Em março do ano passado, o Blog do Coach publicou um post com o título de “A Olimpíada amaldiçoada” (link). Na época, reportávamos uma declaração do deputado japonês Taro Aso, ex-Primeiro Ministro do país, e que destacava que a cada 40 anos o movimento olímpico sofre com a realização dos Jogos.
Até publicamos os fatos que levaram a Aso a esta conclusão. Tudo se iniciou nos Jogos de Paris em 1900, quando a desorganização da Olimpíada (considerada a mais bagunçada da história) não tivemos medalhas e ainda usaram pombos vivos para as provas de tiro esportivo.
Os Deuses do Olimpo nunca perdoaram!
Em 1940, foram cancelados os Jogos Olímpicos de Inverno e Verão.
Em 1980, o primeiro grande boicote a Olimpíada de Moscou.
E agora, 2020 e 2021, ainda lidando com a Pandemia.
Como fato novo e nesta saga de maldições olímpicas, veja esta lista dos quatro maiores nomes da política e organização do Japão para receber a Olimpíada. Em setembro de 2013, quando foi escolhida na Assembleia Geral do COI em Buenos Aires, na Argentina, Tóquio venceu a disputa no segundo turno batendo Istambul na Turquia por 60 contra 36 votos, Naoki Inose, 74 anos era o Governador de Tóquio, Tsunekazu Takeda, 73 anos era, o Presidente do Comitê Olímpico Japonês, Shinzo Abe, 66 anos, o Primeiro Ministro do Japão, e Yoshiró Mori, 77 anos, indicado Presidente Comitê Tokyo 2020.
Ainda em 2013, no mês de dezembro, caiu o Governador de Tóquio. Inose foi acusado de receber ilegalmente 50 milhões de yenes do grupo Tokushukai. Algo em torno de 476 mil dólares e o fim da sua carreira política.
Em 2019, outro caso de corrupção. Agora internacional para derrubar o Presidente do Comitê Olímpico Japonês Tsunekazu Takeda. Em investigação na França seu nome aparecia na compra dos votos para garantir a sede para Tóquio 2020. Pressionado, ele terminou o seu mandado na presidência em junho de 2019, e abriu mão da re-eleição para fugir das possíveis consequências.
No ano passado, foi o Primeiro Ministro Shinzo Abe que deixou o cargo. Em plena Pandemia e com baixos níveis de aprovação, Abe pediu demissão do cargo alegando problemas de saúde.
Só faltava o Presidente do Comitê Tokyo 2020. E caiu na semana passada. Yoshiró Mori e suas declarações sexistas e misóginas fizeram perder o cargo depois de uma avalanche de críticas nacional e internacional. Uma petição online juntou quase 150 mil assinaturas pedindo a sua saída no Japão. E não deu outra.
Resta saber se foram as danadas das medalhas que não foram entregues em 1900 ou os coitados dos pombos. Os Deuses do Olímpo não nos perdoaram, até hoje.
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