Que vergonha, o doping, ele, de novo. Agora derrubou uma medalha do maior desportista do atletismo da história. A perda do ouro do 4×100 metros rasos de Usain Bolt dos Jogos Olímpicos de Beijing 2008 repercute como bomba ao redor do planeta. E não poderia ser diferente. É um vexame!
Ontem, o Comitê Olímpico Internacional anunciou dois casos positivos de doping dos Jogos Olímpicos de 2008 em Beijing, dois medalhistas dopados, duas medalhas perdidas. Nesta Carter, o jamaicano que abriu o super time campeão olímpicoi do 4×100 metros rasos testou positivo para Methylhexanamine, mais a russa Tatiana Lebedeva, medalha de prata do salto triplo, esta testou positivo para Turinabol.
Com o doping de Carter, Usain Bolt que foi o terceiro no revezamento junto com Michael Frater e Asafa Powell perde a sua medalha de ouro, caindo de nove para oito douradas na sua histórica olímpica. O “triplo triplo”, de campeão dos 100, 200 rasos e 4×100 livre, não existe mais. Culpa de Nesta Carter, do doping, deste mal que tanto faz ao esporte.
Não sei como o Comitê Olímpico Internacional vai lidar com este problema. Como vai conseguir vender direitos milionários de patrocínio e cotas de televisão para uma competição que deveria apontar os melhores do mundo e segue sendo manchada pelos inúmeros casos de doping. Quando o COI e WADA decidiram armazenar por 10 anos e re-testar análises em busca do esporte limpo jamais imaginavam que isso tudo chegaria a este ponto. O Movimento Olímpico está desmoralizado!
Nas re-análises de 2008 e 2012 já são mais de 100 casos de doping, são testes positivos que haviam sido testados negativo durante os Jogos. Isso demonstra três coisas: os testes ainda seguem falhos, a capacidade de detectar substâncias está melhorando, e o doping segue incontrolável.
Nesta Carter foi testado no dia 23 de agosto de 2008, já era madrugada quando ele e seus companheiros recolheram sua urina e sangue ali mesmo, no Ninho do Pássaro, local onde horas antes haviam vencido a prova com novo recorde mundial de 37 segundos e 10 décimos. A amostra de urina com o número 1846146 testou negativo.
No ano passado, seguindo a linha de re-testes, a amostra de Nesta Carter foi uma das 454 escolhidas pelo COI e WADA para ser re-analisada. E foi uma das 31 que apresentaram resultado positivo. A amostra de sangue ficou congelada, armazenada pelo WADA seguindo os padrões de controle e exigência.
Com os dopings de Carter e Lebedeva, agora os Jogos de Beijing acumulam 56 testes positivos, ainda atrás de Londres 2012 (81 casos), a segunda Olimpíada mais suja da história. Ninguém garante que isso termina aqui, afinal os testes de Beijing ainda podem ser testados até 2018, os de Londres até 2022 e o que falar do Rio 2016 onde tivemos apenas seis testes e vamos ficar no aguardo destas péssimas notícias até 2026.
O caso é tão sério, e deprimente, que não dá nem para comemorar, mesmo com o Brasil tendo herdado a medalha de bronze, prêmio que Vicente Lenilson de Lima, Sandro Ricardo Rodrigues Viana, Bruno Lins Tenório de Barros e José Carlos Moreira não puderam celebrar no pódio olímpico. Os brasileiros, como tantos outros atletas não receberam o que tinham de direito e principalmente disfrutar da glória, das oportunidades e das perspectivas que uma medalha olímpica poderia lhes oferecer.
O sentimento incompleto de conquista, e dúvida, fica ainda mais encorpado ao lembrar que o velocista alagoano Bruno Lins Tenório de Barros testou positivo para EPO em 2009, um ano depois dos Jogos de Beijing e ficou suspenso por dois anos. Bruno Lins, diferente de Nesta Carter, não fez o exame anti-doping naquele 23 de agosto de 2008.
Triste!
Veja a prova do 4×100 metros rasos dos Jogos Olímpicos de Beijing 2008:
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