Um dia que começou mal para o Brasil, alguns erros técnicos que nos custaram caro, mas terminou bem, espetacular e histórico.

Revezamento 4×50 metros nado livre masculino –
Sexta prova de revezamento, sexta vitória americana, quinta com recorde mundial. Nada melhor do que abrir a quarta sessão de finais com novo recorde do mundo, Estados Unidos 1:21.80 superando a marca de 1:22.60 da Rússia em 2014.
A Rússia chegou em segundo com 1:22.22 também abaixo do antigo recorde mundial e teve o melhor parcial de abertura com Vladmir Morozov com 20.39 e o melhor parcial intermediário com Evgeny Rylov fechando para 20.37. A Itália ficou em terceiro com 1:22.90.
No time americano, campeão e recordista mundial, Caeleb Dressel 20.43, Ryan Held 20.25, Jack Conger 20.59 e Michael Chadwick 20.53.

50 metros borboleta feminino –
Ouro e recorde de campeonato para Ranomi Kromowidjojo da Holanda marcando 24.47 se aproximando do recorde mundial ainda de Therese Alshammar da Suécia, 24.38 desde 2009. O recorde de campeonato era Sarah Sjoestroem de 2014 com 24.58.
Holly Barratt da Austrália ficou em segundo e Kelsi Dahlia dos Estados Unidos completou o pódio com 24.97.

100 metros medley masculino –
Caio Pumputis até tentou ser positivo nas entrevistas após a prova, mas o descontentamento era visível. Nada de errado em querer fazer o seu melhor. Não interessa se tem apenas 19 anos de idade, se está na primeira Seleção Absoluta, ou no primeiro Mundial, atleta de alta performance tem de pensar assim. Ficou em oitavo com 52.28, piorou a marca em relação a semifinal (52.15) e ainda mais em relação ao seu melhor do Finkel (51.83). Na entrevista, Pumputis citou a transição do costas para o peito, porém ele já estava na oitava colocação e ficou um tanto difícil recuperar ou minimizar a distância.
Vitória para o russo Kliment Kolesnikov com 50.63, novo recorde de campeonato e novo recorde mundial júnior. A marca de campeonato era de Markus Deibler da Alemanha de 2014 com 50.66. O recorde mundial júnior, dele mesmo, Kolesnikov 50.90 feitos ontem na semifinal.
Marco Orsi da Itália ficou em segundo com 51.03 e Hiromasa Fujimori do Japão em terceiro com 51.53.
Campeão mundial em 2016 (51.84), e terceiro tempo do mundo este ano (51.16), o americano Michael Andrew terminou em quarto lugar com 51.58.

100 metros medley feminino –
Saiu a primeira tetra campeã mundial da história nos Mundiais de Curta. Katinka Hosszu não teve adversárias, mas só assumiu a ponta a partir dos últimos 25 metros para vencer com 57.26. A japonesa Runa Imai ficou em segundo com 57.85 e a jamaicana Alia Atkinson em terceiro com 58.11.
Nas conquistas do tetra de Katinka Hosszu
2012 – 58.49
2014 – 56.70
2016 – 57.24
2018 – 57.26

50 metros borboleta masculino semifinal masculino –
Nicholas Santos foi o único abaixo dos 22 segundos e repetindo a virada brilhante, grande diferencial em relação aos adversários. Marcou 21.96 com Chad Le Clos e segundo com 22.34. Para entrar na final, Ryan Coetzee da África do Sul com o oitavo tempo 22.75.

400 metros nado livre feminino –
Novo recorde mundial para a australiana Ariarne Titmus que esteve sempre a frente na prova para 3:53.92 superando os 3:53.97 da chinesa Jianjiahe Wang feitos na Copa do Mundo de Budapeste em outubro.
Titmus já tinha feito a melhor marca pessoal, recorde australiano e recorde da Oceania na eliminatória ao classificar com o melhor tempo para a final com 3:58.58.
Titmus campeã junto com duas chinesas no pódio, Jianjiahe Wang em segundo 3:54.56 e a outra chinesa Bingjie Li em terceiro com 3:57.99. Sem dúvidas, o pódio mais jovem do Mundial até agora. Titmus tem 18 anos e as duas chinesas 16.
Parciais da campeã e nova recordista mundial:
26.93, 56.08, 1:55.37, 2:54.94 e 3:53.92.

50 metros nado livre masculino –
Uma das provas mais esperadas da competição e deu Vladimir Morozov, aquele que tem mais se aproximado do recorde mundial. Venceu com 20.33, dois centésimos acima do seu melhor, sete acima do recorde mundial de Florent Manaudou. Caeleb Dressel tinha nadado melhor na semifinal com 20.43, agora foi prata com 20.54. O britânico Ben Proud teria sido bronze com 21.91, mas foi desclassificado colocando Bradley Tandy da África do Sul em terceiro com 20.94.
Cesar Cielo ficou em oitavo, e com a desclassificação, subiu para sétimo com 21.20.
Proud já havia sido desclassificado este ano no Commonwealth Games nos 50 metros borboleta, pelo mesmo motivo. Na saída, ficou evidente que moveu o corpo antes do sinal de partida.
Morozov queria o recorde mundial. Provavelmente o grande número de revezamentos deve ter afetado a sua performance, o recorde era o objetivo.

