A última manhã de eliminatórias do Troféu Maria Lenk não foi das mais velozes, mas foi das mais tensas. A tal prova dos 50 livre de Cesar Cielo com 21.99 e os 100 borboleta com Vinicius Lanza fazendo o primeiro tempo com 52.22 foram os destaques do último dia. Na expectativa de finais mais rápidas para fechar a seletiva para o Time Brasil que agora já tem 29 nadadores.

50 livre masculino –

Cesar Cielo. Trofeu Maria Lenk de Natacao, realizado no Centro Aquatico Olimpico. 20 de abril de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/ SSPress

Cesar Cielo. Trofeu Maria Lenk de Natacao, realizado no Centro Aquatico Olimpico. 20 de abril de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/ SSPress

Não era só a natação brasileira que esperava por esta prova, o mundo aquático estava conectado para saber o tempo de Cielo esta manhã nas eliminatórias dos 50 livre. Cielo nadou na quinta série, uma depois de ver seu adversário Ítalo Duarte vencer a série anterior com 22.16. Cielo teve velocidade de reação 0.62, um centésimo mais lenta do que Ítalo, mas conseguiu algo que nenhum outro fez pela manhã: nadar para 21. Venceu com 21.99, sétimo tempo do mundo, índice olímpico, sua 51a vez abaixo dos 22 segundos. Por enquanto, segundo tempo na briga pelas vagas olímpicas, atrás apenas de Bruno Fratus e seus 21.50 do Open em dezembro. Esta manhã, Fratus ficou em sexto, 22.35, preso e sem velocidade.
Os 50 livre foram fracos. Cielo reclamou do horário, nadar 50 livre as 9:30 é difícil, se considerarmos o fuso horário de Phoenix, no Arizona, Estados Unidos, onde treina, são quatro horas, ou seja, 5:30 da manhã. Nas finais, a prova deve ser melhor.
Cielo 21.99, Ítalo 22.16, Santo Condorelli 22.22, Marcelo Chierighini 22.22, Andrey Govorov 22.29, Bruno Fratus 22.35, Alan Vitória 22.45 e Gabriel Santos 22.48. Na final B, o melhor tempo para Matheus Santana 22.58.
No Open em dezembro, Fratus e Ítalo melhoraram da manhã para as finais. A prova deve ser mais rápida, mas a impressão que passou da manhã é que Cielo recuperou a confiança, embora seu rosto não foi de satisfação. Nas entrevistas, Cielo não escondeu, não gostou do tempo.

50 livre feminino –

Etiene Medeiros. Trofeu Maria Lenk de Natacao, realizado no Centro Aquatico Olimpico. 20 de abril de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/ SSPress

Etiene Medeiros. Trofeu Maria Lenk de Natacao, realizado no Centro Aquatico Olimpico. 20 de abril de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/ SSPress

O 50 livre de Etiene Medeiros segue redondo. Venceu as eliminatórias com 24.84, a única abaixo dos 25 segundos. Lorrane Fereira foi quem surpreendeu, fez 25.06 chegando bem próximo do que é a segunda marca até agora de Graciele Herrmann com 24.92. Graciele esta manhã ficou em terceiro com 25.35.
Para entrar na final, Luana Ribeiro 25.99.

100 borboleta masculino –

Vinicius Lanza. Trofeu Maria Lenk de Natacao, realizado no Centro Aquatico Olimpico. 19 de abril de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/ SSPress

Vinicius Lanza. Trofeu Maria Lenk de Natacao, realizado no Centro Aquatico Olimpico. 19 de abril de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/ SSPress

A grande surpresa da manhã foi os 52.22 de Vinicius Lanza do Minas fazendo o melhor tempo das eliminatórias e índice olímpico. O jovem nadador de 19 anos foi revelado na Academia Gota de Belo Horizonte, é destaque desde as categorias inferiores do Minas e que foi medalhista nesta prova no Mundial Júnior do ano passado. Em janeiro deste ano, Lanza se mudou para Indiana onde integra a Universidade de Indiana tendo chegado as finais do Campeonato Americano Universitário do NCAA. Em quatro meses de Estados Unidos, Lanza se tornou recordista brasileiro em piscina de jardas nos 100 e 200 borboleta e terminou em terceiro lugar nos 200 borboleta no Maria Lenk baixando quase três segundos na sua melhor marca. Agora, nos 100 borboleta, entra na briga de “cachorro grande”. Seus 52.22 lhe deixam apenas cinco centésimos dos 52.17 de Marcos Macedo que ocupa por enquanto a segunda vaga da prova pelo resultado do Open. Henrique Martins é o primeiro com 52.12.
Macedo foi o mais rápido da manhã no parcial com 24.02, mas caiu muito na volta terminando em sexto com 52.83. Henrique Martins fez uma prova mais controlada, passou mais fraco e atacou no final. Vem de doença e tentou ser mais estratégico classificando com o quarto tempo 52.71. Depois de Lanza, o melhor foi Thiago Pereira, nome que entra na briga pela vaga e nadou para 52.48.
Os 100 borboleta parece ser a prova mais aberta de toda competição. São quatro nadadores com índices até agora e será decidida nos detalhes. Até mesmo na final B, onde Nicholas Santos caiu em nono lugar e que atualmente tem o quarto tempo de 52.31, abaixo do índice da FINA de 52.36.

