Resumo das finais do terceiro dia da natação do Pan em Toronto.
400 medley feminino –
A marca de Joanna Maranhão e a quebra do mais antigo recorde da natação brasileira foi tão bom e importante que a desclassificação da canadense e a medalha de bronze conquistada por ela ficou totalmente em segundo plano. Foi um quarto lugar para se comemorar e que virou bronze pela decisão de desclassificar a campeã da prova, Emily Overholt.
Joanna abriu em quarto lugar com parciais de 30.01 e 1:03.27 no borboleta. No costas manteve a posição com 2:14.80, parcial de 1:11.53, um bom nado mas que poderia ter um pouco de mais de frequência. O peito foi 1:20.79 e a posição foi a mesma. No crawl, Joanna esbocou uma reação e parecia levar o bronze, passou os primeiros 50 metros com 31.86 e fechou 30.62 para 1:02.48. Sydney Pickrem do Canadá fechou os últimos 50 metros com 30.76, mas mesmo assim bateu Joanna por quatro centésimos.
O 4:38.07 de Joanna quebrou estes longos 11 anos de 4:40, sete vezes neste inquebrável recorde brasileiro, o mais antigo da nossa natação. A marca coloca Joanna de volta no cenário internacional da prova.
Gabriele Roncatto ficou em segundo na série B com 4:53.49, dois segundos abaixo do seu tempo na eliminatória, mas dois segundos acima do seu melhor tempo feito no Open de dezembro passado.
400 medley masculino –
Um drama sem fim, uma prova que seria histórica e virou um pesadelo. Thiago venceu, mas não levou. O drama todo da desclassificação e que merece um resumo dos mais extensos.
Nada pode ofuscar o resultado fantástico e a vitória de Brandonn Almeida, novo campeão panamericano e novo recorde mundial júnio com 4:14.47. Brandonn passou o borboleta arriscando, 58.88, cresceu como esperado no costas com 2:02.16, parcial de 1:03.28 virando na terceira posição. Foi no peito que Brandonn passou para segundo, parcial de 1:13.75 para fechar incrivelmente forte no crawl com 58.56. Ainda deu uma pequena deslizada no final, mas um tempo de padrão mundial coroando todo o seu treinamento.
Luke Reilly do Canadá chegou em segundo, sempre brigando pela posição com Brandonn, mas sem o final de prova do brasileiro e finalizando com 4:16.16. O bronze foi americano, Max Williamson com 4:16.91.
Thiago Pereira fez uma prova equilibrada, não exagerou no início, passou 57.71 de borboleta, 1:02.77 de costas, 1:12.03 de peito, e sentiu o final no crawl. Venceu com 4:14.08 e os últimos 100 metros foram para 1:01.47. Os detalhes da sua classificação e toda a luta para o protesto vão ser descritos em outro artigo.
100 borboleta feminino –
Kelsi Worrell impressionou o mundo nas eliminatórias com o 57.24, terceiro tempo do mundo e, mesmo vencendo na final, com 57.78, assustou muita gente. Quase perde a prova, as canadenses foram para cima e chegaram bem próximo. Noemie Thomas ficou em segundo com 58.00 e Katerine Savard em terceiro com 58.05.
Daynara de Paula fez uma bela prova, principalmente até os 75 metros. Passou em segundo com 26.69, mas foi incapaz de fechar bem. Seu segundo parcial, 31.69, foi bem acima das adversárias e para quem brigava pela prata, acabou em quarto com 58.56.
Daiene Dias foi melhor do que nas eliminatórias, mas sempre distante, virou em quinto com 27.42, voltou 31.32, nadou para 58.74, mantendo o quinto lugar do início até o fim.
100 borboleta masculino –
Com a saída de Mauricio Fiol do Perú da prova, entrou o guatemalteco Luiz Martinez, mais um na casa dos 52 segundos. A prova foi equilibrada, como havia sido na eliminatória e novamente pouco mais de sete décimos separaram o primeiro do oitavo colocado. Vitória para o americano Giles Smith com 52.04, batendo o recorde panamericano de Kaio Márcio desde 2007 com 52.05. O argentino Santiago Grassi, de apenas 18 anos de idade, chegou em segundo com novo recorde nacional de seu país para 52.09. O canadense Santo Condorelli nadou para 52.42 com o bronze depois de ser o mais rápido no parcial com 24.14.
Arthur Mendes Filho passou na sexta posição com 24.44 e fechou 28.29, terminou em sétimo lugar com 52.73.
Revezamento 4×200 livre feminino –
Mais um grande revezamento das mulheres do Brasil. A esperança do ouro existia, e mesmo tendo ficado dois segundos atrás dos Estados Unidos, a prata foi comemorada, e com razão. O novo recorde sul-americano é padrão mundial com 7:56.36 resultado dos esforços de Manuella Lyrio 1:58.98, Jessica Cavalheiro 1:59.03, Joanna Maranhão 1:59.31 e Larissa Oliveira 1:59.04. A combinação dos resultados foi ótima, o tempo espetacular, mas poderia ser ainda melhor. Estamos falando em um revezamento que estando a mais de um ano dos Jogos do Rio 2016 já pode estar nadando na casa do 7:54,se não for menos.
As americanas foram as campeãs e novos recordistas panamericanas com 7:54.32 a destacar o parcial de Allison Schmitt com 1:55.98. O Canadá levou o bronze com 7:59.36.
Com toque ou sem toque, simultâneo ou não, o tempo do Thiago Pereira não foi nada demais.