A maior rivalidade da natação olímpica: USA X AUS

O balizamento da competição de natação do Rio 2016 foi destacado na Best Swimming que aponta uma possível vitória australiana na competição. Levando em conta os tempos de inscrição, os australianos tem nove tempos líderes nas provas individuais contra seis dos americanos. A diferença de três provas em favor dos australianos não muda muito com os revezamentos onde o time da Austrália também vai dar muito trabalho ao time americano. A maior rivalidade da natação olímpica tende a pegar fogo no Rio 2016. Se os americanos perderem no quadro de medalhas da competição será a primeira vez que isso acontece desde 1988. E se perderem para a Austrália é algo que não acontece desde 1956.

Estados Unidos e Austrália lideram o ranking da natação olímpica há anos. O time americano é absoluto com 519 medalhas conquistadas ao longo de 120 anos de natação na Olimpíada. Destas, 231 são de ouro. O australianos são os segundos colocados, mas numa diferença um tanto distante com 182 medalhas conquistadas, 57 de ouro.

Murray Rose, Jogos 1956

A única vitória australiana em Jogos Olímpicos aconteceu na edição de 1956, em Melbourne. Na época, Austrália liderou o quadro de medalhas conquistando 14 medalhas sendo oito de ouro. Os americanos ficaram num distante segundo lugar com 11 medalhas, mas apenas duas de ouro. Aqueles Jogos foram os primeiros onde tivemos a disputa da prova dos 100 borboleta em Olimpíadas. O australiano Murray Rose, campeão dos 400 e 800 metros nado livre além do ouro no revezamento 4×200 foi o grande nome da competição.

Australianos e americanos voltaram a se confrontar nos Jogos seguintes. Nos Jogos de Roma, em 1960, em Tóquio, em 1964, na Cidade do México, em 1968, e em Munique, em 1972, os americanos foram os campeões sempre com a Austrália na segunda posição.

A grande decepção do time australiano veio em 1976, em Montreal. Os americanos voltaram a vencer, desta vez com a Alemanha Oriental em segundo lugar numa bela disputa de sexos. O time dos Estados Unidos venceu todas as 12 provas no masculino e o time da Alemanha Oriental 11 das 12 provas no feminino. A Austrália teve um desempenho pífio com apenas uma medalha de bronze com Stephen Holland nos 1500 metros nado livre.

Uma das memórias mais marcantes Austrália X Estados Unidos no revezamento em Sydney 2000

Os australianos só voltaram a ganhar a segunda posição no ranking olímpico nos Jogos de Sydney, em 2000. Antes disso, o time americano foi derrotado nos Jogos de Seul, em 1988. A Alemanha Oriental somou 28 medalhas sendo 11 de ouro contra 18 medalhas americanas, sendo oito de ouro. Foi a última derrota dos Estados Unidos na Olimpíada.

Em Atlanta, em 1996, os australianos ainda foram quinto colocados com 12 medalhas, duas de ouro. O avanço para Sydney foi bastante significativo. Era a nova era com a chegada de Ian Thorpe, Grant Hackett. Mesmo assim, os americanos venceram os Jogos de 2000 com certa facilidade: 33 medalhas, 14 de ouro. A Austrália num distante segundo lugar com 18 medalhas, sendo cinco de ouro.

Desde então, os Estados Unidos só tem feito aumentar a diferença para o resto do mundo na natação olímpica. Venceu 28 medalhas nos Jogos de Atenas em 2004, 31 em Beijing, em 2008, e repetiu as mesmas 31 nos Jogos de Londres, em 2012, sendo que aumentando quatro ouros em relação a Olimpíada anterior.

A Austrália manteve o segundo lugar nos Jogos de Atenas, Beijing, mas fracassou em Londres num sétimo lugar com 10 medalhas, mas apenas um ouro que veio no revezamento 4×100 livre feminino. Foi o pior resultado dos australianos em anos.

O resultado foi bem doloroso para a Austrália, não só pela ausência de medalhas, mas os inúmeros problemas de disciplina durante os Jogos. A comissão técnica inteira foi demitida, os integrantes do revezamento 4×100 livre masculino suspensos e o antigo Head Coach, Leigh Nugent, banido da natação competitiva. Cinco dos seis nadadores reconheceram publicamente que ingeriram o comprimido Stilnox combinado com bebida alcoólica.

WILLIAM WEST/AFP/Getty Images)

Chegou o holandês Jacco Verhaeren, treinador que revelou Pieter van den Hoogenband e tem sido o responsável pelos recentes resultados com velocistas holandeses. Uma reforma no programa e os resultados começaram a acontecer. O ranking mundial tem sido em favor da Austrália desde 2014, porém na oportunidade que tiveram ficaram longe de vencer a competição. Foi assim no Pan Pacífico em Gold Coast em 2014, Estados Unidos 43 medalhas, 16 de ouro, contra 28 medalhas e 10 de ouro dos australianos. E a mesma coisa no Mundial de Kazan, no ano passado, sendo que desta vez mais apertado: Estados Unidos campeão com 23 medalhas, oito de ouro, Austrália 16 medalhas, sete de ouro.