Poucas decisões receberam reação tão positiva quanto a tomada ontem pela CBDA ao anunciar a restrição do uso de trajes de performance nas competições oficiais por atletas das categorias inferiores. A iniciativa da diretoria técnica da entidade e que foi corroborada pelo Conselho Técnico Nacional de Natação de Base.
O movimento não é uma ação isolada do Brasil, mas nos tornamos a primeira Federação Nacional do mundo a adotar tal medida. Lá fora, foi a Federação de Victoria, um dos mais fortes estados da natação australiana. Depois, nos Estados Unidos, Califórnia puxou o grito seguida por outras federações. Até mesmo no NCAA, os trajes tecnológicos estão proibidos de serem utilizados durante a temporada.
O que proibir e porque proibir é preciso ser destacado e especificado. Os motivos que a CBDA aponta são bem plausíveis:
Preço dos trajes – comprometendo o orçamento familiar e uma medida até inclusiva.
Cultura – promovendo uma educação mais adequada ao atleta em formação para que entenda todo o processo da natação competitiva.
Incentivo – fazer com que o atleta mirim e petiz tenha uma motivação a mais para seguir no esporte e poder “disfrutar” do privilégio de passar a usar os trajes na categoria infantil.
É importantíssimo que toda a comunidade entenda o real sentido das categorias inferiores do esporte: é revelar novos valores, ponto! Não é ter os melhores resultados da carreira, recordes ou títulos. Isso é consequência.
Talentos existem, devem ser valorizados, comemorados e divulgados. O uso ou não dos trajes não vai apagar o talento de ninguém, apenas direcionar o processo de sua formação de uma forma mais adequada, mais pedagógica.
Entre as decisões tomadas, a que mais me sensibilizou foi fazê-la de forma progressiva. A partir de 2018, atletas mirins não poderão utilizar mais os trajes. A restrição entra em vigor para o petiz em 2019. Isso dá a comunidade uma oportunidade de se ajustar e seguir o novo procedimento sem qualquer sentido de perda, principalmente pelo alto investimento que estes trajes normalmente ocasionam.
A CBDA t;ambém ganhou uma nova missão neste processo. Vai precisar deliberar exatamente quais trajes são permitidos ou não, quais competições, e até mesmo educar a sua arbitragem que a partir de agora passa a ter mais uma responsabilidade no controle e fiscalização do cumprimento das regras.
Quanto mais específico, detalhado e claro forem as determinações menos discussões ou mal entendidos serão evitados nas competições. O objetivo da medida foi visionário e preciso. Uma decisão acertada e que terá impacto extremamente positivo na formação e desenvolvimento de nossos futuros campeões.
Coach,
Falou e disse!
Há de se lamentar aqueles que não conseguem (ou não querem) entender isso…
Realmente uma excelente medida. Apenas gostaria de sugerir ao site que, ao invés de utilizar o termo “categorias inferiores”, utilizasse o termo “categorias iniciais”.