Felipe França em 4o nos 50 peito e Brasil classifica para 4 finais

Foi assim o quarto dia do Mundial de Kazan, veja o resumo prova a prova.

100 LIVRE MASCULINO SEMIFINAL –

Marcelo Chierighini. Campeonato Mundial de Desportos Aquaticos no Kazan Arena. 05 de agosto de 2015, Kazan, Russia. Foto: Satiro Sodre/SSPress

Depois de dos dois brasileiros nadando para 48 na eliminatória, novamente os dois na semifinal. Novamente, Marcelo Chierighini um pouco melhor 48.37 depois de passar com 22.95 e voltar com 25.42. Ficou com o sexto tempo. Matheus Santana ficou em nono com 23.33 de parcial e volta de 25.19 com 48.52. Para entrar na final, 48.49 do canadense Santo Condorelli.
Cameron McEvoy, o australiano que decepcionou nos 200 livre fechando raia na final de ontem, foi o único na casa dos 47 segundos. Fez o melhor tempo com 47.94 depois de 22.97 de parcial. Depois dele, o chinês Zetao Ning 48.13, o argentino Federico Grabich 48.20, Pieter Timmers da Bélgica 48.22, o americano Nathan Adrian 48.36, Chierighini 48.37, o russo Alexander Sukhorukov 48.40 e Condorelli 48.49.
Nomes consagrados como Fabien Gilot da França (48.56 em 11o), Jeremy Stravius da França (48.65 em 13o), Marco Orsi da Itália (48.69 em 14o).
Foram todos os nadadores na casa dos 48 novamente, o 15o lugar foi o japonês Shirin Shioura com 48.96.
O russo Vlad Morozov foi desclassificado por uma saída MUITO escapada. Movimento que chegou até prejudicar outros nadadores assustados com a saída de Morozov.
Este é o terceiro Mundial de Marcelo Chierighini e ele vai para a sua segunda final de Mundial. Em 2013, ele foi o sexto colocado com 48.28. É a 10a vez que um brasileiro chega a final de Mundial na prova dos 100 livre, a prova com maior número de finais de nossa natação em Mundiais de Longa.

50 COSTAS FEMININO SEMIFINAL –

Etiene Medeiros. Campeonato Mundial de Desportos Aquaticos no Kazan Arena. 05 de agosto de 2015, Kazan, Russia. Foto: Satiro Sodre/SSPress

Etiene Medeiros nadou muito, fez 27.41 com grande saída e boa chegada, cansou um pouco no final e caiu para cima da raia. Mesmo assim, ficou a três centésimos do seu melhor deste ano e quatro do recorde sul-americano. Ao final da primeira série, tinha o primeiro e o segundo tempo do mundo na temporada.
Na série seguinte, a chinesa parece que escutou a mensagem de Etiene nas suas entrevistas pela manhã falando em recorde mundial. Yanhui Fu nadou para 27.18 a melhor marca da história sem trajes e apenas 12 centésimos do recorde mundial de Jing Zhao desde 2009.
No total, foram sete nadadoras na casa dos 27 segundos. Depois de Etiene, Mie Nielsen da Dinamarca 27.63, Xiang Liu da China 27.67, Emily Seebohm 27.70, Madison Wilson 27.83, Lauren Quigley 27.88, Theodora Drakou, a grega, o patinho feio da final de amanhã com 28.01.
Esta foi a segunda final de Mundial de Longa para Etiene. Ela ficou em quarto lugar nesta prova em 2013 que é a melhor colocação da natação feminina em Mundiais de Longa. Com a sua classificação para a final, é a quarta final brasileira nos 50 costas, a única prova do Mundial onde temos mais mulheres com finais do que homens.

