Assim como qualquer ser humano que aproveita a vida, uma cerveja na mesa de bar sempre vai bem. Quando o assunto é esporte, muitos perguntam qual é o mais emocionante. As respostas mais comuns sao as lutas do UCF e os clássicos de futebol. Dependendo das pessoas que acompanham, muitos citam a NBA, Grand Slam no tênis, F-1 do automobilismo. No meu caso, sempre respondo : a natação.

Após algumas controversas, eu sempre uso o 4×100 livre como maior exemplo da emoção que a natação pode proporcionar.

Coloco no youtube: “4×100 freestyle relay Sidney 2000” e todos assistem a incrível bata-lha entre Austrália e Estados Unidos com a ultrapassagem de Ian Thorpe em cima de Gary Hall Junior nos últimos metros e de quebra com a medalha de bronze do Brasil com um final histórico de Evaldo Valerio.

Na sequencia eu digito no youtube : “4×100 freestyle relay Beijing 2008” e todos assistem a inacreditável vitória dos Estados Unidos sobre a França, com um final inimaginável de Jazon Lezak sobre o recordista mundial Alain Bernard.

https://www.youtube.com/watch?v=fFiV4ymEDfY

Dois exemplos da mais pura adrenalina que a natação pode promover ao telespectador. Se para o mundo inteiro a prova já é emocionante, para nos brasileiros, ela tem um significado especial. Sempre foi tradição, mas com o início da era “Gustavo Borges & Fernando Scherer” assistimos por diversas vezes o Brasil ser campeão mundial em piscina curta, campeão pan-americano, medalha em jogos olímpicos, medalha em campeonato mundial de piscina longa e uma infinidade de eventos, onde sempre entramos como um dos favoritos.

O 4×100 livre verde amarelo, passou por momentos turbulentos e até mesmo inexplicáveis. Alem de Cesar Cielo, entre os anos de 2004 a até os dias atuais, o Brasil teve diversos velocistas para completar o revezamento, mas a exceção de poucos exemplos, os revezamentos não obtiveram resultados satisfatórios como na década de 90. Lógico que o mundial de Roma 2009 foi uma exceção,mas na verdade o que se espera deste revezamento é que em todas as competições o Brasil chegue no pelotão da frente.

O revezamento 4×100 livre também chama a atenção da mídia por outros motivos, é o “calcanhar de Aquiles”” dos Estados Unidos, Se por um lado, este revezamento foi o orgulho dos nortes americanos nos últimos 70 anos de natação competitiva, desde dos anos 2000 a situação se complicou. Entre os Jogos Olímpicos de Sidney 2000 e os Jogos Olímpicos de 2012 em Londres, os norte americanos venceram somente em 2008 nos Jogos de Pequim, lembrando que não eram favoritos.

Australianos, sul-africanos, russos, franceses, italianos diversos países lutaram por um lugar ao pódio nos últimos anos e todos obtiveram sucesso. Mas e o Brasil? Por que ficou apagado ? Por que o Brasil não entrou na final olímpica de 2004, 2008 e 2012?

Eu acredito que foi um erro tanto por parte da comissão técnica quanto por parte dos atletas. Em um campeonato mundial ou olimpíada, classificar para uma final é algo de extrema relevância. Não importa se o Brasil não tem chance de medalha, mas temos mate-rial humano para sempre estar entre os 8 melhores países do mundos. Afinal, somos ou não somos um time de natação marcado por velocistas de altíssimo talento desde as braçadas do lendário Manuel do Santos, na longínqua década de 60?

Ao que parece, aprendemos com os nossos erros. O 4×100 livre do Brasil ressuscitou para a natação internacional. Em qualquer análise, de qualquer veiculo especializado no mundo, ao falar do 4×100 livre , sempre mencionam a seleção canarinho.

O primordial é que não dependemos de um fulano ou um ciclano, hoje temos 8 atletas com reais chances de entrar no forte revezamento do Brasil. Conquistar um lugar neste revezamento voltou a fazer parte do desejo de todos os velocistas brasileiros e mais do que isso, é uma fortíssima fonte inspiração para crianças que estão iniciando suas primeiras braçadas.

A natação tem visibilidade diferenciada nos Jogos Olímpicos. Sabemos que a modalidade tem o mesmo “peso” do atletismo, mas ela começa no primeiro dia de evento e isso é impagável. A expectativa para o início dos Jogos Olímpicos é enorme e as modalidades que estreiam nos primeiros dias tem visibilidade maior.

Para completar a ânsia de ver o revezamento 4×100 livre no Rio de Janeiro em 2016, ganhamos um presente ainda maior. Com o retorno de Michael Phelps as piscinas, sua participação no time americano é quase que certa. No dia 07 de agosto de 2016, o qual representa o segundo dia de Jogos do Rio e o aguardado revezamento 4×100 livre , se-remos testemunhas de uma batalha épica entre a França de Florant Manaudou, a Russia de Vladimir Morozov, a Italia de Felippo Magnini, a Austrália de James Magnussem, os Estados Unidos de Michael Phelps e o Brasil com 200 milhões gritos eufóricos torcendo pela real chance de sermos campeões olímpicos pela primeira vez no “alucinante” revezamento 4×100 livre.


A SITUAÇÃO DO 4X100 LIVRE PARA RIO 2016

Ranking dos 8 melhores 4×100 livre masculino em 2015
1o França 3:10.74 no Mundial de Kazan
2o Rússia 3:11.19 no Mundial de Kazan
3o Itália 3:12.53 no Mundial de Kazan
4o Brasil 3:13.22 no Mundial de Kazan
5o Polônia 3:14.12 no Mundial de Kazan
6o Canadá 3:14.32 nos Jogos Pan Americanos
7o Japão 3:14.76 no Mundial de Kazan
8o China 3:15.41 no Mundial de KazanDetalhe:
11o Estados Unidos 3:16.01 no Mundial de Kazan
13o Austrália 3:16.34 no Mundial de KazanBrasileiros melhor colocados no ranking mundial de 2015 nos 100 livre:
11o Marcelo Chierighini 48.27
17o Nicolas Oliveira 48.41
22o Matheus Santana 48.52

No Top 25 do mundo em 2015:
França e Austrália 4 nadadores
Rússia e Brasil 3 nadadores
Itália 2 nadadores
Com 1: China, Canadá, Argentina, África do Sul, Bélgica, Holanda, Estados Unidos, Japão e Polônia.

No Top 10 do mundo em 2015:
Austrália 2 nadadores
Com 1: China, Canadá, França, Rússia, Argentina, África do Sul, Bélgica e Holanda.

 

3 respostas
  1. Carlos Baiano
    Carlos Baiano says:

    Coach, chances de sermos CAMPEÕES olímpicos é meio exagerado, não? No atual cenário, uma medalha de bronze já seria um feito extraordinário…

  2. Luciano
    Luciano says:

    Esqueça, não temos chance de pódio, ficamos em 4º no mundial mas os USA estavam fora da final.
    – França, USA, AUS e RUS tem times melhores do que o nosso.
    Aliás de maneira mais abrangente as perspectivas não são animadoras podendo até passarmos em branco nesta edição caseira.

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário