No Especial de Fim de Ano da Best Swimming apresentamos uma série de artigos que destacava a última década em nossa natação. O ranking da década 2005-2015 reunindo todas as categorias foi um trabalho árduo e que servirá de base para outro projeto que o site está trabalhando.
Análises estatísticas servem para diversas coisas, desde o reconhecimento do trabalho, valorização dos atletas, profissionais e clubes, até projeções e estudos. Aqui, fazemos um outro levantamento indicando onde estão os mais destacados nadadores da categoria Mirim I de 2005, que dez anos depois, em 2015, chegaram ao seu segundo ano da categoria Júnior II. Dez anos é exatamente o período em que um atleta passa por todas as fases das categorias da natação.
O levantamento mostra alguns nomes que já não fazem parte de nossa natação, entretanto, também traz alguns atletas que seguem em destaque e até participando da seleção brasileira absoluta.
O artigo “Onde estão os melhores mirins de 2005” é apenas um reflexo do que é a natação de base do Brasil, onde cada vez mais se destaca a importância de uma sólida preparação bem feita nas categorias menores.
50 livre Mirim I masculino em 2005
Bruno Sobral nadador da AERT do Espírito Santo terminou a temporada como o melhor nadador do Brasil com 33.15 resultado da sua vitória no Sudeste Mirim e Petiz. Logo atrás, prata no Sudeste, foi Matheus Santana, na época nadando pelo Olaria com 33.23. Entre os nadadores que ainda estão em destaque até hoje, Cássio Brito nadava no Central Sport Club de Barra do Piraí foi o quarto do ranking nacional com 34.16 e ainda tem Luiz Altamir Melo, na época ainda residindo e treinando em Fortaleza, na Academia Hedla Lopes foi o nono do Brasil com 34.43.
50 livre Mirim I feminino em 2005
Laila Andrea do Uberlândia Tênis Clube foi uma destacada Mirim I. Naquele 2005, terminou o ano com 33.40, a única abaixo dos 34 segundos. Em segundo lugar aparecia a baiana Caroline Oliveira, atleta do Clube Olímpico, com 34.06 que chegou a ser destaque nacional até o infantil. Quem segue nadando, é a terceira colocada do ranking daquele ano, Isabelle Nobre Lisboa, na época defendendo a Aquática Nobre de Manaus e que terminou 2005 com 34.28 nos 50 livre. No top 25 dos 50 livre de 2005, alguns nomes seguem na ativa como Giovanna Dorigon, Nathalia Almeida e Larissa Simões.
50 costas Mirim I masculino em 2005
Iago Dall Orto era um destacado jovem das equipes do Praia Tênis Clube de Vitória, Espírito Santo. Deixou o esporte depois de vários anos chegando a se destacar a nível nacional. Naquele ano, liderava o ranking nacional com 38.46, mais de um segundo melhor que Igor Ziede do Olaria com 39.50, outro nome que não seguiu nadando. Entre os principais nadadores daquele Mirim I de 2005 e que se destacam até hoje, está Vitor Nascimento Guaraldo dos Santos, na época, atleta do Tênis Clube de Prudente e que terminou a temporada com o sexto tempo do ranking nacional com 41.06.
50 costas Mirim I feminino em 2005
Daniella de Paula da Associação Atlética Santa Maria de Recife foi a única nadadora do Brasil a quebrar os 42 segundos nos 50 costas em 2005. Terminou o ano com 41.85. Nenhuma das 10 primeiras colocadas daquele ranking Mirim I seguem em atividade, mas dois nomes merecem registro. Um é de Isabella Scherer, filha de Fernando Scherer, que na época, nadava pelo Clube Brilhante de Pelotas, no Rio Grande do Sul. Isabella foi a sexta do Brasil com 43.40. Logo atrás dela, Luisa Borges do Fluminense com 43.45. Luisa está convocada para os Jogos Olímpicos do Rio 2016, mas não é na natação. Ela faz parte do dueto do Time Brasil do nado sincronizado. Em 16o lugar naquele ranking de 2005 está a única nadadora de costas que seguiu com sucesso até hoje, Viviane Jungblut, atleta do Grêmio Náutico União com 44.89.
50 peito Mirim I masculino em 2005
Uma briga pernambucana nos 50 peito da época, entre Rodrigo Lima da AABB com 44.10 e Luiz Henrique Lacerda do Sport Recife com 44.54. Ambos tempos feitos no Norte-Nordeste Mirim e Petiz daquele ano. Entre os nadadores de peito da categoria Júnior II que brilharam em 2015, Felipe Hidekazu Monni aparecia naquele ranking de 20005 como o 17o tempo do país com 48.71. Na época, Monni nadava pela Academia Toshio de São Paulo. Vitor Guaraldo, atualmente, especialista de costas, também nadava o peito, e terminou aquele 2005 como o quinto melhor do Brasil com 47.05.
