Nada melhor do que um ABCÊ para entender e ver o que nos espera nestes próximos oito dias de muita emoção. Veja o que a Best Swimming conseguiu montar no Abecedário do Mundial de Kazan.

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A de ausentes, sim, por incrível que pareça. merece destaque, e muito. Afinal, são nomes como Michael Phelps, o maior nadador olímpico da história (22 medalhas sendo 18 de ouro) e maior medalhista em Mundiais (33 medalhas sendo 26 de ouro). Phelps não participa do Mundial de Kazan suspenso pela USA Swimming por ter dirigido embriagado no ano passado. Outros ausentes de peso são Mireia Belmonte da Espanha, James Magnussen e Belinda Hockin da Austrália, Yannick Agnel da França, Kosuke Hagino do Japão, Therese Alshammar da Suécia, todos estes por lesão; e mais Tae Hwan Park da Coréia do Sul e Kylie Palmer da Austrália suspensos por doping.

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O B tem de ser de Brasil, seleção que vem embalada dos Jogos Pan Americanos fazendo a sua melhor performance da história com 26 medalhas e 10 ouro, 12 recordes pan-americanos, 10 recordes sul-americanos e três recordes brasileiros. Agora, no Mundial, com 25 atletas, a esperança de confirmar a boa fase da natação brasileira em busca de marcas expressivas para o Rio 2016.

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C vai para o sul-africano Chad Le Clos que na ausência de Michael Phelps tem se tornado no grande nome da natação mundial. Eleito melhor nadador do mundo do ano passado pela FINA fez um grande Mundial de Piscina Curta em Doha, no Catar, vencendo as três provas de borboleta (50, 100 e 200 metros) e mais os 200 livre, programa que vai repetir em Kazan.

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D é de dinheiro, e muito dinheiro. Aumento de 50% na premiação total dos atletas do Mundial de Kazan. Antes, ouros valiam 15 mil dólares, agora são 20 mil. A premiação ia até o sexto lugar, agora oitavo. Recordes mundiais valem 30 mil dólares extras. A natação paga no total 2,5 milhões de dólares, o Campeonato Mundial todo paga 5,5 milhões de dólares.

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E vai para os Estados Unidos, maior vencedor dos Mundiais, invictos desde 2001 em Fukuoka, e que trazem a maior equipe para a competição. São 50 nadadores, um time relativamente novo, idade média de 24 anos para os homens e 21 para as mulheres. Do total, 21 são olímpicos, destes 13 são medalhistas de ouro. Apenas dois são estreantes em seleções nacionais absolutas. Este grupo, sem Phelps, encara o Mundial depois de uma temporada bem fraca em 2014 e repetindo em 2015 com poucas aparições no ranking mundial.

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F é para Florent Manaudou, o francês que virou o favorito da velocidade mundial. Dono das três melhores marcas do mundo em 2015 nos 50 livre, capaz de nadar nove vezes na casa dos 21 segundos na prova, Manaudou virou o líder nas bolsas de apostas. Ele já era em 2013, quando acabou em quinto lugar no Mundial de Barcelona. A diferença, é que agora, o francês tem nadado com muita frequência próximo das suas melhores marcas. Em Kazan, vai nadar apenas os 50 borboleta e os 50 livre.

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G é saudando a volta de Grant Hackett. O australiano de 35 anos de idade, se aposentou em 2008, voltou no ano passado, e com pouco mais de cinco meses conseguiu vaga na seleção nacional onde vai nadar o revezamento 4×200 livre. Vai para o seu sexto Mundial, tem 18 medalhas conquistadas em Mundiais sendo dez delas douradas.

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Haiti e Kosovo, duas nações fazem suas estreias no mundo da natação. Haiti, o país mais pobre das Américas, já fez a sua estreia nos Jogos Pan Americanos, agora traz o mesmo nadador para o Mundial acompanhado de outro companheiro, este ainda mais lento. Está inscrito com 2:29 nos 100 livre. Kosovo é uma das nações mais jovens do mundo. Vem com dois nadadores que não devem passar das eliminatórias, mas pelo menos marcam a entrada do país no mundo aquático.

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Iron Lady, sim ela merece um destaque especial. Katinka Hosszu está inscrita em sete provas individuais (100 e 200 livre, 100 e 200 costas, 200 e 400 medley e 200 borboleta). O atleta que mais nada depois dela tem quatro provas. Katinka tem impressionado o mundo com seus roteiros carregados de provas e quando se esperava um programa mais light, ela chega a Kazan disposta a fazer história. Se cumprir todas as provas, ainda com o revezamento 4×200 livre, Katinka chega a 4.200 metros de provas entre eliminatórias, semifinais e finais.

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J é de juventude, o fim dos trajes tecnológicos deixou a coisa complicada para os nadadores veteranos e trouxe uma imensa quantidade de nadadores mais jovens. Os Campeonatos Mundiais Júniors e os Jogos Olímpicos da Juventude tem sido formadores e reveladores de talentos para as competições maiores. Dos 25 nadadores que o Brasil terá em Kazan, dez vieram destas competições. É evidente a baixa de média de idade nos rankings mundiais e este Mundial vai comprovar isso.