200 BORBOLETA MASCULINO –
Chad Le Clos é um monstro e quando a gente pensa que ele se foi, ele tira forças não sei daonde para atacar novamente. O sul-africano não conseguiu repetir o título da prova, mas não desistiu até a última braçada.
O veterano Laszlo Cseh de 30 anos venceu com 1:53.48, mais compassado, mais tranquilo soube a hora de atacar e foi fulminante. Le Clos saiu forte mas não conseguiu segurar a técnica, ou o que sobra dela, e quando parecia estar fora da disputa ainda voltou a carga terminando em segundo lugar com 1:54.10.
O polonê sJa Switkowski foi a surpresa levando o bronze com 1:54.10.
A decepção ficou com o primeiro colocado do ranking mundial até as eliminatórias deste Mundial, Daiya Seto que terminou em sexto lugar com 1:55.16.
Na briga de parciais entre Cseh e Le Clos:
Cseh 25.18, 54.21 (29.03), 1:23.54 (29.33), 1:53.48 (29.94)
Le Clos 24.81, 54.13 (29.32), 1:24.33 (30.20), 1:53.68 (29.35)
Este é o sétimo Mundial de Laszlo Cseh e a 11a medalha em Mundiais, a segunda de ouro. A sua última havia sido o título dos 400 medley em Montreal 2005.

200 LIVRE FEMININO –
Quando ela abriu os primeiros 50 metros em terceiro já se pensava que o título era dela. E não deu outra, Katie Ledecky no caminho de fazer (mais) história venceu o seu terceiro ouro neste Mundial com 1:55.16. Bateu a italiana Federica Pellegrini prata com 1:55.32 e Missy Franklin bronze com 1:55.49.
Ledecky abriu com 27.16, 56.27 (29.11), 1:25.83 (29.56) e 1:55.16 (29.33).
O tempo igualou a sua melhor marca pessoal e lhe colocou no caminho para se tornar na primeira nadadora da história a vencer as provas de 200, 400, 800 e 1500 livre. Ainda faltam os 800 livre no último dia de competição, mas com certeza o tempo de parcial dos 1500 de sua vitória de ontem vai ser o suficiente para bater qualquer adversária.
Federica Pellegrini acabou fazendo um final de prova ainda melhor do que Ledecky com 29.23 contra 29.33 . A prata completa seis medalhas em seis finais de Mundial. Agora, são dois títulos, três pratas e um bronze em seis anos.
A holandesa Femke Heemskerk que chegou, e permanece, como o melhor tempo do mundo nesta competição com 1:54.68, ficou em oitavo lugar dpeois de tentar sair forte mas sem conseguir manter o padrão fechou com 1:56.79.
Outra que se esperava mais, Katinka Hosszu da Hungria, terminou em quinto lugar com 1:56.19.

50 PEITO MASCULINO –

Felipe Franca. Campeonato Mundial de Desportos Aquaticos no Kazan Arena. 05 de agosto de 2015, Kazan, Russia. Foto: Satiro Sodre/SSPress

A briga foi boa e não ficou restrita a Adam Peaty e Cameron van der Burgh. Na saída, o melhor no vôo e entrada na água foi o americano Kevin Cordes. Na filipina, Felipe França e van der Burgh. A briga esteve quase o tempo todo entre os dois, Peaty só apareceu no final, com uma eficiência e tanto. Venceu com 26.51 deixando van der Burgh em segundo com 26.66 enquanto que Felipe perdia o bronze com uma chegada mal coordenada, deslizada e ainda jogando os braços para baixo. Melhor para Cordes que marcou 26.86 batendo o brasileiro por um centésimo.
Foi o terceiro 26.87 da carreira de França. É seu melhor tempo da era pós-trajes, feitos no Maria Lenk de 2012, na semifinal e agora na final.
Mesmo com a chegada errada, a perda da medalha, Felipe absorveu bem o resultado e saiu satisfeito.

200 BORBOLETA FEMININO SEMIFINAL –

Joanna Maranhao. Campeonato Mundial de Desportos Aquaticos no Kazan Arena. 05 de agosto de 2015, Kazan, Russia. Foto: Satiro Sodre/SSPress

Katinka Hosszu descansou apenas 17 minutos depois do quinto lugar nos 200 livre. E não ajudou muito. Ficou em 13o lugar com 2:08.91.
Para entrar na final, Yilin Zhou da China com 2:07.69 foi a oitava. Duas nadadoras na casa dos 2:06, Natsumi Hoshi do Japão com 2:06.36 e a alemã Franziska Hentke com 2:06.64.
Joanna Maranhão terminou em 16o lugar, repetiu sua colocação de 2013. Nadou para 2:09.69, seu terceiro 2:09 em duas semanas. Fez 2:09.39 na final do Pan em Toronto, recorde sul-americano, 2:09.77 nas eliminatórias e agora oito centésimos mais rápido.
Seus parciais foram bem mais controlados do que pela manhã confira:
Eliminatórias – 29.75, 1:02.63, 1:35.97, 2:09.77
Semifinal – 30.50, 1:02.75, 1:35.87, 2:09.69

