Ao final da segunda etapa de finais do Troféu Maria Lenk 2016, já são 22 nadadores com índices para o Rio 2016 em 27 provas. Confira como foi a etapa prova a prova.
100 costas feminino –

Etiene Medeiros. Trofeu Maria Lenk de Natacao, realizado no Centro Aquatico Olimpico. 16 de abril de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/ SSPress

Etiene Medeiros. Trofeu Maria Lenk de Natacao, realizado no Centro Aquatico Olimpico. 16 de abril de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/ SSPress

Etiene Medeiros conseguiu o índice pela manhã, na final, tomou mais risco, passou forte, talvez muito forte, talvez com uma frequência muito alta, e na entrevista ao SporTV ela não resistiu: “Morri”!
Depois de fazer o índice nadando para 1:00.00 nas eliminatórias passando com 29.11 e voltando com 30.89, Etiene foi para a final com um parcial mais forte 28.63, e uma volta mais cansada 31.48. A chegada ainda não foi perfeita, como não tinha sido pela manhã. Os parciais são estes mesmos, tentar passar com 28 médio e voltar com 30. Estes 28 não podem ser com alta frequência, senão compromete a volta dos 30. Recuperando os dois melhores 100 costas de Etiene:
Pan de Toronto – 29.10, 30.51, 59.61
Mundial de Kazan semifinal – 28.93, 31.04, 59.97
Etiene campeã da prova, Katarina Listopadova da Eslováquia chegou em segundo com 1:00.67 seguida pelas brasileiras Natália de Luccas 1:01.11 e Maria Luiza Pessanha 1:02.63, as duas nadando suas melhores marcas pessoais.
Etiene vai representar o Brasil na 8a Olimpíada na prova dos 100 costas feminino. Fabíola Molina esteve em três delas e tem o melhor resultado terminando na 18a colocação nos Jogos de Beijing em 2008.
Os 100 costas das eliminatórias, 1:00.00 coloca Etiene em 17o tempo do mundo em 2016.

200 livre masculino –

Joao de Lucca. Trofeu Maria Lenk de Natacao, realizado no Centro Aquatico Olimpico. 16 de abril de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/ SSPress

Joao de Lucca. Trofeu Maria Lenk de Natacao, realizado no Centro Aquatico Olimpico. 16 de abril de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/ SSPress

Definidas as duas vagas para a prova já estava, a briga maior era pela definição do revezamento. Nicolas Oliveira foi o mais rápido nas eliminatórias do Open com 1:47.09 e optou por nem nadar na final. João de Lucca nadou as duas, mas foi melhor nas eliminatórias com 1:47.81. Nas eliminatórias de hoje, os dois baixaram Nicolas para 1:46.97, João de Lucca 1:47.77. Na final, João de Lucca foi para cima e esteve na frente o tempo todo para vencer com 1:47.65. Nicolas Oliveira ficou em terceiro 1:48.17, atrás também do argentino Federico Grabich. Os dois serão nossos representantes na prova dos 200 livre no Rio 2016.
Comparando os parciais dos dois brasileiros na final:
João de Lucca 25.13, 52.63, 1:20.39, 1:47.65
Nicolas Oliveira 25.02, 52.75, 1:20.51, 1:48.17
A marca das eliminatórias de Nicolas foi a sua melhor marca pessoal na era pós-trajes. Seu melhor anterior era apenas um centésimo acima, 1:47.98 do Pan Pacífico de 2014. Seu melhor na era dos trajes ainda é do Mundial de 2009 com 1:46.90.
O Brasil tem boa tradição na prova dos 200 livre masculino nos Jogos Olímpicos. Esta será a décima Olimpíada que o Brasil vai ter representantes nos 200 livre. O melhor resultado foi de Gustavo Borges medalha de prata em 1996. O Brasil não tinha dois nadadores na prova dos 200 livre em Olimpíadas desde 1992 em Barcelona.
Se a briga dos dois já era esperada, a definição das vagas do revezamento uma incógnita. E com uma bela surpresa. A terceira vaga veio da final B, Luiz Altamir Melo do Flamengo, depois de um mau dia ontem nos 400 livre e uma manhã lenta nos 200 livre, Luiz Altamir se recuperou para nadar a melhor marca pessoal 1:48.29 baixando cinco centésimos do tempo feito em dezembro no Open. O resultado foi quase que um alívio para Luiz Altamir que ainda briga por vaga nos 200 borboleta. A quarta vaga veio da série principal. O gaúcho André Pereira do Grêmio Náutico União já havia nadado para seu melhor nas eliminatórias com 1:49.36 e quebrou a barreira dos 1:49 pela primeira vez terminando na quarta colocação com 1:48.72. Giovanny Lima do SESI ficou na quinta colocação com 1:48.94 também quebrando a barreira do 1:49 pela primeira vez e terminando como o primeiro reserva deste revezamento.

100 peito feminino –

Jhennifer Conceicao. Trofeu Maria Lenk de Natacao, realizado no Centro Aquatico Olimpico. 16 de abril de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/ SSPress

Jhennifer Conceicao. Trofeu Maria Lenk de Natacao, realizado no Centro Aquatico Olimpico. 16 de abril de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/ SSPress

Jhennifer Alves Conceição nadando pelo Pinheiros graças a cassação da liminar impetrada pelo Flamengo. Pela manhã, ficou em segundo atrás da argentina Macarena Ceballos nadando para 1;09.08. Na final, saiu bem do bloco, teve uma certa dificuldade na filipina, mas logo tomou a ponta. Virou na frente, 31.61, seu parcial mais forte até hoje, porém, cansou no final. Nadou para 1:08.31, sua melhor marca pessoal superando os 1:08.75 do Pan, mas ainda distante do índice olímpico de 1:07.85. Fica como a melhor nadadora brasileira da prova, e candidata para o 4×100 medley. Este revezamento ainda não está confirmado e a comissão técnica já decidiu que não irá fazer nenhuma tomada de tempo. A equipe ocupa a 14a posição, 2o na repescagem, atrás apenas da Finlândia por uma das quatro vagas disponíveis. Os tempos podem ser obtidos em competições da FINA até o dia 31 de maio.
Jhennifer não poupou o Flamengo na sua entrevista após a prova. Chorou e lamentou estar sendo perseguida. Na quarta-feira, no encerramento do Maria Lenk a Seleção Brasileira Olímpica será anunciada, mas nem ela, nem André Pereira do 4×200 livre estarão no anúncio. A CBDA e o COB vão aguarda a convocação final da FINA.
A argentina Macarena Ceballos, campeã sul-americana da prova, venceu Jhennifer no final com 1:08.03, Jhennifer em segundo 1:08.31 e outra argentina em terceiro, Julia Sebastian com 1:08.85.

100 costas masculino –

Guilherme Guido. Trofeu Maria Lenk de Natacao, realizado no Centro Aquatico Olimpico. 16 de abril de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/ SSPress

Guilherme Guido. Trofeu Maria Lenk de Natacao, realizado no Centro Aquatico Olimpico. 16 de abril de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/ SSPress

Guilherme Guido foi com tudo na eliminatória, talvez forte demais com 25.31 no parcial, mas chegando perto, muito perto do seu recorde sul-americano de 53.10. Na final, passou mais lento, 25.80, e fechou com 53.25. Guido é o mais dominante nadador do país, em todas as provas do masculino. Ele tem as 15 melhores marcas dos 100 metros nado costas, mas segue atrás de quebrar a barreira dos 53 segundos. Já nadou 21 vezes na casa dos 53, 11 de julho do ano passado para cá. O que ele quer mesmo é entrar no clube dos 52, coisa que 19 nadadores já conseguiram na história da natação mundial.
Guido olímpico e só. Henrique Rodrigues foi o que chegou mais perto. Pela manhã, já havia feito seu melhor pessoal 54.70, na final baixou ainda mais 54.41, ficou a apenas cinco centésimos do índice. Vitor Guaraldo também chegou perto, chegou em terceiro com 54.63, também sua melhor marca pessoal.
Na final B, longe do seu melhor, muito longe, Daniel Orzechowski terminou em 12o lugar com 56.44. Para quem já foi olímpico em Londres 2012, e nadou a sua melhor marca pessoal em agosto do ano passado no Finkel com 54.13, foi uma grande decepção.

400 livre feminino –

Trofeu Maria Lenk de Natacao, realizado no Centro Aquatico Olimpico. 16 de abril de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Ricardo Sodré/ SSPress

Trofeu Maria Lenk de Natacao, realizado no Centro Aquatico Olimpico. 16 de abril de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Ricardo Sodré/ SSPress

Primeiro recorde brasileiro da competição não foi comemorado. Manuella Lyrio, sempre muito exigente, queria o índice olímpico, numa prova que ela provavelmente vai nadar pois já está classificada nos 200 livre e tem a marca B dos 400. Venceu de ponta a ponta, 4:09.48, novo recorde nacional quebrando a sua própria marca de 4:09.96 feita no Open em dezembro. A estratégia mudou, foi totalmente diferente.
Na Palhoça, Manuella foi arriscada, passou forte, muito forte, e cansou no final. Hoje, saiu mais controlada, dividiu melhor a prova e conseguiu a quebra do recorde que lhe deixou a apenas quatro décimos do índice olímpico.
Comparando os parciais dos dois recordes:
Open em dezembro – 58.99, 2:01.80, 3:05.69
Maria Lenk 2016 – 1:00.75, 2:03.70, 3:06.82, 4:09.48
As duas melhores brasileiras são da nova geração. Viviane Elchelberger Jungblutt retornando de uma semana doente com cachumba ficou em segundo com 4:15.58 e Bruna Primati na sua terceira prova na competição em terceiro lugar com 4:15.65.