38 anos, o Brasil perdeu a sua invencibilidade de Campeonatos Sul-Americanos Absolutos,  na disputa do feminino. O masculino ainda mantém a invencibilidade desde a última derrota também para a Argentina em 1988. A competição encerrada no domingo em Trujillo, no Perú, marcou a quebra da sequência histórica de títulos brasileiros. Exatamente como havia sido na última derrota, no Sul-Americano de 1980, em Buenos Aires.

A Best Swimming vai aos arquivos e traz detalhes daquela competição que marcou época.

Piscina do Clube Atlético River Plate, na capital argentina Buenos Aires. Sul-Americano foi de 28 de fevereiro a 2 de março de 1980. Naquela época, o período próximo ao verão era sempre utilizado para as principais competições o que permitia a todos atletas do continente passar o verão treinando intensamente para estes campeonatos.

A Argentina naquele Sul-Americano foi dominante no feminino, enquanto que no masculino venceu apenas uma prova individual, Conrado Porta com 59.44 nos 100 metros costas e surpreendentemente dois dos três revezamentos. Levou o 4×100 metros nado livre batendo o Brasil por mais de três segundos e o acirrado 4×100 metros medley por apenas dois centésimos.

E olha que o Brasil tinha um timaço com Jorge Fernandes campeão dos 100 e 200 metros nado livre, Djan Madruga campeão dos 400 e 1500 metros nado livre, 200 costas e 400 metros medley, o jovem Ricardo Prado, então com 16 anos de idade, vice nos 200 e 400 medley, fora Cyro Delgado, Silvio Monteiro, Sérgio PInto Ribeiro, Claudio Kestener, entre outros.

Nas mulheres, o domínio argentino foi total. Das 13 provas, as argentinas venceram nove, as brasileiras quatro. Várias destas provas disputadíssimas e decidias na batida.

Rossana Juncos foi a melhor nadadora da Argentina e do Sul-Americano. Venceu cinco provas: 100 metros nado livre, 100 e 200 metros borboleta, 200 e 400 metros medley. As outras vitórias da Argentina vieram com Andrea Neuman nos 400 livre e Alicia Boscatto nos 100 e 200 metros peito.

As argentinas também venceram os dois revezamentos, na época as mulheres não nadavam o 4×200 livre. No 4×100, Argentina campeã e o Brasil desclassificado. No 4×100 metros medley, fechando a competição, as argentinas colocaram cinco segundos de vantagem sobre as brasileiras.

Rosamaria Prado, irmã de Ricardo Prado, foi a melhor nadadora do Brasil na competição vencendo os 100 e 200 metros costas. As outras vitórias brasileiras vieram nos 200 metros nado livre na dobradinha de Maria de Fátima Vieira e Maria Elisa Guimarães e nos 800 metros nado livre com Virginia Andreatta.

Recordando o título da Argentina no Sul-Americano de 1980, veja as vencedoras de todas as provas:
100 metros nado livre – Rossana Juncos da Argentina 59.59
200 metros nado livre – Maria de Fatima Vieira do Brasil 2:10.24
400 metros nado livre – Andrea Neumayer da Argentina 4:32.45
800 metros nado livre – Virginia Andreatta do Brasil 9:12.30
100 metros costas – Rosa Maria Prado do Brasil 1:09.46
200 metros costas – Rosa Maria Prado do Brasil 2:27.61
100 metros peito – Alicia Boscatto da Argentina 1:16.90
200 metros peito – Alcicia Boscatto da Argentina 2:40.31
100 metros borboleta – Rossana Juncos da Argentina 1:04.27
200 metros borboleta – Rossana Juncos da Argentina 2:19.41
200 metros medley – Rossana Juncos da Argentina 2:25.44
400 metros medley – Rossana Juncos da Argentina 5:05.88
Revezamento 4×100 metros nado livre – Argentina 4:05.19 com Mariana Miret, Virginia Sachero, Susana Ghio e Rossana Juncos
Revezamento 4×100 metros medley – Argentina 4:30.41 com Laura Laguna, Alicia Boscatto, Rossana Juncos e Virginia Sachero

Sobre Rossana Juncos, a estrela do título de 1980

Rossana Juncos nasceu no dia 20 de junho de 1958, em Córdoba. Antes do título do Sul-Americano de 1980, a versátil nadadora esteve nos Jogos Olímpicos de Montreal onde participou de quatro provas individuais e dois revezamentos, sem passar das eliminatórias. Baixinha, 1,54 de altura, apenas 55kg, Juncos era puro talento. E não gostava de treinar, odiava, como ela mesmo revelou numa entrevista em 1995 contando um pouco de sua carreira.

Aos 60 anos de idade, Juncos vive com sua família, no Havaí, Estados Unidos.

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