200 costas feminino –
A única prova de todo programa olímpico onde o Brasil nunca teve um representante nos Jogos. Melhor tempo da manhã foi da chinesa Yifan Yang da China com 2:14.97. A melhor brasileira foi Nathália de Luccas com o segundo tempo de 2:16.55. O índice é de 2:10.60.

3 respostas
  1. Realidade
    Realidade says:

    Concordo.

    Coach, seria bom se voce fizesse uma analise resumida do todo. Nos homens, se eu nao me engano, apenas nos 100 peito o vencedor melhorou o proprio tempo nessa competicao.

    Em geral, muito triste a situacao da natacao do Brasil. Nao tem como destacar que esse ou aquele esta entre os 8 ou 25 primeiros do mundo nesse momento. Principalmente porque ainda faltam algumas seletivas, principalmente a americana.

    Carlos Baiano falou certo ao destacar que a chance de ganhar uma medalha agora ficou cada vez menor.

    100 peito: otima chance para o bronze. Porem, ainda estamos muito longe dos 2 melhores. Ou seja, fica uma disputa para um eventual bronze.
    200 medley: ja nao vejo mais chance. Estamos muito longe do Hagino, Phelps e Ryan L. Mesmo se nadarmos para 1.56 baixo, o Hagino ja manda 1.55.0.
    50 livre: talvez uma chance, mas Bruno e Italo terao que nadar muito numa prova que geralmente e’ uma loteria.

    Com o resto nao vejo chances. Fico triste nao pelo fato das dificuldades de conseguirmos medalhas. Mas pelo fato que pioramos muito competicao. Os melhores todos pioraram o seu tempo (excecao dos 100 peito). Qual a explicacao?

    Abracos.

  2. Carlos Baiano
    Carlos Baiano says:

    Que fase…

    Foi muito triste assistir à aposentadoria de nosso maior nadador. Mas o tempo é implacável, e pra se manter no auge com o passar da idade o foco tem que ser redobrado. A impressão que eu tenho é que Cielo perdeu o foco. Paciência. Em relação a ele, não há o que reclamar, só agradecer.

    Ao contrário do que o coach falou na transmissão, sempre movido pelo seu admirável otimismo, Ítalo não tem qualquer chance de medalha. Nadou UMA vez na vida pra 21. Nada mais precisa ser dito…

    Bruno nos faz acender a luz amarela. Não apresentou a mesma explosão que estamos acostumados a ver. Rezo pra que ele não tenha descansado pra essa competição…

    Nos 50m livre feminino, Etiene tem chances de pegar uma final. Tem potencial pra isso. Graciele vai somente pra participar.

    Os 100m borboleta… o que dizer? Simplesmente essa prova nos tira do radar no 4x100m medley. Nossos representantes nadaram pra 53(!). Péssimo resultado. E não, não é culpa do atraso na competição…

    Estou de ressaca. Sei que a natação feminina mostrou grande evolução. Mas as olimpíadas que se avizinham são no NOSSO PAÍS! NO BRASIL! Sinto-me frustrado por saber que a chance de ganharmos uma única medalha na natação é baixíssima. Quem deve salvar a honra nos esportes aquáticos são as maratonas aquáticas, no feminino. Vida que segue.

    Abraços a todos.

  3. swammer
    swammer says:

    Nao quero ser oportunista, mas faz mais de 1 ano que venho criticando o Cielo.

    Hoje ele colheu aquilo que plantou. Foram erros ridiculos que levaram a isso. Trocas que tecnicos. Abandono de competicoes. Imagina se ele tivesse continuado no Open o ano passado e feito 21.80? Mas nao, ele sempre desistiu quando nao se sentia bem. E se tivesse encarado a final dos 100 L para tentar o revezamento?

    Italo mereceu muito mais. Bruno tambem. Eu ja falava que era o fim de Cielo. Infelizmente, voces quiseram acreditar em um positivismo que nao existia. Sempre comparraam com a facanha dele de 2013 depois da cirurgia do joelho. Mas nao era a mesma coisa. Nao tinha nada a ver agora. Circunstancias eram outras.

    Agora fica uma grande torcida ao Bruno e Italo. Ainda vejo o Bruno com chances reais de medalha se nadar de novo para 21.3.

    Para o Cielo, imagino que sua carreira acaba aqui. E fica nossos agradecimentos e tristeza nesse momento.

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