Seleção Brasileira ganhou o bronze na prova que fechou a primeira etapa de finais do Campeonato Mundial de Piscina Curta em Hangzhou, na China. O 4×100 livre terminou em terceiro lugar batendo a Itália nos metros finais. Depois de uma eliminatória quase perfeita, as finais foram um tanto duras para os brasileiros que sonhavam em ganhar mais medalhas. Confira como foi o primeiro dia, prova a prova:

400 metros nado livre masculino –

Fernando Scheffer. Campeonato Mundial de Natacao. Centro Olimpico de Hangzhou. 11 de Dezembro de 2018. Hangzhou. China. Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA

 
Fernando Scheffer decidiu mudar a estratégia para a final. Saiu em busca de sua primeira medalha em Mundiais e depois de bater o recorde sul-americano e classificar com o terceiro tempo para a final (3:39.10), imprimiu um ritmo muito forte desde o início. Acabou cansando e terminou na oitava colocação marcando 3:39.40. Antes que se diga que foi um erro, a medalha foi na casa do 3:37, ou seja, era necessário que fizesse algo assim para que ela pudesse se tornar realidade.
Absoluto, de ponta a ponta, liderando desde o princípio e vitorioso fácil foi o lituano Danas Rapsys campeão com 3:34.01, novo recordista de campeonato. Para quem nunca havia nadado abaixo dos 3:40, ele fez 3:36.65 nas elilminatórias e baixou ainda mais na final para 3:34.01, simplesmente o quarto melhor tempo da história.
No pódio, junto com Rapsys, Henrik Christiansen da Noruega em segundo 3:36.64 e o italiano Gabriele Detti em terceiro com3:37.54.
Parciais do brasileiro na prova:
Eliminatórias – 25.79, 53.54 (27.75), 1:21.21 (27.67), 1:49.12 (27.91), 2:16.50 (27.38), 2:43.94 (27.44), 3:11.52 (27.58), 3:39.10 (27.58).
Final – 24.92, 51.86 (26.94), 1:19.73 (27.87), 1:47.79 (28.06), 2:15.49 (27.70), 2:43.72 (28.23), 3:11.87 (28.15), 3:39.40 (27.53).
Os 400 metros nado livre masculino é pela segunda vez a prova que abre o Mundial. A primeira medalha de ouro do Mundial de 2016 foi para o sul-coreano Tae Hwan Park.

200 metros nado livre feminino
Prova que teve três diferentes líderes. A veloz Femke Heemskerk da Holanda abrindo os 50 e 100 na frente, a americana Mallory Comerford que havia sido o melhor tempo da manhã dos 100 até os últimos 25 metros, e a australiana Ariarne Titmus com um final de prova incrível saindo do terceiro para o primeiro lugar. Venceu com 1:51.38, novo recorde da Oceania e australiano. Comerford, atleta do treinador brasileiro Arthur Albiero, ficou em segundo com 1:51.81, batendo o recorde americano e das Américas pela segunda vez no dia, e Femke Heemskerk completou o pódio com 1:52.36.
Parciais da campeã:
26.46, 54.81 (28.35), 1:23.19 (28.38), 1:51.38 (28.19).

100 metros costas semifinal masculino –

Guilherme Guido. Campeonato Mundial de Natacao. Centro Olimpico de Hangzhou. 11 de Dezembro de 2018. Hangzhou. China. Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA

“Como é bom saber que a gente está bem”, a declaração de Guilherme Guido disse tudo. O brasileiro voltou a bater o recorde sul-americano da prova. Fez 49.57 nas eliminatórias baixando dos 49.62 do Finkel de agosto, e na final mandou 49.45. Na sua frente apenas o chinês Jiayu Xu com 49.21. Guido está na final com o segundo tempo, é candidato a medalha, mas não vai ser fácil. Logo atrás dele, o americano Ryan Murphy campeão olímpico e recordista mundial em piscina de 50 metros marcando 49.52 e ainda tem o russo Kliment Kolesnikov ex-recordista mundial da prova nadando para 49.62, o ex-campeão olímpico Matt Greevers para 49.97 e o romeno Robert Glinta 49.98. São seis nadadores na casa dos 49 segundos.
Guilherme Guido teve o melhor parcial da prova com 23.34, mas sua volta é a sétima da final com 26.11.
O outro brasileiro na prova, Guilherme Basseto fez sua estreia em Mundiais terminando em 13o lugar com 50.83, 11 centésimos abaixo do que havia feito nas eliminatórias. Para estar na final, 50.12 foi o oitavo tempo.

