Fala pessoal! Hoje minha coluna é sobre a força da natação universitária dos Estados Unidos. O NCAA e seus legados é um dos meus assuntos favoritos, porque eu vivi isso e sei como o modelo é consagrado – só olhar os resultados. Eles formam cidadãos, atletas e ídolos, norte-americanos ou não, sem esforço.
Por isso, é difícil não pensar que uma passagem vitoriosa pelo NCAA não gerará frutos nas piscinas internacionais mais disputadas, como Olimpíadas e Mundiais. Em Budapeste, a partir do dia 23, você certamente verá alunos brilhantes de universidades mostrando talento nas águas húngaras.
Quer um exemplo?
Praticamente todos os membros da equipe americana tiveram uma passagem de sucesso pelo NCAA, e já se destacaram em competições internacionais. E em outros países vamos encontrar nadadores que estudam nos Estados Unidos, caso do campeão olímpico e aluno da Universidade do Texas, Joseph Schooling, de Singapura.
Lembre-se de que o Brasil tem uma parcela de sucesso junto às universidades norte-americanas. Ouro em Pequim 2008, Cesar Cielo coincidentemente na época do pódio chinês nadava pela Universidade de Auburn, quebrando todos os recordes do NCAA. Além dele, nós teremos na nossa seleção atletas que treinam em universidades americanas como Bruno Fratus, Felipe Lima e Marcelo Chiereghini (todos na Universidade de Auburn).
Não posso deixar de mencionar que natação norte-americana fez sua melhor campanha em termos de medalhas nos jogos do Rio 2016 muito por causa do seu sistema universitário e do incentivo que atletas recebem do ensino superior.
Grandes sensações do momento como Simone Manuel (Stanford), Katie Ledecky (Stanford), Caleb Dressel (Universidade da Florida) e Joseph Schooling (Universidade do Texas) já foram medalhistas nos jogos do Rio, são campeões universitários do NCAA e agora vão provar mais uma vez que o sistema americano é um exemplo para todo o mundo, pois acredito que irão fazer um excelente mundial. Alguém duvida?
Outro fator que surpreende, e é pouco divulgado, é o fato de todo o Coaching Staff Americano vir das universidades, sendo o head coach masculino da Universidade da Califórnia e o Head Coach Feminino da Universidade de Stanford.
Esse formato de gestão desportiva atrelado ao sistema educacional tem que ser revisto no Brasil. Infelizmente não temos piscinas nas escolas e muito menos nas universidades. Com certeza o esporte brasileiro se beneficiaria muito se tivéssemos uma união entre o Ministério dos Esportes com o Ministério da Educação. Esse formato possibilita aos atletas ter uma educação universitária, e o melhor do preparo esportivo, com treinamentos extensivamente técnicos, estudos bio-mecânicos, acompanhamento de fisioterapeutas, preparadores físicos, pesquisas e idéias revolucionárias. Enquanto o Brasil produz poucos atletas com medalhas e curso superior, os Estados Unidos formam todos os anos campeões olímpicos.
Excelente reflexão Henrique. Infelizmente no Brasil, os esportes especializados passam longe de escolas e universidades, com raríssimas exceções. Inserir a cultura da prática esportiva séria e científica no currículo escolar brasileiro poderia não apenas transformar o Brasil em uma potência nesta área, como também e principalmente, tirar centenas de milhares de crianças e adolescentes do mundo das drogas, formando cidadãos dignos e vitoriosos. Mas esta não parece ser uma prioridade para nossos governantes e empresários, que só conseguem enxergar o próprio umbigo e as vantagens imediatas que lhes convém.
Sabemos que o sistema universitário que estabelecemos aqui, praticamente não existe mas, a UNISANTA é a que mais se aproxima do modelo acima citado. Temos que rever tudo em relação à esportes e educação no nosso país, para que possamos formar campeões aqui e que realmente cursem uma universidade e não apenas frequentem os treinos. Enfim, dificilmente temos atletas que conseguem atingir seus melhores tempos e resultados vivendo apenas aqui no Brasil, a maioria teve, está tendo ou terá uma experiência no exterior para atingir o seu máximo, seja na Austrália, EUA, Japão, Canadá, Itália e por aí vai. Triste mas, é a realidade que vivemos, além do que, temos que conviver com a maciça investida do Futebol, espremendo cada vez mais os outros esportes olímpicos. Brasil, o País de um esporte só.