No dia Internacional da Mulher, a história dos direitos iguais passou longe do esporte olímpico. O 8 de março virou Dia Internacional da Mulher em 1917 na Rússia, mas já foi em fevereiro, em julho e outros dias espalhado no ano. A ONU só oficializou a data e a causa em dezembro de 1977 para lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres.

No esporte olímpico, este reconhecimento também demorou, mas muito mais tempo do que a institucionalização da data e causa. Nas origens dos Jogos Olímpicos, as mulheres não foram autorizadas a participar da primeira edição no ano 776 AC. Mesmo assim, mulheres já faziam competições de corrida, os Jogos de Hera e realizados a cada quatro anos.

Os primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna em Atenas 1896 foram sem elas. Na segunda edição, em Paris 1900, as primeiras mulheres se fizeram presentes. Em três dos 19 esportes em disputa, golfe, tênis e críquete.

A abertura para as mulheres foi crescendo a cada edição, e somente nos últimos Jogos Olímpicos em Londres 2012 que as mulheres estiveram em todas as modalidades disputadas pelos homens.

Este ano comemoramos 120 anos de esporte olímpico. E a diferença de participação é abismal. No total de 109.523 atletas que participaram em 28 Jogos Olímpicos, 83.855 são homens, 25.654 mulheres. Uma proporção de três para um, embora o percentual de mulheres cada vez mais se aproxima dos homens.

Na natação, esta diferença é menor, bem menor. Na história do esporte nos Jogos Olímpicos são 8.180 atletas, dos quais 4.811 são homens contra 3.366 mulheres. Isto embora as mulheres só tenham entrado na disputa olímpica em 1912, ou seja, quatro Olimpíadas depois dos homens.

São poucos esportes onde homens e mulheres entraram na mesma edição olímpica. As águas abertas é uma destas exceções. Ali, o mesmo número de atletas por sexo, a mesma distância, os direitos são realmente iguais.

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Na natação, os homens nadam o mesmo número de provas das mulheres desde os Jogos de Atlanta em 1996 e mesmo assim com a diferença da distância da prova de fundo de 1500 para o masculino e 800 livre para o feminino. Sobre isso, as mulheres eram consideradas muito delicadas para nadar as provas mais longas, os 800 livre feminino só entraram no programa olímpico em 1968 no México.

A diferença é incontestável. O prêmio de Swimmer of the Year da revista americana Swimming World Magazine é quase que universalmente aceito como o mais importante do mundo. O prêmio nasceu em 1964 quando o americano Don Schollander foi o escolhido. Mulheres só entraram na disputa em 1966 quando a americana Claudia Kolb foi escolhida.

Esta diferença inclui provas distintas no atletismo, distâncias, peso dos equipamentos de arremesso, e até o número de provas a ser percorrida, onde as mulheres disputam o heptatlo e só os homens entram no decatlo. Diferenças em números de pontos no badminton, no número de categorias no boxe, em distâncias a serem percorridas no BMX, na distância do ciclismo de estrada, nos aparelhos da ginástica, no tempo das lutas no judô, no tamanho da barra no levantamento de peso, no número de equipes participantes no polo aquático, no número de saltos dos saltos ornamentais, na distância dos alvos no tiro com arco, nas provas do tiro esportivo, nas provas da vela, são tantas.

A exceção das exceções é o hipismo. Única modalidade onde homens e mulheres competem juntos, em total igualdade de condições.

Como se vê, neste Dia Internacional da Mulher, se falarmos em direitos iguais e Jogos Olímpicos, estamos longe, muito longe disso.

1 responder
  1. ALINE
    ALINE says:

    Eu acho ridículo não ter a prova de 1500m livre feminino nas Olimpíadas!!!
    Por mim, já que não se pode acrescentar nenhuma prova, acabava-se, então, com o 400m livre.
    1.Trocava o 400 pelo 1500 no feminino.
    2.Trocava o 400 pelo 800 no masculino.
    Assim os programas ficariam IGUAIS.

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