50 metros peito semifinal feminino –
Quatro nadadoras na casa dos 29 segundos. A melhor delas foi a jamaicana Alia Atkinson, que apesar de não sair tão bem, ainda mandou 29.54. Atkinson é a recordista mundial da prova com 28.56 feitos na Copa do Mundo de Budapeste deste ano. Para passar a final, um desempate entre a australiana Jessica Hansen e a japonesa Miho Teramura que nadaram para 30.20. Na disputa extra, realizada após os revezamentos, vitória para Hansen 29.96 que amanhã nada na final da prova na raia 8.

200 metros borboleta masculino –

Luiz Altamir. Campeonato Mundial de Natacao. Centro Olimpico de Hangzhou. 11 de Dezembro de 2018. Hangzhou. China. Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA

Que prova! Em determinado momento da sua disputa, eram cinco nadadores abaixo da linha do recorde mundial. No final, dois nadaram abaixo da antiga marca de 1:48.56 de Chad Le Clos da Copa do Mundo de Singapura em 2013. E não foi Le Clos. Melhor para o japonês Daiya Seto que saiu mais controlado, mas a partir dos 100 metros já tinha a liderança para não perder mais. Venceu com 1:48.24, oito centésimos a frente de Le Clos. Em terceiro lugar, o chinês Zhuhao Li com 1:50.39.
Luiz Altamir terminou em sexto lugar com 1:51.99. Esteve sempre na briga do pelotão da frente, mas os últimos 50 metros comprometeram sua prova. Nas eliminatórias havia feito 1:51.31 e sabia que se quisesse uma medalha teria de arriscar mais.
Seus parciais:
24.26, 51.93 (27.67), 1:20.76 (28.83), 1:51.99 (31.23).

400 metros medley feminino –
Sem qualquer dificuldade, na briga apenas contra o relógio, a maior medalhista feminina dos Mundiais de Curta chegou a sua 23a medalha, 15 ouro. Katinka Hosszu foi absoluta desde os primeiros metros de prova e venceu com mais de quatro segundos de vantagem sobre a segunda colocada.
Marcou 4:21.40 deixando a americana Melanie Margalis em segundo com 4:25.84 e a francesa Fantine Lesaffre em terceiro 4:27.31.
Parciais de Katinka:
27.79, 59.59 (31.80), 1:33.05 (33.46), 2:05.70 (32.65), 2:42.60 (36.90), 3:20.50 (37.90), 3:51.41 (30.91), 4:21.40 (29.99).

100 metros peito semifinal masculino –

Joao Gomes. Campeonato Mundial de Natacao. Centro Olimpico de Hangzhou. 11 de Dezembro de 2018. Hangzhou. China. Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA

Um tanto decepcionante a performance brasileira. Nem Felipe Lima, nem João Luiz Gomes Jr. conseguiram passagem para a final. João Gomes ficou em 11o lugar com 57.26, Felipe em 12o com 57.30. Para nadar a final de amanhã 57.09 do holandês Arno Kamminga entrou com a oitava posição. Vale lembrar que no último Mundial, em Windsor, no Canadá, em 2016, 57.65 fez o oitavo tempo para a final. Este tempo hoje não dava nem semifinal.
Melhor tempo para a final é do italiano Fabio Scozzoli com 56.30.
Parciais dos brasileiros:
João Luiz Gomes Jr. 26.99, 57.26 (30.27)
Felipe Lima 26.76, 57.30 (30.54)

100 metros costas semifinal feminino –
Olivia Smoliga dos Estados Unidos voltou a ser a mais rápida. Desta vez, não nadou para 55, fez 56.13, o suficiente para ganhar a raia 4 da final de amanhã. Colada nela, outra americana, Kathleen Baker com 56.27. Foram cinco nadadoras na casa dos 56 segundos. Para chegar a final, Emi Moronuki do Japão ganhou a oitava vaga com 57.32.

