O dia começou fantástico com os 47.95 de Pedro Spajari pela manhã, ficaram ainda maiores com a final dos 100 metros nado livre credenciando o Brasil a ter um dos melhores revezamentos 4×100 livre do mundo em potencial chance de medalha para Tóquio 2020. Veja o resumo de finais do terceiro dia prova a prova:
100 metros nado livre feminino –
Larissa Oliveira do Pinheiros nadou com precisão, passou na frente 26.32 e voltou 28.21. Para quem no ano passado estava sem caminhar se recuperando do acidente que lhe fez perder o primeiro semestre, os 54.53 foram positivos. O Pinheiros fez dobradinha com Manuella Lyrio chegando num distante segundo lugar com 55.19 depois de sair mal. Daynara de Paula do SESI-SP completou o pódio com 55.44. Ainda tivemos mais uma nadadora na casa dos 55, esta nadando pela primeira vez abaixo dos 56 segundos, 55.96 para Rafaela Raurich do Curitibano. Graciele Herrmann do União que havia feito 55.74 nas eliminatórias, ficou em sétimo com 56.17.
No caminho para os Jogos Olímpicos da Juventude, Ana Carolina Vieira do Minas nadou para 56.58 melhorando os 56.87 que havia feito pela manhã vencendo a final B. O tempo não serve para efeito de classificação, porém Ana Carolina está muito bem ranqueada nos 100 metros peito e a marca dos 100 livre ajuda o revezamento misto que deve ficar bem forte.
100 metros nado livre masculino –
A melhor prova da competição! Tivemos grandes performances nestes três dias, mas nenhuma delas teve o nível destes 100 metros nado livre. Foi um dia histórico para a natação brasileira, em todos os aspectos. Depois de Pedro Spajari e seus 47.95 nas eliminatórias, Gabriel Silva Santos também entrou para o Clube do 47 ao vencer com 47.98. Gabriel é o nadador mais regular da prova dos 100 metros nado livre desde os Jogos do Rio 2016. Venceu o Finkel 2016, o Open 2016, o Maria Lenk 2017, o Finkel 2017, o Open 2017 e o Maria Lenk 2018. São exatamente seis campeonatos nacionais absolutos consecutivos e estamos falando de um nadador que nunca havia sido campeão nacional na sua carreira. É impressionante!
Impressionante também são os fundamentos de Gabriel. Saiu perfeito, melhor velocidade de reação 0,62, foi um dos quatro que passou na casa dos 22 segundos, 22.94 e teve a melhor volta 25.04. Entrou para o clube do 47 com 47.98, terceiro melhor tempo do mundo em 2018.
Pedro Spajari, seu companheiro de Pinheiros, fez 47.95 pela manhã, piorou para 48.01 na final depois de passar com 22.64. Spajari até poderia ter ganho a prova, mas levantou a cabeça momentos antes de tocar na parede, uma chegada imperfeita na hora onde tudo tem de ser perfeito. O pódio foi completado com a maior surpresa da prova, do dia, da competição até agora. Marco Antonio Ferreira entra para a sua primeira seleção absoluta ao chegar em terceiro lugar com expressivos 48.46. O quarto nadador do revezamento mágico do Brasil será Marcelo Chierighini do Pinheiros que fez a prova em 48.48.
Bruno Fratus do Minas foi o mais rápido no parcial com 22.47, mas a volta de 26.21 lhe deixou na quinta colocação com 48.68. Para quem foi o melhor nadador do Brasil em 2017, ficar fora do revezamento que foi medalha de prata pode parecer um desastre, não foi. Seu melhor é 48.50, nadou próximo a isso, sendo que a prova teve um nível muito maior e melhor do que se esperava. Neste capítulo especial da nova fase do 4×100 livre do Brasil, também tem espaço para o jovem Breno Correia que ficou em sexto lugar com 48.78. São seis nadadores abaixo dos 49 segundos, algo simplesmente impensável na história da natação brasileira.
Hoje, sem qualquer cerimônia, podemos cravar que o Brasil tem reais chances de brigar pelo ouro no 4×100 livre dos Jogos de Tóquio em 2020. É nossa melhor prova.
200 metros borboleta feminino –
Melhorando, Giovanna Diamante do Pinheiros segue melhorando. Depois de melhorar nas eliminatórias e final nos 100 borboleta, quebrando a barreira do minuto pela primeira vez, agora foi a vez da sua principal prova. Fez 2:12.07 depois de seu melhor nas eliminatórias de 2:13.13. Seus parciais: 29.85, 1:03.20 (33.35), 1:37.18 (33.98) e 2:12.07 (34.89).