50 metros costas semifinal feminino –
Uma infelicidade muito grande. Etiene Medeiros escorregou e saiu muito mal. Sem a impulsão da saída, teve de redobrar o esforço tentando pegar a velocidade inicial. Não conseguiu. Terminou em oitavo na sua série e 15o no geral com 26.91. Uma frustração muito grande para quem lutava pelo tri campeonato mundial e agora, nem chega a final.
A americana Olivia Smoliga ficou com o melhor tempo 26.06. A holandesa Ranomi Kromowidjojo e a francesa Mathilde Cini empataram em oitavo com 26.54. Como Kromowidjojo abriu mão do desempate, Cini vai nadar a final.

50 metros costas masculino –
O dia não ia bem para o Brasil. Guilherme Guido fez uma boa prova, estava na disputa por medalhas, mas errou na chegada. Deslizado e para baixo. Marcou 22.79, ficou a três centésimos do bronze.
Vitória para o russo Evgeny Rylov com 22.58. Ryan Murphy dos Estados Unidos foi prata 22.63 e o irlandês Shane Ryan em terceiro com 22.76.
O outro russo, Kliment Kolesnikov, chegou em quarto lugar com 22.77, novo recorde mundial júnior para a prova.

100 metros peito semifinal feminino –
Com seis nadadoras na casa do 1:04, a melhor delas, a recordista mundial Alia Atkinson da Jamaica marcando 1:04.07. Atkinson é a atual bi campeã mundial e lutando pelo tri. A japonesa Kanako Watanabe ficou em oitavo lugar com 1:05.09. A outra recordista mundial, Ruta Meilutyte (tem o mesmo recorde de Atkinson com 1:02.36), terminou em 14o lugar com 1:06.16.

Revezamento 4×200 metros nado livre masculino –
Um dos momentos mais expressivos do esporte brasileiro em 2018. Um revezamento histórico e emocionante. O Brasil se sagrou pela primeira vez campeão mundial do 4×200 metros nado livre e estabeleceu um novo recorde mundial para a prova com 6:46.81. A antiga marca era da Rússia com 6:49.04 do Mundial de Dubai em 2010. O recorde sul-americano era do time do Brasil do Mundial de Doha, em 2014, com 6:54.53. Baixamos o recorde mundial em quase três segundos e o sul-americano em quase oito.
A prova foi cheia de emoções. Luiz Altamir Melo abriu para o Brasil e depois de liderar por 199 metros, foi batido pelo americano Blake Pieroni, o campeão dos 200 livre com 1:41.85 contra 1:42.03 do brasileiro.
Com a melhor velocidade de reação da prova, 0.03, Fernando Scheffer pulou na água em segundo. Vale lembrar que o Brasil venceu a Rússia por estes mesmos três centésimos. Scheffer cresceu e entregou em primeiro lugar com parcial de 1:40.99, o segundo melhor parcial de toda prova. Leonardo Santos recebeu o time na frente e com 1:42.81 entregou em terceiro lugar, mas a poucos décimos de Rússia e China.
Breno Correia pulou na água e já foi logo assumindo a ponta terminando com 1:40.98, o melhor parcial da prova vencendo com 6:46.81 contra 6:46.84 da Rússia, enquanto que a China chegava mais distante com 6:47.53.
Para Breno que perdeu a medalha na chegada, agora foi mais preciso do que o seu adversário russo e soube finalizar de forma adequada.

Link para todos os resultados:
http://omegatiming.com/Competition?id=000112010cffffffffffffffffffffff&day=4

4 respostas
  1. Carlos
    Carlos says:

    Resultado espetacular esse do revezamento. Impressionante! Nos traz muita esperança.
    Quero deixar aqui uma (triste) nota. Matheus Santana, pra mim, é uma das maiores decepções da natação brasileira. Sagrou-se campeão mundial junior em 2014, com recorde mundial. Pouco tempo depois trouxe o recorde mundial junior pra 48.35. Tudo isso em 2014! De lá pra cá, foi só queda. Um atleta com um potencial incrível, que hoje nada parecendo um atleta em fim de carreira. Sempre morre no final da prova. Coach, o que aconteceu com ele? Pq esse talento não foi adiante?

  2. Dirceu Martins
    Dirceu Martins says:

    E ai “Técnico” (Coach), como é mesmo aquela estoria da supremacia americana no 4 x 100 livre???? Conta de novo!!!!!

  3. Visionário
    Visionário says:

    Porra… e a conversão do 4×200 pra Gwangju ???

    Como todo (bom) capricorniano eu já penso 15 passos na frente…

  4. Igor Daiha
    Igor Daiha says:

    Simplesmente fantástico! Prova perfeita dos 3. Essa geração mostrou que vai pra cima, sem medo! Que orgulho de ver esses meninos representando tão bem o nosso país! Time bastante uniforme, se consolidando como uma das grandes favoritas para o mundial do ano que vem e as olimpíadas de Tóquio. Parabéns Luiz Altamir, Fernando, Léo e Breno. Vocês foram demais!

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