Não sei vocês, mas eu A-D-O-R-O Jogos Pan Americanos. É uma competição linda, cheia de emoção e medalhas, sim, aquelas que a gente tanto quer na Olimpíada e fica assistindo americanos, chineses, russos ganhando (até sul-coreanos ganham mais do que nós), no Pan, a gente ganha. Muitas! A natação então, todo dia, é dia de ouro.

A primeira lembrança que tenho do Pan foi em 1975 na Cidade do México. Tinha 10 anos e lembro do feito de João Carlos de Oliveira, o João do Pulo e seus inacreditáveis 17,89 no salto triplo.

A natação do Pan eu fiquei fascinado quando era nadador aos 14 anos de idade e vi Jesse Vassalo ganhar os 200 medley com recorde mundial em San Juan no Pan de 1979. Ele subiu ao pódio com duas bandeirinhas na mão, uma de Porto Rico onde nasceu, e a outra a americana, o país que representava.

Em 1983, no Pan de Caracas vibrei demais primeiro com o Pradinho abrindo o desfile carregando nossa bandeira e depois, vendo ele ganhar dois ouros e duas pratas na piscina.

O primeiro Pan que vi “in loco” foi Havana 1991. Decidi investir na minha carreira como treinador e fui para o Pan aprender. Com pouco dinheiro no bolso e “fantasiado” de cubano consegui assistir todos os dias de natação ao lado de simpáticos e amáveis torcedores locais. E como “El deporte es un derecho del pueblo” entrava sem pagar. Se soubessem que era brasileiro iria gastar 23 dólares pelas eliminatórias e mais 40 pelas finais. “Pero yo soy cubano”!

A primeira vez que tive um atleta em Pan Americano foi em 2003, na piscina quentíssima de Santo Domingo. Trabalhava no Fort Lauderdale Swim Team e como auxiliar do lendário Jack Nelson conseguimos colocar Bryan Goldberg na seleção americana que venceu o 4×200 livre e um jovem negro de Barbados que, apesar dos 16 anos, tinha sonhos e ambições de um campeão.

Pois foi ele, em 2007, aqui no Rio, Bradley Ally, que me deu a primeira medalha de Pan Americano, um bronze com gosto e sentimento de ouro para Barbados que levou a sua primeira e única medalha da natação em toda a sua história. Bradley, que ainda seria semifinalista olímpico além de campeão e recordista do NCAA, numa das mais brilhantes performances de um nadador negro nos Estados Unidos.

Em 2011, em Guadalajara, foi o meu último Pan como treinador. E que Pan. Junto com Omar Gonzalez e demais profissionais do Davie Nadadores Swim Team conseguimos ter 35 nadadores na competição, representando 13 países e que nos deram cinco medalhas. Uma delas, o bronze do veterano venezuelano Ricardo Monastério teve um gosto especial. Quarta medalha em quatro Jogos Pan Americanos, coisa que pouca gente, muito poucos conseguiram isso.

Gostar do Pan não quer dizer que eu não ame os Jogos Olímpicos e sonhe um dia poder ter as mesmas alegrias e em grande quantidade.

E não me venham com a ladainha de equipe B, equipe C, vamos para cima deles, queremos medalhas, muitas medalhas. Quem sabe um dia a gente não consegue fazer a mesma coisa na Olimpíada. Sonhar não faz mal, viver num sonho é que não é legal. Assim, mesmo que por duas semanas, vamos vibrar e encher nosso orgulho de alegrias e os nossos peitos de medalhas.

Viva o Pan!

8 respostas
  1. Rodrigo G
    Rodrigo G says:

    Coach, eu também gosto muito do Pan. É uma competição muito bem organizada, bonita de assistir e onde o esporte do Brasil acaba sempre ficando mais em evidência. Acho uma bobeira quando a imprensa utiliza os resultados obtidos no Pan para confrontar com os resultados obtidos nas Olimpíadas. Esse tipo de comparação cria uma ideia muito equivocada para quem não acompanha o esporte e acaba tirando o valor dos Jogos Panamericanos .

  2. Dory
    Dory says:

    Coach o sr sabe informar quem serão os nadadores do rev 4×100 livre masculino?
    Acredito que será uma grande competição para o Brasil,e finalmente saindo a primeira medalha de ouro feminina em um esporte aquático,quem sabe até não saia mais de uma.

  3. leopoldo dos santos
    leopoldo dos santos says:

    aguardaremos muitas, medalhas recordes principalmente na nataçao que é um dos esportes que mais conquista medalhas para nos, briga com americanos e canadenses.

  4. leopoldo dos santos
    leopoldo dos santos says:

    e verdade jogos, continentais são sempre bons ainda, a natação vivendo um momento bom, apesar de alguns resultados gloriosos, mas vamos analisar por um, ponto e clara,ente que os jogos Pan – americanos são nossa olimpíada não da, para nos conter de alegria, mas e bem que se diga, que esta competição revelou grandes nomes do esporte mundial, e apesar de MAIOR POTENCIA esportiva do mundo, não vim completa ou estar testando atletas, para os próximos jogos, e bom valorizar esses jogos, por que no no futuramente estaremos entre as grandes, potencias esportivas do mundo. abraço alex.

  5. Derick
    Derick says:

    Coach,gostaria de saber se além da Record o SporTV ou alguma outra emissora irá transmitir as competições do PAN. Sinceramente,a Record não é a melhor nas transmissões esportivas.

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