No próximo dia 13 de agosto, vai fazer 31 anos. O recorde mais antigo da natação brasileira é os 400 metros nado livre Juvenil II masculino estabelecido por Cristiano Michelena nos Jogos Pan Americanos de 1987 marcando incríveis 3:55.37.

Este ano, no Troféu Brasil, a CBDA e a Best Swimming chegaram a anunciar a quebra do recorde brasileiro de categoria com a boa performance de Murilo Sartori da Natação Americana na final B dos 400 metros nado livre com 3:55.96. O recorde, nos controles apontavam a marca para Brandonn Almeida e seus 3:56.42 de 2013. Uma revisão identificou a marca de Michelena e a sua idade, 16 anos e cinco meses quando fez os 3:55.37.

Nota Best Swimming:
Implantados pela atual gestão da CBDA, os recordes brasileiros de categoria foram resgatar a memória e os resultados antigos, e neste controle a marca de Michelena passou batido. Sem quaisquer registro de resultado na entidade, montar a tabela destes recordes foi um esforço de várias pessoas envolvidas neste processo. A revisão e busca de quaisquer registros anteriores tem sido uma constante para celebrar as marcas e seus autores como os recordistas nacionais.

Equipe brasileira no Pan de 1987 com Cristiano Michelena a frente – Arquivo Epichurus

Os Jogos Pan Americanos de 1987 foram em Indianápolis, e a natação aconteceu no tradicional Natatorium que é famoso por ser uma das mais famosas piscinas da natação americana. O Brasil ganhou seis medalhas na natação daquele Pan e a prata de Michelena foi a grande surpresa. A estrela do Brasil ainda era Ricardo Prado que saiu da competição com uma prata nos 200 costas, um bronze nos 200 medley e fechou o revezamento 4×100 medley.

Michelena é gaúcho, nasceu no dia 9 de março de 1971, revelado numa escola de natação de Porto Alegre, começou a carreira competitiva no Clube do Golfinho no Paraná e na época defendia o Flamengo. Michelena ainda nadou no Pinheiros e no Curitibano. Naquele 13 de agosto de 1987, Michelena já estava contente com a quebra da barreira dos 4 minutos nas eliminatórias com 3:59, e se superou numa performance histórica para levar a prata dos 400 metros nado livre.

O site Epichurus tem um relato muito bem feito pelo atual Diretor Geral da CBDA, Renato Cordani publicado em 2015 (link).

Capa da revista Acqua – Arquivo Epichurus

O americano Paul Robinson foi o vencedor daqueles 400 metros nado livre marcando 3:54.42. Era um nadador experiente e que havia sido finalista da prova no Mundial de 1986 em Madri. Robinson venceu a prova nadando na raia 8 sem ser ameaçado durante a sua disputa. Sem conseguir vaga no time olímpico de 1988, Robinson migrou para as águas abertas e triatlo. Até hoje detém o título de recordista americano para o Canal da Mancha.

No final impressionante de Michelena na prova, ele pulou do quarto para o segundo lugar evitando a dobradinha americana passando Scott Bakett para a terceira colocação chegando 27 centésimos atrás do brasileiro.

Naquele Pan, Michelena ainda foi finalista dos 1500 metros nado livre onde terminou na quarta colocação com o tempo de 15:52.53 e sexto nos 200 metros nado livre com 1:52.89. Além da prata nos 400 livre, ele ainda ganhou duas medalhas de bronze nos revezamentos 4×100 e 4×200 metros nado livre.

Veja o final da prova em gravação da TV na época:

EMBED (HTML)

4 respostas
  1. Cristiano Michelena
    Cristiano Michelena says:

    Sem comentários.
    Se não me engano no Paraná os recordes foram “zerados” a um tempo atrás pois eram muito difíceis de serem batidos.
    Mas disso só ouvi falar, pois estou completamente desligado da natação.
    Mas triste.

  2. ROGERIO HENRIQUE BREDT
    ROGERIO HENRIQUE BREDT says:

    Parabens Castor!!!
    31 anos de recorde….menos para a FDAP que não tem o registro deste e de todos os outros recordes paranaenses, muitos que são da mesma época. Total desrespeito com os atletas que muito se esforçaram e se dedicaram para conseguir tais resultados. Uma pena.
    Tomara que ainda haja possibilidade de se resgatar a história.

  3. Cristiano Michelena
    Cristiano Michelena says:

    Muito obrigado pela lembrança!
    Parabéns aos defensores da memória do esporte.
    Abraço,
    Cristiano Michelena

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário