca histórica do revezamento do Brasil, sétimo colocado nos Jogos Olímpicos de 2004. Os 8:05.29 de 2004 depois de 10 anos, sete meses e 24 dias viraram 8:03.22.
Os nomes de Joanna Maranhão, Monique Ferreira, Paula Baracho e Mariana Brochado jamais serão esquecidos, seu feito histórico ficarão para sempre, mas o recorde está apagado.
As novas recordistas sul-americanas são Joanna Maranhão que abriu com 2:00.60, Manuella Lyrio 1:59.75, Gabriele Roncatto 2:03.37 e Larissa Oliveira 1:59.50.
Um recorde que ajuda, e muito, ao time do Pinheiros na competição, mas que representa uma nova boa fase para a natação brasileira feminina.
Abrindo o revezamento do SESI-SP, Jessica Cavalheiro fez o melhor tempo da sua vida batendo na trave, 2:00.00. Depois a equipe seria injustamente desclassificada na passagem da segunda nadadora Isabel Fagundes para a terceira, Ana Marcela Cunha. A Best Swimming teve acesso ao vídeo da prova e Ana Marcela teve uma péssima saída de revezamento, muito diferente do que o resultado eletrônico indicou apontando -0.01. O sistema utilizado pela CBDA já se mostrou não preciso e continua gerando controvérsias com desclassificações injustas. Foi mais uma.
Ouro para o Pinheiros, prata para o Minas com 8:15.10 e bronze para o Grêmio Náutico União com 8:19.87.

Classificação parcial ao final do terceiro dia:
1o Minas Tênis Clube 979 pontos
2o Pinheiros 943 pontos
3o Corinthinas 783 pontos

1 responder
  1. vaguinho
    vaguinho says:

    Acho que o revezamento 4×200 feminino tem uma margem muito grande de melhora,levando-se em conta os tempos individuais.

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