Não tem foto melhor que reproduza o espírito que deve ser compartilhado pelos esportes aquáticos do Brasil. Na imagem, Diogo Yabe, Fabíola Molina, Louise Maria e Aimee Maria trazem o sentimento de estarmos juntos e rumo a novos desafios.
Pela primeira vez, em 30 anos, tivemos uma eleição para a CBDA, e o mais emblemático, com um representante dos atletas, eleito pelos próprios, com direito a voto em igualdade de condições com os demais integrantes do colégio eleitoral.
Estes últimos meses, nosso esporte apareceu muito mais nas notas jurídicas, e até policiais, do que esportivas. Ainda estamos num processo de reformulação, mas com novas perspectivas.
Nunca se falou tanto em governança, em transparência, em gestão. São novos desafios para a nova diretoria que tem uma missão de reconquistar o prestígio dos esportes aquáticos, de fortalecer a base, de buscar novos patrocinadores, de reorganizar a estrutura.
Não há dúvida de que saímos divididos. Não sabíamos o que era uma eleição. 30 anos é muito tempo. Os conflitos, as discussões, a divisão era natural que acontecesse.
Temos uma missão difícil e que vai requerer esforço e participação de todos. O Brasil corre o risco de ser punido por algo que não temos culpa. Jamais imaginávamos que nossos mandatários sofreriam as acusações que sofreram, que seriam afastados e ainda mantidos em prisão preventiva.
A reforma do Estatuto da CBDA já era uma exigência do Ministério Público em março de 2016. Desde então, pouco fizemos para que isso acontecesse. A justiça foi implacável e fez isso a força. Agora, vamos precisar comprovar e justificar a FINA que não foi uma opção, e sim, uma necessidade.
O assunto, como todo este processo, é polêmico, gera discussões, mas é inaceitável que se torça para que o Brasil seja suspenso. A eleição foi no dia 8 de junho, onde todos os participantes aceitaram os termos, se submeteram a um colégio eleitoral qualificado e que determinou um resultado.
Para mim, o melhor momento daquele dia foi de Leonardo de Deus momentos antes do início da apuração. “Vamos ter um presidente eleito em alguns instantes, e dois candidatos derrotados. Espero que respeitem o resultado, e não nos atrapalhem”.
Este é o sentimento dos atletas, este é o sentimento dos treinadores, este é o sentimento de quem vive e vibra com os esportes aquáticos.
A eleição acabou, juntos seremos mais fortes e conseguiremos sair desta.
O estatuto não mudou, o que ocorreu foi uma decisão judicial que trouxe um desequilíbrio gigantesco na assembleia legislativa, um (somente 1) atleta votante, 27 federações votantes e muitos (todos que quiserem) clubes votantes! Errado, tudo tem que ser proporcional, mais atletas e de diversas modalidades e menos clubes! Tem que haver uma participação proporcional e democrática! Não uma ditadura homologada por clubes de uma região! Assim como está, só teremos presidentes de um estado para sempre! Reforma geral do estatuto e eleição com equidade entre atletas, modalidades, federações e clubes!