50 peito Mirim I feminino em 2005
Giovanna Dorigon era um foguete no nado peito. Revelada no Gustavo Borges tinha um segundo de vantagem sobre a segunda colocada no ranking Mirim I com 44.96. Giovanna segue nadando e na temporada passada defendeu o Clube Curitibano já tendo disputado um Mundial Júnior, Multinations e Campeonato Sul-Americano Juvenil.
Nathália Almeida, vice campeã do Open nos 200 medley, já mostrava versatilidade. Aparecia em sétimo nos 50 peito e figurava em quase todas as provas entre as 25 melhores do país.
50 borboleta Mirim I masculino em 2005
Briga de cachorro grande! Desde então, e segue até hoje. Matheus Santana e Luiz Altamir Melo eram os dois melhores do Brasil nos 50 borboleta Mirim de 2005. Matheus com 36.31 e Luiz Altamir com 36.91, eram os dois únicos abaixo dos 37 segundos no Brasil.
50 borboleta Mirim I feminino em 2005
A baiana Carolina Oliveira do Clube Olímpico era absoluta nos 50 borboleta com 38.13. Filha de uma baiana de acarajé, Carolina fez sucesso por vários anos até deixar a natação prematuramente. Entre as nadadores que seguem em ação e com destaque, novamente Nathalia Almeida, na época, atleta do Tijuca, onde ainda dava seus primeiros passos no nado sincronizado. Nathalia terminou aquele 2005 como a sétima do Brasil nos 50 borboleta MIrim I com 41.83.
Análise Best Swimming –
Não há um fator único que determine e explique os resultados, as projeções e principalmente as perspectivas destas classes menores em relação ao futuro. São tantas variantes que é praticamente impossível determinar esta evolução ou evasão. Entretanto, é cada vez maior a incidência de bons atletas nas categorias de base. Não necessariamente o “campeão mirim”, mas nadadores já em atividade. Isso é resultado da especificidade que o nosso esporte ganhou nos recentes anos. É cada vez mais difícil você encontrar um nadador de alto nível que não figurasse nas categorias de base, mesmo sem ser um dos melhores por lá.
Importante destacar que alguns dos principais clubes de São Paulo não federam seus nadadores mirins, o que explica a grande ausência de alguns nomes conhecidos, embora já fossem nadadores de destaque.
Minha filha também era destaque das piscinas nessa época, figurou várias vezes nos lugares mais altos do pódio. Recordamos com saudades e nostalgia aqueles bons tempos que pudemos viver. Porém, lamentamos que um talento como o dela, tenha que ter dado adeus as piscinas por pura falta de incentivo e uma maior sensibilidade por parte dos treinadores em continuar a motivá-la em permanecer firme em busca de resultados ainda maiores, que com certeza viriam naturalmente. O conhecimento e o aprendizado das piscinas não foram em vão, hoje a Química tem uma excelente aluna, pesquisadora e uma motivada funcionária buscando no âmbito profissional empresarial galgar os degraus que o esporte não pode proporcionar. Esse é só mais um exemplo dos tantos talentos no esporte, que se perdem em nossa decadente nação!
parabéns pela matéria!!
Ótima matéria Coach! Sempre fui muito a favor de se enfatizar a base do esporte. Dá trabalho ser pai/mãe de atletas da base, pois estruturalmente eles dependem totalmente de nós. Temos que convencer os pais a introduzir os filhos no esporte! E na base, o que menos importa é ser o primeiro. Está aí outro problema pros pais!!! Querem seus filhos campeões sempre! Aí, se os resultados não aparecem, viram até “técnicos”…
Nós Pais/Professores/(técnicos? Petiz?), devemos cuidar um pouco mais dos nossos pequenos nadadores. No nosso País é tão difícil termos crianças praticando esportes e, natação então, envolve uma série de aspectos de inclusão, projetos sociais e por aí vai. Não temos um projeto olímpico a longo ou médio prazo para os nossos esportes e, ainda vivemos de talentos individuais que se esforçaram muito e obtiveram muito amor e dedicação das famílias para encaminhar os nossos talentos. Massacremos menos nossos valores mirins, petizes e acredito, teremos mais campeões juvenis, juniores e absolutos. Que tenhamos mais nadadores de ponta acima dos 26 anos e, não apenas poucos. Que pensemos mais na renovação e façamos td para engrandecer nosso querido e amado esporte, a natação.
Coach, como sempre muito bom resgatar um pouco de sua passado tão recente e nos deixa com muitas saudades. Em São Paulo havia muitas academias que participavam de muitos campeonatos em diversos lugares, havia também para os não federados o Pró-Natação que faziam eliminatórias 1 ano inteiro e no final do ano uma cidade do interior realizava as finais. Tenho muitas amizades na natação.