Best Technique traz um artigo importantíssimo para treinadores em contribuição do técnico brasileiro radicado nos Estados Unidos, Guilherme Ferreira, head coach da Montverde Academy de Orlando na Flórida. Ele junto com outros dois treinadores brasileiros que atuam nos Estados Unidos, Francisco Rego do Team Greenville e Cauli Bedran técnico da Bowling Green State University.

Resumo da Clinica para treinadores “School of Thought”

A clinica anual organizada pelo Head Coach da Universidade do Tennessee Matt Kredich aconteceu em Knoxville nos dias 6 e 7 de abril. Abaixo alguns pontos interessantes e em destaque mostrados pelos palestrantes.

Jan Olbrecht – Belga consultor da natação holandesa desde a década de 90. Atualmente além da Holanda Jan trabalha com as federações belga, alemã, polonesa e como consultor da própria Universidade do Tennessee.
– Essa foi a quarta vez seguida que Jan vem a Knoxville para a clínica. Como parte principal de suas falas foi mostrada a sua maneira única de interpretar tanto treinamento quanto performance.
– Segundo ele, em 2007 Peter Van den Hoogenband depois de ser três vezes campeão olímpico nos 100 e 200 livre se viu obrigado a melhorar suas saídas e viradas depois de perder o título dos 200 livre no mundial de 2007 para Phelps (link da prova). Feita uma análise mais aprofundada se viu que o ganho de massa muscular necessário acabaria por mudar toda a sua posição na água e por fim tendo um impacto negativo na performance. O jeito foi melhorar ao máximo o aspecto técnico e o nado limpo. Hoogenband terminou em quarto lugar em Pequin 2008 nos 100 livre tendo feito o seu melhor tempo pessoal 47.67.
– Outro fato interessante veio sobre Ferry Weertman, campeão olîmpico nas águas abertas em 2016. Apesar da sua impressionantes capacidades tanto aeróbica quanto anaeróbica ele não pode treinar mais de 50-55 km por semana, exceto por um perîodo curto já próximo as competições. Ainda sobre o mesmo atleta, Jan comentou que o seu diferencial para os adversários e a grande capacidade anaeróbica do atleta o que influencia a sua tática de nadar com o grupo e atacar somente nos últimos 200 ou 100 metros. Com o treinamento necessário Jan acredita que Ferry poderia nadar 47 nos 100 livre “mas ele gosta de águas abertas”.
Ernest Maglischo – Americano autor da série de livros “Nadando mais rápido”. Provavelmente um dos mais influentes autores da natação mundial.
– Maglischo falou pela maior parte do tempo sobre a importância de manter um “balanço positivo de proteínas” e como isso tem enorme impacto no sucesso do treinamento. Ele acredita que grande parte dos atletas americanos treinam grande parte do tempo em um balanço negativo, o que diminui e muito o efeito do treinamento ou até mesmo faz com que os atletas “andem para trás” no processo. Isso apesar de ser um conceito simples e de certa forma difícil de se detectar. A cada treinamento quebramos proteínas das estruturas envolvidas e a reposição vem através da alimentação e sono. Quando a reposição acontece, o corpo se adapta criando estruturas mais fortes, maiores e em maior quantidade do que as que ali estavam anteriormente. No caso da reposiçãoo não acontecer o corpo também se adapta, mas de outra forma, diminuindo a capacidade de trabalho do organismo para assim evitar uma nova situação de deficit de proteínas.
– No ano anterior Ernest veio a Knoxville como ouvinte, para conhecer melhor as complexas idéias de Jan Olbrecht. Este ano foi convidado a palestrar mas mesmo assim ficava em todas as falas fazendo perguntas e participando das discussões. Ernest completou 80 anos no dia anterior ao início da clínica.
Rachel Vickery – Fisioterapeuta, trabalha com respiração ligada a performance em diferentes esportes. e consultora da Universidade do Tennessee.
– Rachel é australiana, tem em seu time de clientes jogadores da NBA, golfistas e nadadores profissionais.
– Seu trabalho consiste em ensinar atletas a utilizar a respiração em prol de uma melhor qualidade de vida e consequentemente melhora na performance esportiva. Isso foi bastante explorado como a melhor alternativa para se melhorar as capacidades psicológicas tanto em competição quanto em treinamento. “Os movimentos técnicos são altamente automatizados em um ambiente relaxado (treinamento). A tensão psicológica em competição frequentemente se traduz em tensão muscular alterando os padrões de movimentos e diminuindo a performance”.
– Esse é o principal pilar do seu trabalho: o uso da respiração como controle emocional. Segundo ela isso pode ser feito durante todas as 24 horas do dia e não somente nos momentos pré-prova. Rachel aborda o ensino primeiro em repouso, seguido de movimentos durante o treinamento de força e finalmente em treinamento na água e em competição. Também foram mostrados métodos de meditação usando respiração tanto para os momentos de treinamento quando competição.
– Outro ponto interessante da palestra foi sobre ensinar atletas a aumentar a participação do músculo diafragma na respiração, livrando os músculos ao redor da caixa toráxica dessa função e deixando-os livres para atuar como estabilizadores da postura, facilitando as ações específicas do esporte.

Imagem dos treinadores brasileiros junto com Ernest Maglischo.

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