A temporada universitária 2017/2018 do NCAA vai ser a mais brasileira da história. Com presença recorde de atletas disputando as competições do NCAA, muitos estiveram servindo as Seleções Brasileiras nos principais campeonatos deste ano. Do time do Mundial Júnior, a maior afluência. Luiz Gustavo Borges para Michigan, seu companheiro do revezamento Rodolfo Moreira para Utah, melhor resultado com o quinto lugar nos 200 medley, Caio Pumputis vai para a Georgia Tech e João Paulo Andrade para a Texas Christian University. Da equipe das Universíades de Taipei, Maria Paula Heitmann e Vinicius Lanza retornam para a Indiana University. E do time de Budapeste, Brandonn Almeida está há duas semanas na sua primeira temporada na South Carolina.
Brandonn já tem estreia marcada. Será no Dual Meet contra a Universidade do Missouri em Columbia, nadando em casa contra um ex-companheiro de seleção, Giovanny Lima que faz sua segunda temporada em Missouri. Conversando com a Best Swimming, Brandonn indicou que está tendo um pouco de dificuldades na parte acadêmica. Sua elegibilidade, por já ter iniciado a universidade no Brasil, ainda não foi concluída. Um atleta que participa do sistema do NCAA pode competir até quatro anos. Brandonn vai ter entre dois a três anos.
O início de treinos é sempre fácil. Metragem ainda não assusta, 4.000 metros por sessão em nove treinamentos semanais. Já fora d’água, “tá pegando” diz Brandonn. São três sessões de preparação física por semana, algumas até superam as duas horas de trabalho. O programa alterna treinos em piscina longa e curta. No decorrer da temporada, o foco passa a ser as jardas.
O treino desta fase é básico, educativos e longas distâncias. O grupo ainda está treinando todo mundo junto, mas a partir da próxima semana, Brandonn vai para o grupo de fundo. Com ele, nomes como o egípcio Akram Mahmoud, finalista dos 1500 livre no Mundial de Kazan, o equatoriano Tomas Peribonio, especialista nos 400 medley, e o recém chegado Rafael D’avila.
D’Avila é venezuelano, mas treinava no Canadá há alguns anos. É considerado a revelação de fundo da Venezuela e já nadou os 400 metros nado livre para 3:51. É companheiro de Brandonn quase que 24 horas por dia. Vivem no mesmo apartamento, estão em três classes juntos e dividem a raia.
Brandonn está morando em um dos apartamentos do dormitório de estudantes da South Carolina. São quatro quartos, cada um com um nadador, a poucos metros de algumas classes, um tanto distante de outras, e uma boa caminhada para a piscina. Nos primeiros dias, Brandonn até tentou fazer a pé, terminou exausto. Agora, alterna no uso do Uber e da carona dos companheiros que tem carro.
Início de temporada é sempre assim. Uma vida nova, com algumas dificuldades. Brandonn reconhece que o inglês ainda é uma barreira. “As classes que escolhi são fáceis, é melhor começar assim” diz ele.
A correria de treinos, classes é grande. “Não dá tempo para nada” fala Brandonn. O domingo é para descansar, é também o dia da saudade. Muito contente com a nova vida, diz que sente falta dos amigos, da família. “Já conheci dois brasileiros, os dois são tenistas”.
A partir de segunda-feira, os treinos aumentam. Coach Mark Bernardino assume o seu grupo de fundo, um “dream team” para a South Carolina que nunca conseguiu reunir um grupo tão bom e tão forte. O revezamento 4×200 livre promete. Brandonn vai ter de rebolar para conseguir entrar na equipe.
Ainda não está definido o programa de competições no Brasil para Brandonn. Ele tem o Open na primeira semana de dezembro e na seguinte o Mundial Militar. A segunda competição coincide diretamente com a semana de provas do final do semestre. “É um problema para resolver” diz ele.
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