200 MEDLEY MASCULINO SEMIFINAL –

Thiago Pereira. Campeonato Mundial de Desportos Aquaticos no Kazan Arena. 05 de agosto de 2015, Kazan, Russia. Foto: Satiro Sodre/SSPress

O Brasil coloca dois nadadores em uma final de Mundial, é a nona vez que isso acontece na história dos Mundiais.
Thiago Pereira entrou com o terceiro tempo 1:57.33 e Henrique Rodrigues foi o sétimo com 1:58.45.
Thiago venceu sua série com parciais de 25.23, 54.22 (28.99), 1:27.82 (33.60) e 1:57.33 (29.51). Sua quarta final de Mundial tentando subir ao pódio como em 2013 quando foi bronze. Ele ainda foi quarto colocado em 2007 e 2009 e sexto em 2011.
Henrique fazia a sua quarta semifinal de 200 medley e chega a sua primeira final. Os parciais de Henrique: 25.63, 54.93 (29.30), 1:29.33 (34.40) e 1:58.45 (29.12).
Aconteceu um empate na oitava posição entre Conor Dwyer dos Estados Unidos e o britânico Roberto Pavoni com 1:58.54. No desempate realizado após o revezamento, deu o americano com 1:58.18 contra 1:58.26 de Pavoni. Dwyer vai nadar na raia 8 na final de amanhã.

800 LIVRE MASCULINO –
Nadando de forma negativa, sempre controlando e atacando na hora certa, somente para vencer, mais uma emotiva vitória para o chinês Sun Yang, simplesmente imbatível nas provas de fundo na atualidade. Venceu com 7:39.96 deixando o italiano Gregorio Paltrinieri em segundo com 7:40.81, quebrando o recorde europeu.
O australiano Mack Horton fez 7:44.02, sua melhor marca pessoal, terminando em terceiro na sua primeira medalha em Mundiais. Ele que havia decepcionado por chegar a competição com o 1o tempo do mundo nos 400 livre e nem ter passado das eliminatórias agora leva o bronze na sua estreia em Mundiais de Longa.
Os parciais de Sun Yang:
55.70, 1:53.61, 2:51.70, 3:50.27, 4:48.53, 5:46.70, 6:44.60, 7:39.96.
A cada 400 metros, 3:50.27, 4:49.69.
Sun Yang é o primeiro tri campeão mundial dos 800 livre em Mundiais e a China agora acumula quatro consecutivos títulos desde 2009. Zhang Lin em Roma 2009, e os três títulos de Sun Yang 2011, 2013 e 2015.

REVEZAMENTO 4X100 MEDLEY
A justiça tarda, mas chega. A Grã-Bretanha venceu com 3:41.71 novo recorde mundial batendo a marca que os Estados Unidos lhe tomaram nas eliminatórias de 3:42.33 e recuperando o que a LEN lhe prejudicou no ano passado no Campeonato Europeu.
Os britânicos haviam vencido a prova e estabelecido novo recorde mundial no Europeu de Berlim com 3:44.02. A LEN esqueceu de testar as coletas anti-doping para EPO, uma das exigências das formalidades que o estabelecimento de recordes mundiais determina. A FINA quando comunicou da irregularidade, era tarde, as amostras já não serviam para análise.
Os britânicos não deram chance a ninguém. Lideraram de ponta a ponta com Chris Walker-Hebborn de costas com 52.94, depois Adam Peaty 57.98, Siobhan Marie O’Connor 57.02 e Fran Halsall fechando 53.77.
Os americanos ficaram em segundo num distante 3:43.27 piorando e muito a marca das eliminatórias. Especialmente Ryan Murphy que havia aberto o revezamento pela manhã para 52.18 e agora nadou para 53.31.
A Alemanha completou o pódio com 3:44.13.
Os russos aprenderam uma lição. Não se arma revezamento misto com duas mulheres abrindo, principalmente quando os adversários colocam dois homens. E assim foi. Anastasia Fesikova, Yulia Efimova, Daniil Pahomov e Vlad Morozov ficaram distantes demais e só levaram o quinto lugar.