A Seleção Brasileira do Norte-Nordeste concluiu mais uma campanha na Copa Pacífico, não foi a nossa melhor atuação, também não foi a noss amelhor representação. Conflito com a realização do Norte-Nordeste Interclubes, o Troféu Walter Figueiredo e Silva afetou diretamente a participação de alguns dos principais nadadores da região.

Mesmo assim, foi mais uma boa representatividade num torneio tão importante. O melhor resultado, entretanto, veio fora d’água, com a conquista do direito de sede para a realização da Copa Pacífico 2016, no ano olímpico, no país olímpico.

São Luís no Maranhão, como sede, Manaus como sub-sede, uma vitória do Brasil, do Norte-Nordeste e em especial do treinador Alexandre Nina, pessoa que tem sido o grande impulsionador do evento promovendo entre os atletas e treinadores da região.

A Best Swimming fez esta entrevista com o Professor Nina fazendo uma avaliação da participação brasileira na competição:

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BEST SWIMMING – Faça um balanço da campanha brasileira na competição.

ALEXANDRE NINA – Foi positiva, conquistamos 11 medalhas na Copa Pacífico e 4 medalhas na Copa Julio Maglione competindo contra seleções nacionais da América do Sul.

BS – Quais foram os maiores destaques da equipe?

AN – Izaac de Paula Jr. ouro nos 1500 livre, foi nossa única vitória. Ainda citaria Julia Nina, maior medalhista da equipe. Julia foi prata nos 400 e 800 livre e bronze nos 200 costas além de fazer parte do revezamento 4×100 medley misto medalhista de prata. Izaac, além de ser ouro na categoria Juvenil A ficou com a prata no absoluto além de outra medalha de prata nos 400 livre.

BS – Qual foi a revelação deste grupo?

AN – O bom desempenho dos medalhistas na Copa Pacífico, todos que medalharam conseguiram tais conquistas melhorando seus tempos. Assim, todos merecem este destaque.

BS – O conflito de datas com o Walter Figueiredo e Silva desfalcou a equipe para a competição?

AN – Não vejo tanta interrupção da participação por conta do Walter. Vejo mais falta de apoio. Os técnicos da região ainda não acreditam, não valorizam. E aqueles que dão valor as vezes não tem como interceder em favor de seus clubes. A verdade é que muitos não tem conhecimento do que significa a Copa Pacífico.

BS – Mas e este conflito de datas não poderia ser evitado?

AN – A Copa Pacífico nunca fez parte de nenhum calendário da CBDA. Nunca houve interesse em fazê-lo. Ela se manteve mais por minha insistência, pois acreditava como ponto de partida para uma vida internacional para meus atletas. A possibilidade de inclusão no calendário vai organizar esta situação.

BS – Nunca houve apoio da CBDA neste sentido?

AN – Sim houve. Só conseguimos chegar a este evento graças a solicitação do Presidente Coaracy Nunes quando o Brasil começou a participar representado pela região.

BS – Qual o motivo de estar neste evento, o que adiciona para a região?

AN – Melhora a competitividade da natação do Norte-Nordeste. Estamos nesta luta quase que sozinhos. Eu fiz por necessidade. Agora que os frutos começam a surgir. Mesmo assim, quase todos os melhores nadadores da região estiveram na competição. De tanto eu insistir conseguimos ser isoladamente os melhores, em algum momento.

BS – O que fica para o futuro desta participação?

AN – O bom fica a possibilidade de vivenciar o clima de uma seleção. A única diferença é a presença dos pais conosco. Eles pagam tudo. Mesmo assim, nestes anos consegui conduzir o grupo, minha função como dirigente tem funcionado.

BS – Você não tem atuado como técnico?

AN – Deixei de ser treinador nessa competição. Nem cronometro levo mais. Deixo meus atletas sob responsabilidade dos técnicos das categorias, sem problema e com confiança.

BS – A conquista da sede para 2016? Uma alegria?

AN – Muito contente. Luto por meu trabalho, foi recompensador. Além da sede de 2016 passamos a fazer parte do rodízio. Não somos somente convidados. Sempre poderemos sediar a partir de agora, obedecendo este rodízio.

BS – E teve a inclusão das águas abertas na competição?

AN – Sim. A conquista das águas abertas foi um bonus. A sede fixa é o Equador, mas nos deram de presente. É a chance de fazer. E vamos fazer bem.

BS – E a confiança ganha nestes anos junto aos demais países?

AN – Criei um respeito junto aos dirigentes desses países eles viram meu empenho nestes anos. Acho que ficaram comovidos com minha persistência. Melhorei meu espanhol, ajudou muito nisso tudo (risos).

BS – A sede está com São Luís, mas não temos piscina ainda?

AN – A situação em São Luís é trabalhar para por a piscina em funcionamento. Temos a Duvel como plano B. Agora é juntar forças com o Governo Estadual e trabalhar. A verba para a piscina do Governo Federal já está disponível. Temos de começar.

BS – Se não der certo, Manaus?

AN – É a sub-sede, uma boa opção. O Presidente da Federação Amazonense, Vitor Botinho me deu todo apoio. E para questão de viagem para lá é mais acessível. São Luís é a força numero um e vamos trabalhar para isso. O MAC/Nina tem sido a mola de toda esta equipe na história da Copa Pacífico pelo Brasil. Os dois maiores vencedores do torneio (Felipe Cunha e Lorena Pinheiro) são daqui.

BS – A Copa Pacífico é uma boa reveladora de atletas?

AN – Das melhores! Alguns já são uma realidade. Izaac Jr, Julia Nina, Lucas Gomes, estão figurando entre os melhore sdo país. Outros, Helena Athanazio, Enzo Raiol estão buscando seu lugar ao sol. E muitos outros de nossa região que ainda não participaram e que serão muito bem vindos depois que conhecerem o valor dessa Copa.

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