Poliana faz história em Copacabana

O maior resultado olímpico da história da natação feminina do Brasil!

Poliana Okimoto fez história hoje na prova dos 10 quilômetros das águas abertas em Copacabana ao terminar em terceiro lugar após a desclassificação da francesa Aurelie Muller por um confronto na chegada contra a italiana Rachele Bruni.

Poliana chegou na quarta colocação e a desclassificação foi anunciada poucos minutos depois. Ana Marcela Cunha que havia chegado em 11o lugar terminou na 10a colocação na prova vencida pela holandesa Sharon van Rouwendaal.

A prova teve alternância de liderança por várias vezes e sempre com as brasileiras no pelotão da frente. Poliana chegou a estar boa parte na segunda posição, mas nos 350 metros finais, uma linha reta para última bóia, caiu para quarto chegando 19.3 segundos atrás da campeã e dois segundos atrás da francesa Aurelie Muller e da italiana Rachele Bruni.

Ana Marcela Cunha teve problemas na hidratação perdendo o sachê de energético a segunda e terceira volta ao ter sua garrafa derrubada por outra concorrente. No final, a nadadora baiana lamentou a falta de sorte sem justificar o resultado. Declarou quase chorando que o resultado não foi digno do treinamento que teve em um misto de decepção com tentativa de se reerguer: “saio daqui de cabeça erguida, faltam 1439 dias para Tóquio”.

Sharon van Rouwendaal é treinada pelo técnico francês Phillipe Lucas, o mesmo de Federica Pellegrini, e mesmo com a desclassificação de Aurelie, consideramos ele o melhor treinador de águas abertas do mundo, afinal Aurelie foi desclassificada por um contato ocorrido apenas na chegada, não desmerece o feito da francesa e do técnico em que ela esteve entre as 3 primeiras na prova. Já Sharon declarou que no meio da prova, na terceira volta, sentiu-se leve e decidiu dar um sprint para começar a distanciar-se das outras adversárias, já sabendo que não iria parar para hidratação na última volta.

Ao chegar na praia, recebeu o abraço do técnico e marido Ricardo Cintra e apenas uma pequena conversa dizendo que ela tinha sido bronze. Logo depois Poliana encaminhou-se para o cerimonial de premiação. Depois da premiação, Poliana declarou que “merecia essa medalha, sem falsa modéstia”. Já Cintra disse que foram 13 anos de treinos para esse momento, já que em Beijing ela terminou em 7o. lugar e em Londres não chegou a terminar a prova com hipotermia.

Poliana também é uma campeã em piscina: compete desde os 12 anos de idade, e seu primeiro título brasileiro veio aos 13 anos, em 1996, numa prova de revezamento do mitológico TNT/Guaru/Munhoz, o 4×200 livre, junto com Celina Endo, Luciana Sagae Abe e Juliana Filippini, no Troféu Brasil daquele ano, em piscina longa. No ano seguinte venceu os 800 livre com 8:54.83 no Troféu José Finkel, em piscina curta. O último resultado de Poliana em piscina – ela defende a Unisanta atualmente – foi nos Jogos Mundiais Militares, em 2015, ficando em 5o. nos 800 livre com 8:40.58 e 4o. nos 400 livre com 4:15.64. Depois dessa competição, dedicou-se exclusivamente para o treinamento de águas abertas.

Confira a chegada da prova – polêmica:

https://vimeo.com/178923175