“Eu poderia pegar a vaga para o Rio 2016, talvez até chegar a uma final. Mas, seria apenas um número, e este não sou eu”.
A declaração de Christian Sprenger já diz tudo, aos 30 anos de idade, o medalhista de prata dos 100 peito dos Jogos Olímpicos de Londres em 2012 anunciou a sua aposentadoria faltando menos de 200 dias para o Rio 2016. A decisão, segundo ele, vinha sendo estudada e discutida com o seu técnico Simon Cusack.
O motivo é a frustração pela lesão que lhe deixou de fora da piscina por mais de quatro meses. Uma dor no ombro em 2014 lhe afastou do Pan Pacífico e mesmo com a cirurgia não conseguiu se livrar da dor. Pior que isso, segundo ele mesmo, foi não reencontrar o nado, a coordenação, a performance.
Christian Sprenger, mesmo com o ombro lesionado, mesmo com o período fora das piscinas, ainda é o melhor australiano dos 100 peito, mas isso é pouco para ele. O Rio seria a sua terceira Olimpíada e ele entendeu que sua fase de “participante” é coisa do passado. São dois Jogos Olímpicos, três medalhas. A primeira uma prata no 4×100 medley de Beijing em 2008. O melhor veio em 2012, a prata nos 100 peito atrás de Cameron van der Burgh e um bronze no 4×100 medley.
A prova de sua carreira viria no ano seguinte. Diferente de Londres onde chegou com o sexto tempo e saiu com a prata, em Barcelona, Sprenger chegou com o melhor tempo do ano e confirmou levando o seu primeiro e único título mundial com 58.79, sua melhor marca pessoal.
Ele também foi recordista mundial dos 200 peito, em piscina longa, no Mundial de 2009 com 2:07.31 e em piscina curta no Australiano de 2009 com 2:01.98.
Três treinadores foram decisivos na carreira de Christian Sprenger. Michael Bohl fez a base. Treinando junto com Stephanie Rice e outros, Sprenger ganhou o condicionamento físico que foi determinante nos anos seguintes. Um de seus companheiros de treino era o primo Nicholas Sprenger, integrante do revezamento da Austrália que foi prata no 4×200 de Atenas.
Os primeiros resultados de ponta vieram com o suiço Stephan Widmer. Foi com ele que chegou aos Jogos Olímpicos de 2008 e os recordes mundiais em 2009. No ano seguinte, Widmer deixou a Austrália e Sprenger foi treinar com Simon Cusack.
Lá, junto das irmãs Campbell, tem sido um dos maiores destaques do programa. A carreira dos 200 peito também se foi, era a nova fase agora dedicada a prova dos 100 peito que culminaram com medalhas em Mundial e Jogos Olímpicos.
Melhores marcas pessoais
PROVAS | PISCINA 50 | PISCINA 25 |
50 PEITO | 26.74 | 26.24 |
100 PEITO | 58.79 | 57.14 |
200 PEITO | 02:07.3 | 02:02.0 |
Nestas suas melhores marcas, ainda estão os recordes australianos dos 50 peito em piscina longa e curta e dos 100 peito em piscina curta.
Medalhas na carreira de Christian Sprenger:
Jogos Olímpicos
Prata no 4×100 medley em Beijing 2008
Prata nos 100 peito em Londres 2012
Bronze no 4×100 medley em Londres 2012
Campeonato Mundial
Ouro nos 100 peito em Barcelona 2013
Prata no 4×100 medley em Shanghai 2011
Prata nos 50 peito em Barcelona 2013
Prata no 4×100 medley em Barcelona 2013
Bronze nos 200 peito em Roma 2009
Bronze no 4×100 medley em Roma 2009
Pan Pacífico
Prata nos 100 peito em Irvine 2010
Bronze nos 4×100 medley em Irvine 2010
Commonwealth Games
Ouro no 4×100 medley em Melbourne 2006
Ouro no 4×100 medley em Nova Déli em 2010
Prata nos 100 peito em Nova Déli em 2010
Prata no 4×100 medley em Glasgow em 2014
Bronze nos 200 peito em Nova Déli em 2010
Bronze nos 50 peito em Glasgow em 2014
Christian Sprenger ajudou a Austrália ser campeã do Raia Rápida 2013 no Rio de Janeiro, sua única visita ao Brasil na carreira.
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