Sinal vermelho, alerta, apreensão. Estes foram os primeiros reflexos dos resultados alcançados pela Seleção Brasileira no Campeonato Mundial de Kazan combinados com outras opiniões mais pesadas de fracasso e decepção. Existe muita relação no que se viu no Mundial e o que veremos no Rio 2016, mas nada disso é absoluto.

Para evidenciar isso, fizemos uma pesquisa relacionando os resultados do Mundial de Shanghai 2011 com os pódios de Londres 2012. Os resultados mostram que existem algumas coisas que se repetem, outras nem tanto.

São 13 provas olímpicas, delas apenas quatro campeões olímpicos de 2012 foram campeões mundiais em 2011. Nenhum dos campeões olímpicos de Londres era desconhecido no Mundial de 2011.

Dos 13 campeões olímpicos de Londres, apenas um não estava no Mundial do ano anterior. Foi Matt Greevers dos Estados Unidos que estava punido por indisciplina pela USA Swimming e afastado da seleção americana.

Dos 39 medalhistas individuais de Londres, 29 participaram do Mundial de Shanghai 2011. Deles, apenas o japonês Kosuke Hagino era totalmente desconhecido do cenário internacional. Naquele ano, Hagino foi destaque no Mundial Júnior que aconteceu um mês depois de Shanghai em Lima, no Perú

Como foram os resultados dos medalhistas olímpicos de 2012 no Mundial de Shanghai em 2011:

50 livre masculino
O francês Florent Manaudou campeão e recordista olímpico com 21.34 nadou apenas os 50 borboleta no Mundial de Shanghai. Ficou em quinto lugar com 23.49. O americano Cullen Jones vice campeão em Londres com 21.54 nem passou das eliminatórias com 22.37. César Cielo bronze com 21.59 nadou três provas no Mundial. Foi ouro nos 50 livre com 21.52 e também venceu os 50 borboleta e ficou em quarto lugar nos 100 livre.

100 livre masculino
Campeão olímpico em Londres com 47.52, Nathan Adrian ficou em sexto lugar nos 100 livre em Shanghai com 48.23. Ainda nadou os 50 livre ficando na quarta colocação com 21.93. O vice campeão James Magnussen da Austrália com 47.53 foi o campeão mundial de Shanghai com 47.63. Brent Hayden do Canadá que levou o bronze olímpico foi o vice da prova em Shanghai com 47.95.

200 livre masculino –
Campeão olímpico dos 200 livre foi o francês Yannick Agnel com 1:43.14. No Mundial de Shanghai, ficou em sexto lugar nos 200 e 400 livre. Nos 200 livre seu tempo baixou de 1:44.99 em Shanghai para 1:43.14 em Londres. A prata de Londres ficou dividida entre Tae Hwan Park da Coréia do Sul e Sun Yang da China. Em Shanghai, Tae Hwan Park venceu os 400 livre e foi quarto nos 200. Sun Yang venceu os 800 e 1500 além de uma prata nos 400 livre. Nem disputou os 200 livre.

400 livre masculino –
Em Shanghai, Tae Hwan Park foi ouro com 3:42.04 e Sun Yang com 3:43.24. Em Londres, deu o contrário, Syn Yang com 3:40.14 e novo recorde olímpico e Tae Hwan Park em segundo com 3:42.06. Medalha de bronze olímpica o americano Peter Vanderkaay com 3:44.63 foi quarto colocado em Shanghai com 3:44.83.

1500 livre masculino –
Sun Yang bateu o recorde mundial dos 1500 livre pela primeira vez no Mundial de Shanghai com 14:34.14. Em Londres, no ano seguinte, voltou a vencer e novo recorde mundial 14:31.02. Ryan Cochrane do Canadá foi prata em Shanghai e prata em Londres baixando seu tempo de 14:44.46 para 14:39.63. O bronze mudou de Gergo Kis da Hungria em Shanghai para Oussama Mellouli em Londres. Mellouli estava em Shanghai, mas terminou em 15o lugar com 15:13.56 baixando significativamente para a Olimpíada com 14:40.31.

100 costas masculino –
Matt Greevers campeão olímpico em Londres com 52.16 quebrando o recorde olímpico não estava no Mundial de Shanghai. Não conseguiu vaga para a seleção americana. Nick Thoman também americano estava em Shanghai e foi quarto colocado com 53.01. No ano seguinte, na Olimpíada foi prata com 52.92.
O bronze de Ryosuke Irie do Japão foi duplo, tanto no Mundial com 52.98 como na Olimpíada 52.97.

200 costas masculino –
O pódio dos 200 costas de Londres é um dos poucos que se repetiu de Shanghai, sendo que as posições foram diferentes. O campeão de Shanghai foi Ryan Lochte, o vice o japonês Ryosuke Irie e o bronze Tyler Clary. Na Olimpíada, Clary levou o ouro, Irie a prata e Lochte o bronze.
Clary melhorou de 1:54.69 para 1:53.41 e bateu o recorde olímpico. Irie melhorou de 1:54.11 para 1:53.78 e Lochte foi o único a piorar de 1:52.96 para 1:53.94.

100 peito masculino –
O campeão olímpico e recordista mundial Cameron van der Burgh da África do Sul com 58.46 foi bronze em Shanghai com mais de um segundo acima 59.49. O vice Christian Sprenger da Austrália com 58.93 nem chegou a final parando nas semifinais com 1:00.44. Brendan Hansen dos Estados Unidos bronze na Olimpíada nem pegou a seleção americana para a competição.

200 peito masculino –
Uma das poucas provas onde o campeão de Shanghai foi campeão em Londres. Daniel Gyurta se sagrou bi campeão mundial em 2011 com 2:08.41 e no ano seguinte quebrou o recorde mundial da prova com 2:07.28. Michael Jamieson da Grã-Bretanha, vice campeão olímpico em Londres, foi o quinto em Shanghai e o bronze olímpico de Ryo Tateishi nem na final da prova estava no Mundial.

100 borboleta masculino –
Michael Phelps repetiu o título de Shanghai para Londres, mas piorou significativamente seu tempo. No Mundial de 2011 venceu com 50.71, na Olimpíada 51.21. O russo Evgeny Korotyshkin prata olímpico dividida com Chad Le Clos foi quinto na prova do Mundial enquanto Le Clos parou na semifinal em 13o lugar.

200 borboleta masculino –
A grande zebra de Londres, Chad Le Clos foi quinto colocado nos 200 borboleta de Shanghai quase dois segundos atrás de Michael Phelps. Takeshi Matsuda do Japão, bronze na Olimpíada, foi vice campeão em Shanghai, em um raro pódio completo da Olimpíada que estava na final do Mundial.

200 medley masculino –
Michael Phelps se tornou no primeiro tri campeão olímpico da história ao vencer os 200 medley de Londres com 1:54.27, 63 centésimos a frente do seu compatriota Ryan Lochte. Em Shanghai, o resultado foi o inverso, com Lochte não só vencendo como também quebrando o recorde mundial com 1:54.00, 16 centésimos a frente de Phelps. Laszlo Cseh foi bronze nas duas, sendo que dos três foi o único que melhorou o seu tempo do Mundial para a Olimpíada.

400 medley masculino –
Do pódio olímpico de 2012, apenas Ryan Lochte estava na final dos 400 medley do Mundial de Shanghai, e vencendo. Thiago Pereira, vice campeão em Londres, optou por não nadar a prova e Kosuke Hagino do Japão nem fazia parte da seleção principal. Em 2011, estava disputando o Mundial Júnior.

12 respostas
  1. sergio
    sergio says:

    Trêss perguntas que um leigo faria:

    1) Se o Cielo é o recordista mundial, por que ele não nada os 100m, afinal de contas?
    2) Se Thiago Pereira é vice-campeão olímpico dos 400medley, por que ele não nada esta prova?
    3) Por que o Bruno Fratus não nada os 100m?

  2. Ale
    Ale says:

    Não sei se Phelps vai nadar duas provas no mesmo dia. Ele vai priorizar os 200 medley, 100 borboleta, o revezamento 4 x 200 e o revezamento medley, provas na qual ele vai tentar o tetra-campeonato olímpico inédito.
    Ele deve deixar os 200 borboleta de lado, pelo menos no Rio 2016. Vai que ele vira freguês do sulafricano, aí pega mal para sua biografia.
    200 medley ele, Phelps, tem uma lista de freguês desde 2004, semelhante a freguesia do Tenis, onde vários atletas não conseguiram vencer uma vez, Rafael Nadal e Roger Federer.
    Talvez essa freguesia que o Phelps tem na natação, seja a maior do esporte.

  3. Dory
    Dory says:

    Acho q deveríamos fazer a campanha “nada Thiago 2”,pra ver se o TP nada os 400 medley na Olimpíada.

  4. Lucas
    Lucas says:

    Concordo, acho que o Thiago seja nos 200 ou 400 tem chances, Bruno e Cielo nos 50 livre tudo pode acontecer.

  5. Eduardo Z
    Eduardo Z says:

    Coach, parabéns pelo trabalho!
    Uma alusão boa de ser feita é a relação k. Hagino x Brandon Pierry; quem sabe ele não apronta uma boa no Rio. Apenas a lamentar q a final dos 400 medley e do milique seja no mesmo dia!

    Forte abraço!

  6. swammer
    swammer says:

    Podemos ver prova por prova:

    50 Livre: chance de medalha com Cielo e Fratus
    100 Livre: chance de finais, mas chances muito remotas de medalhas
    200 Livre: sem chances
    400 Livre: sem chances
    1500 livre: sem chances
    100 costas: chance de final com Guido
    200 costas: sem chances
    100 peito: chance de final com Franca e Lima, e pequena chance de bronze
    200 peito: sem chances
    100 borboleta: sem chances
    200 borboleta: chances de final, mas sem chances de medalha com Phelps, Cseh, e le Clos
    200 medley: chance de final com Pereira e Henrique, mas nao vejo mais chances de medalhas com Phelps, Hagino, e RL nadando. Infelizmente esta parecendo mais um quarto lugar pro Pereira, o que e’ triste de ver. Mas pra pegar medalha ele tem que abaixar pelo menos 1.5 segundos e nao morrer no crawl. Nao vejo como.
    400 medley: vejo chances nitidas de medalha com o Pereira. Inclusive, acho que e’ a nossa melhor chance de medalha, mas nem sei se ele vai nadar.
    4 x 100 livre: chance de final. Sem chances de medalha.
    4 x 100 medley: chance de final.

    Isso se todo mundo nadar bem. Entaona realidade, nao da pra esperar mais que 1-2 medalhas de verdade. 3 seria uma grande vitoria.

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