200 metros medley masculino –

Caio Pumputis. Campeonato Mundial de Natacao. Centro Olimpico de Hangzhou. 11 de Dezembro de 2018. Hangzhou. China. Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA

Caio Pumputis queria uma medalha. Se tivesse repetido o tempo do Troféu José Finkel (1:52.26), seria prata. Terminou em quinto lugar com 1:53.05. O outro brasileiro na prova, Leonardo Santos, também estreante em Mundiais, conseguiu melhorar o tempo na eliminatória e novamente na final, 1:53.38, terminou em sexto lugar. Vitória para o chinês Shun Wang com 1:51.01. O pódio foi completado pelo americano Josh Prenot 1:52.69 e o japonês Hiromasa Fujimori 1:52.73.
Parciais dos brasileiros:
Caio 24.66, 53.21 (28.55), 1:25.58 (32.37), 1:53.05 (27.47)
Leo 24.61, 52.76 (28.15), 1:26.16 (33.40), 1:53.38 (27.22)

Revezamento 4×100 metros nado livre feminino –
Um duelo esperado e bem acirrado entre americanas e holandesas. Valeu o time, a formação mais homogênea, uma prova de equipe, bem ao estilo dos Estados Unidos. Embora a Austrália tenha tido as duas melhores parciais da prova com Femke Heemskerk (50.93) e Ranomi Kromowidjojo (50.77), as americanas foram mais equilibradas e venceram com 3:27.78, 24 centésimos a frente da Holanda, vice campeã. No bronze, a China que liderou a prova nos primeiros 150 metros.
Equipe campeã dos Estados Unidos Olivia Smoliga 52.71, Lia Neal 52.58, Mallory Comerford 51.09 e Kelsi Dahlia 51.40.

Revezamento 4×100 metros nado livre masculino –

Campeonato Mundial de Natacao. Centro Olimpico de Hangzhou. 11 de Dezembro de 2018. Hangzhou. China. Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA

Que prova, e novo recorde mundial! Uma disputa entre Estados Unidos e Rússia, braçada a braçada e no final vitória para o time que conseguiu colocar quatro nadadores na casa dos 45 segundos. Team USA campeão e recordista mundial com 3:03.03, apenas oito centésimos a frente da Rússia. O recorde mundial era americano desde 2009, 3:03.30 feitos no Duel in The Pool em dezembro daquele ano em Manchester. A competição foi a última da era dos trajes tecnológicos.
Os russo quebraram o recorde europeu que era da França 3:03.78, que também era o recorde de campeonato e tiveram os dois melhores parciais intermediários da prova fechando, Vladimir Morozov, o melhor de todos (45.06), e Kliment Kolesnikov (45.46).
Na equipe americana os parciais do time vencedor Caeleb Dressel 45.66, Blake Pieroni 45.75, Michael Chadwick 45.86, e Ryan Held 45.76.
O Brasil foi bronze, quinta medalha nesta prova desde o início dos Mundiais de Piscina Curta. Não ganhávamos desde o bronze de 2010, em Dubai. Matheus Santana abriu em sexto lugar 46.83. Marcelo Chierighini recuperou duas posições no parcial, mas voltou para o sexto lugar ao entregar com 46.37. Cesar Cielo fez 46.34 e deixou em quarto lugar para Breno Correia. Neste momento, o Brasil estava 34 centésimos atrás da Itália na briga pelo bronze. Breno conseguiu tirar sete centésimos nos primeiros 50 metros, mas na volta fez 45.61 contra 46.00 do italiano Lorenzo Zazzeri. Brasil bronze 3:05.15, Itália quarto lugar 3:05.20.
A primeira medalha do Brasil na competição veio recheada de histórias e feitos. Cesar Cielo se tornou no atleta brasileiro maior medalhista em Campeonatos Mundiais e o nadador brasileiro mais medalhista em Mundiais de Curta. Em 2004, foi uma prata no 4×100 livre que deu a primeira medalha para Cesar Cielo em Mundiais de Curta. Em 2010, foi um bronze que deu a primeira medalha em Mundiais para Marcelo Chierighini. E agora, neste bronze do 4×100 livre em Mundiais de Curta, as primeiras medalhas na carreira para Breno Correia e Matheus Santana.

Link para os resultados completos:
http://omegatiming.com/Competition?id=000112010cffffffffffffffffffffff&day=1

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