Em Guadalajara, capital do Estado de Jalisco, na região Oeste do México e a 1.567 metros acima do nível do mar. Foi lá que aconteceu a 16a edição dos Jogos Pan Americanos com as provas de natação de 15 a 22 de outubro de 2011 no recém inaugurado Scotiabank Aquatics Center.

A Seleção Brasileira quase repetiu as 26 medalhas da campanha do Rio 2007, nossa melhor campanha na história dos Pans, somando 25. Entretanto, conseguimos repetir o número de ouros, com dez medalhas conquistadas. Os americanos com 46 medalhas, sendo 18 de ouro, 19 de prata e 9 de bronze conquistaram aquela que foi a sua melhor campanha nos Jogos Pan Americanos.

A grande decepção foi o Canadá que somou apenas cinco medalhas, sendo duas de ouro, uma com Ashley McGregor nos 200 peito e outra com Richard Weinberger nos 10 quilômetros das águas abertas.

Na véspera da competição, a UANA e ODEPA tiveram uma reunião de emergência que custou o corte de dezenas de nadadores. Pelo regulamento, países superaram o total de 256 vagas o que causou um conflito com as condições que o Comitê Organizador teria condições de receber. Por conta disso, atletas foram cortados e entre eles dois brasileiros Rodrigo Castro e Ana Carolina Araújo. Ambos já estavam com a equipe em treinamento de altitude em Las Lomas alguns dias antes de viajar para Guadalajara.

Na piscina, tivemos vários destaques. César Cielo depois de se sagrar tri campeão mundial dos 50 livre e bi nos 50 borboleta dois meses antes do Pan, nadou muito em Guadalajara para vencer os 100 livre com 47.84 e os 50 com 21.58.

Thiago Pereira se tornou no maior medalhista de ouro do esporte brasileiro nos Jogos Pan Americanos ao somar seis medalhas de ouro, quatro individuais (100 e 200 costas, 200 e 400 medley) e duas nos revezamentos (4×100 livre e 4×100 medley).

Finais da natação nos jogos Pan-Americanos de Guadalajara 2011. FOTO: JEFFERSON BERNARDES/VIPCOMM

Finais da natação nos jogos Pan-Americanos de Guadalajara 2011. FOTO: JEFFERSON BERNARDES/VIPCOMM

Tivemos um percalço na vitória de Leonardo de Deus nos 200 borboleta. Não na prova, onde Leo venceu com 1:57.92, mas fora dela. Depois de sair da água comemorando o título uma letra “D” apareceu ao lado de seu nome no placar. A arbitragem desclassificou o nadador por utilizar a touca patrocinada pela Yakult que havia sido ganha no Mundial de 2011 em Shanghai quando chegou as semifinais.

Segundo os organizadores, Leo havia descumprido uma determinação que proibia items com patrocínio. Entrou em campo a diretoria da CBDA que junto com o COB o apoio de Julio Maglione, Presidente da FINA na arquibancada, conseguiram reverter a desclassificação.

Veja a prova e toda a polêmica de Leo de Deus.

https://www.youtube.com/watch?v=nul_fjdK9mA

Aqui a Best Cam da época que mostrou toda a polêmica e o local onde Leo de Deus foi checado antes de entrar na prova.

Ainda tivemos outros dois problemas referentes a arbitragem. Um, a pedido dos americanos, foi retirada a parte traseira dos blocos de partida. Alegaram que os dispositivos não estavam seguros para o uso. A outra foi os inúmeros problemas com o placar, atrasando e muito o andamento da competição.

Entre os países estrangeiros, primeira medalha de ouro da história das Ilhas Caymãs e a primeira vez que uma dupla de irmãos fez primeiro e segundo lugar na competição com Brett Fraser e Shaune Fraser nos 200 livre. Shaune já tinha sido prata no Pan anterior no Rio em 2007

O paraguaio Ben Hockin treinado pelo brasileilro Angelo Camarossano ganhou o bronze nos 200 livre, a primeira medalha da natação do Paraguai em Jogos Pan Americanos.

Deu dobradinha brasileira em nos 50 livre com César Cielo e Bruno Fratus e nos 100 peito com Felipe França e Felipe Lima.

Entre as mulheres do Brasil, foram oito medalhas, sendo quatro de prata e quatro de bronze. Joanna Maranhão foi o maior destaque com prata nos 400 medley e bronze nos 200 medley. A surpresa foi a prata de Graciele Herrmann nos 50 livre.

1 responder
  1. Rodrigo G
    Rodrigo G says:

    Alguns pontos negativos foram muito ressaltados sobre Guadalajara antes da competição: a questão da altitude e a qualidade dos blocos estava entre elas. Sem contar o fato de ter sido realizado após o Mundial o que poderia comprometer a performance dos nadadores que estiveram em Shanghai anteriormente.. O fato é que, apesar de todos os contras, eu acho que Guadalajara foi uma das melhores performances do Cielo desde o fim dos trajes tecnológicos. Talvez só a participação no Mundial de 2013 supere o que ele nadou no Pan do México.

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