A argentina Virginia Bardach do Corinthians chegou em segundo lugar com 2:13.05 e Nathalia Almeida do Flamengo completou o pódio com 2:15.33. Foi a primeira vez na carreira que Giovanna Diamante se sagrou campeã do Troféu Brasil.
200 metros borboleta masculino –
Se superação existe, o nome é Leonardo de Deus. Recuperando-se de uma virose que ainda mantém as marcas nas mãos e pés, todos em carne viva, Leo de Deus venceu uma de suas mais expressivas vitórias em sua carreira. Chegou a 19a vitória em Troféu Brasil, o maior vencedor de provas individuais em atividade, com 1:55.05, muito próximo do seu melhor pessoal 1:54.91 feitos no Troféu do ano passado. A prova teve excelente nível com Luiz Altamir Melo do Pinheiros chegando na segunda colocação com expressivos 1:55.92. Kauê Carvalho do Corinthians nadou a maior parte da prova na frente, terminou em terceiro com 1:56.76.
Os parciais da vitória de Leo de Deus:26.01, 54.94 (28.93), 1:24.48 (29.54), 1:55.05 (30.57).
Vinicius Lanza do Minas tentou fazer uma estratégia de prova que não deu certo. Saiu forte, forte demais, 24.97, depois 55.02 (30.05), 1:26.14 (31.12) e 1:58.10 (31.96). Talvez, estratégia como esta funcione em jardas, jamais em piscina longa. Terminou na quinta colocação.
50 metros peito feminino –
Mesmo levando um baile na saída, Jhennifer Conceição Alves do Pinheiros bateu a lituana Ruta Meilutyte do Flamengo com 30.64 contra 30.75. Renata Sander do Minas completou o pódio com 31.10. O melhor de Jhennifer é 30.51, atual recorde sul-americano feitos no Open no ano passado. Meilutyte não conseguiu conter o ataque de Jhennifer que fez uma prova nadada bem melhor. Na prova dos 100 metros nado peito, Meilutyte passou os primeiros 50 metros com 30.78. Agora, foi prata nos 50 peito com 30.75.
50 metros peito masculino –
A prova é rápida, mas teve três momentos distintos. Na saída, melhor para Felipe França da Unisanta. No meio, vantagem para Felipe Lima do Minas que parecia estar com a melhor técnica. No final, o tradicional final de João Luiz Gomes Júnior do Pinheiros tocando na frente com 26.85, a dois centésimos do recorde de campeonato. E dois centésimos na frente de Felipe Lima que parecia próximo de ganhar, mas teve uma chegada pouco agressiva. Felipe França chegou em terceiro lugar com 27.04.
Esta foi a quarta vez que João Luiz Gomes Júnior vence os 50 metros peito no Troféu Brasil.
50 metros costas feminino –
Três nadadoras na casa dos 28 segundos, vitória para a holandesa Kira Toussaint do Minas Tênis Clube com 28.11. Apertada no final pela argentina Andrea Berrino do Unisanta, prata com 28.26. E Fernanda Goeij do Curitibano, desta vez acertando a chegada, terceira colocada com 28.92. Segunda vez na carreira que Goeij nada abaixo dos 29 segundos.
50 metros costas masculino –
O pódio é exatamente o mesmo do ano passado. Guilherme Guido do Pinheiros campeão, Gabriel Fantoni do Minas vice, Guilherme Basseto do Pinheiros em terceiro. Guido piorou e desta vez não nadou na casa dos 24 segundos. Venceu com 25.00. Fantoni chegou logo atrás com 25.14 e Basseto com 25.24. Cesar Cielo do Pinheiros, em prova com pelo menos três batidas na raia, chegou em quinto lugar com 25.60.
Classificação parcial ao final do terceiro dia de competição:
1o Pinheiros 1.619,5 pontos
2o Minas Tênis Clube 1.346 pontos
3o Unisanta 780 pontos
4o Corinthians 524,5 pontos
5o Flamengo 421 pontos
6o SESI-SP 362 pontos
7o União 361 pontos
8o Curitibano 259 pontos
9o Fluminense 57,5 pontos
10o ACEB 48 pontos
Link para os resultados completos:
http://www.cbda.org.br/cbda/natacao/evento/31927/campeonato-brasileiro-absoluto-de-natacao
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