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Kazan é a capital do Tartaristão, uma das 83 regiões da Rússia. Cidade localizada na convergências dos rios Volga e Kazanka, tem um milhão e meio de habitantes. É uma cidade milenar e completou 1.010 anos esta semana. Foi sede das Universíades em 2013, agora o Mundial de Esportes Aquáticos. Em 2017, recebe algumas partidas da Copa das Confederações e em 2018 é uma das sedes da Copa do Mundo de Futeobol. Grande centro cultural, comercial e industrial, e um dos mais importantes focos da cultura tártara. A arquitetura da cidade está classificada como um dos patrimônios históricos da humanidade.

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L vai para Ledecky, Katie Ledecky, talvez a maior barbada deste Mundial. A jovem americana de 18 anos vai nadar os 200, 400, 800 e 1500 livre. Defendendo os títulos de 400, 800 e 1500, Katie Ledecky acumula os recordes mundiais desta prova. Nunca uma nadadora foi capaz de vencer as quatro provas no mesmo Mundial. Apenas dos 400 aos 800 onde além de Katie Ledecky, a alemã Hannah Stockbauer fez em 2003.

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M para o que todo mundo quer, medalha! As medalhas do Mundial são grandes e bonitas. Foram resultados de um concurso nacional que teve 29 concorrentes. O vencedor foi a medalha “A profundidade da água” criada pela Paradox Advertising Studio da República de Bashkortostão, na Rússia.

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N de novas provas, os mistos! O Mundial de Kazan é o Mundial dos mistos. Entrou a prova sincronizada mista nos saltos ornamentais, entrou a prova do dueto misto no nado sincronizado e a natação vai ter pela primeira vez a disputa dos revezamentos mistos 4×100 livre e 4×100 medley. O Presidente da Federação Russa de Natação, Vladimir Salnikov, chegou a anunciar que as duas provas mistas devem estar no programa olímpico já a partir de Tóquio 2020. Não tem nada confirmado, mas como é uma tendência mundial e interesse do COI, é bem provável.

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O do maior sonho de todos os atletas que estarão em Kazan. A Olimpíada é a imagem de todos faltando alguns dias para se comemorar o último ano que falta para a maior festa do esporte mundial. Em Kazan, os tempos já são válidos para a obtenção de índices olímpicos, embora os grandes países decidem suas equipes apenas nas seletivas do próximo ano. O Mundial de Kazan também é a oportunidade dos nadadores de Universalidade (sem índices olímpicos) fazerem a sua primeira aparição. Para os nadadores de Universalidade que estarão no Rio, é mandatária a presença deles em Kazan. No dia 5 de agosto, no meio das disputas da natação, se comemora o um ano que falta para o Rio 2016.

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Peaty, Adam Peaty, o único recorde mundial batido em 2015. E que recorde! O primeiro homem da história a quebrar a barreira dos 58 segundos nos 100 metros peito. É líder do ranking da temporada nos 50 e 100 peito e ainda bem colocado nos 200 peito. Maior esperança britânica para a competição é o favorito para a prova. No ano passado, depois de vencer o Europeu e bater o recorde mundial dos 50 peito foi vice no Mundial de Curta em Doha, no Catar, atrás do brasileiro Felipe França.

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Quota, é a palavra. Ela define o número de vagas que estão disponíveis e o sistema para se chegar aos Jogos Olímpicos. Desde 1o de março deste ano e até junho de 2016, competições oficializadas pela FINA são elegíveis para os atletas fazerem suas marcas olímpicas. Existem os índices A que dão vagas automáticas e são baseados no 16o tempo das eliminatórias dos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Quem faz os índices A pode ter até dois nadadores por prova. Os índices B é uma adição de 3,5% nas marcas A e dão apenas uma vaga por prova. Entretanto, estas vagas só são disponibilidades após os classificados pela marca A, os classificados pelo revezamento e os nadadores pela Universalidade. No total, este sistema de quotas não pode superar os 900 nadadores. Vai faltar vaga!

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Revezamento é o ponto alto deste Mundial. Além da novidade das provas mistas, as atenções estão voltadas para os revezamentos olímpicos, o 4×100 livre, 4×200 livre e 4×100 medley, todos valendo vaga para o Rio 2016. Para que isso aconteça, as equipes precisam estar entre as 12 primeiras classificadas da prova. O Brasil nunca classificou os seis revezamentos ao mesmo tempo para uma Olimpíada. Vai para Kazan disposto a mudar esta história.

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Sarah Sjoestroem é a nadadora do momento. A sueca quebrou o recorde mais absurdo da natação mundial dos últimos tempos. Foi os 50 borboleta no ano passado com a marca incrível de 24.43. Para quem achava que tinha sido um acidente, um erro da cronometragem, já nadou outras três vezes abaixo dos 25 segundos. Em Kazan, é a franca favorita para levar os títulos dos 50 e 100 borboleta e ainda briga pelas medalhas dos 50 e 100 livre. Mesmo com o segundo melhor tempo do mundo na temporada nos 200 livre, abriu mão de disputar a prova. Sjoestroem foi campeã mundial dos 100 borboleta em 2009 quando tinha apenas 15 anos de idade e voltou a vencer no último Mundial em 2013.

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T é de tetra, um tetra que pode ser difícil mas não podemos deixar de ir atrás disso. César Cielo comprometeu toda a sua temporada para este objetivo. Abriu mão do Pan, fez uma programação especial na Holanda e chegou antes a Kazan. Tudo para se Tornar no primeiro Tetra campeão da história dos 50 livre. Na briga por este Título Terá de enfrentar o francês Florent Manaudou, atual líder do ranking mundial, campeão mundial de curta no ano passado e que Também foi o melhor Tempo do mundo em 2014. Vai ser difícil, mas não se pode deixar de Tentar.

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União para o grupo brasileiro, algo como nunca se viu. Os depoimentos, as atitudes, o trabalho que vem sendo feito na Seleção Brasileira salta aos olhos. A integração do grupo foi vista em Toronto no Pan, repetiu-se na aclimatação em Rio Maior e agora esperamos dar aquele salto no Mundial de Kazan. Para quem acompanha a natação brasileira há anos sabe que existe uma mudança radical no comportamento. Fruto do trabalho dos treinadores e principalmente da atitude dos atletas.

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V de virada para Ryan Lochte, nadador americano acostumado a nadar muitas provas e que vai para Kazan nadar apenas duas, os 200 livre e 200 costas. Nos 200 livre, Lochte não promete, mas se espera que aplique a sua nova virada de crawl onde usa e abusa da habilidade do nado submerso. Lochte junto com seu técnico Dave Marsh tem um submerso melhor nadando de costas e poderá mudar a técnica de virada ao executar tal movimento. A técnica fazer uma cambalhota pura e se estender no nado submerso até próximo dos 15 metros na posição  dorsal quando faria o giro para o nado com a primeira braçada. Técnica a se conferir.

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XVI é o 16o Campeonato Mundial dos Esportes Aquáticos. Competição que começou em 1973 com natação, saltos ornamentais, polo aquático e nado sincronizado em Belgrado na antiga Iugoslávia. As águas abertas entraram em 1991, o high diving em 2013. Primeiro o evento era a cada dois anos, depois a cada quatro, e mais recentemente voltou a ser a cada dois. Desde 2007 tem premiação em dinheiro para os medalhistas, depois estendido aos seis primeiros e agora para os oito primeiros colocados. Esta é a oitava vez que o Mundial será na Europa, outras três na América, três na Oceania e três na Ásia. Ganhando atletas e países a cada edição, Kazan vai ter 2.500 atletas e 190 países.

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Y vai para Sun Yang, o chinês que domina o fundo nos últimos anos. Recordista mundial dos 1500 livre, venceu com facilidade as três provas de fundo no último Mundial em Barcelona. Suas marcas ainda estão bem a frente dos concorrentes, mas de lá para cá Sun Yang foi mais destaque fora d’água. Primeiro testou positivo num torneio nacional e suspenso por três meses em punição que foi “escondida” pela federação chinesa. Só se soube depois que havia “cumprido” a pena. Depois se envolveu numa acidente de trânsito, e sem carteira de habilitação, foi parar na prisão. Foi suspenso pela Federação Chinesa e aceito de volta na seleção nacional. As polêmicas ainda incluem trocas de treinador, brigas com a imprensa e a proibição de poder treinar na Austrália devido a sua punição por doping. Este Mundial, vai ser a oportunidade para sabermos se Sun Yang continua a ser o melhor nadador de fundo da atualidade.

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Z de Zimbabwe, uma volta ao cenário internacional para Kirsty Coventry, duas vezes campeã olímpica e afastada das grandes competições desde os Jogos de Londres 2012. Em Kazan, fará o seu sétimo Mundial numa carreira que inclui mais de 20 medalhas internacionais. Destas, sete são olímpicas e oito de Mundiais. Aos 31 anos de idade, Coventry também ocupa lugar de destaque na política do esporte. É integrante ativa do Comitê Olímpico Internacional representando os atletas e faz parte do comitê de Tóquio 2020. Afastada dos treinos por alguns meses, Kirsty Coventry está de volta, agora treinando com Dave Marsh no SwimMac, técnico que já havia trabalhado com ela na sua época de Universidade de Auburn.

7 respostas
  1. Alexandre Madsen
    Alexandre Madsen says:

    Tentar??? Cielo vai defender o título dos 50 livre, Coach!!! Tricampeão vigente!!!! Quem tem que tentar é o Manaudou, que disputou Shanghai 2011 e Barcelona 2013 e ficou fora do pódio!!! Longa # Curta!!! Não se esqueça, Coach!!! Se o narrador for o Mílton Leite, vai repetir o Galvão : “É tetraaa!!! É tetraa!!!”…kkkk

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