A notícia animou uma grande parte da comunidade aquática, enquanto outros mais tradicionais rejeitaram a possibilidade. Isso mesmo, possibilidade e não passa disso. Para ser mais exato, a proposta da FINA na adição de mais eventos na natação e atletas nas outras modalidades aquáticas deve ser rejeitada, por completo.

Não é só a FINA que apresentou a solicitação de inclusão de provas e aumento de vagas, foram 68 diferentes propostas apresentadas por diferentes federações internacionais de esporte. São 25 provas novas de 15 diferentes esportes. Tudo isso foi encaminhado ao Comitê Olímpico Internacional que inicialmente vai discutir internamente para votar em julho numa assembleia em Lausanne, na Suiça.

Os Jogos de Tóquio de 2020 já vão ter cinco novas modalidades em relação ao que tivemos no Rio 2016: beisebol/softbol, escalada, skate, surfe e caratê. Tivemos 306 provas disputadas no Rio, e a previsão para Tóquio é de 310 provas. Ou seja, a conta não fecha. Ou se muda o limite de 310 provas, ou ao invés deste acréscimo enorme de provas, vamos ter é cortes.

Natação, tiro com arco, basquete, boxe, judô, pentatlo moderno, tênis de mesa, tae kwondo, triathlon e levantamento de peso apresentaram propostas de novas provas para 2020. Canoagem, remo e tiro solicitaram substituição em provas atuais.

A proposta da FINA não é novidade. Para a natação a proposta é a mesma apresentada nas últimas três Olimpíadas: 2008 em Beijing, 2012 em Londres e Rio 2016. Ter na natação o mesmo programa do Campeonato Mundial disputado na Olimpíada. Tal proposta tem sido rejeitada sem apelação.

Para 2020, a FINA extendeu as propostas aos seis esportes da entidade:

Natação – mesmo programa do Campeonato Mundial, ou seja, 800 livre masculino, 1500 livre feminino, 50 metros nos estilos, revezamentos 4×100 livre e 4×100 medley mistos.

Águas abertas – Aumento de 25 para 35 atletas na disputa, por sexo.

High diving – Inclusão do esporte, provas de 27 metros para os homens e 20 metros para as mulheres.

Saltos ornamentais – Aumento de 136 ara 160 saltadores na disputa e participação de 12 duplas nas provas mistas.

Nado sincronizado – Aumento de 8 para 12 seleções na prova por equipes e adição da prova do dueto misto.

Polo aquático – Aumento do número de seleções do torneio feminino de 8 para 12 equipes.

Em análise mais detalhada, as chances de mudanças são mínimas, muito próximas do zero. A tendência sempre é atender as novas diretrizes do COI em suas recentes iniciativas de popularização do esporte, de participação, de novas audiências. O high diving, mesmo sendo altamente atrativo neste último aspecto, term baixíssima participação internacional, o que elimina as suas chances por completo.

A natação embora os apelos sejam maiores para as provas de 50 metros nos estilos, as chances dos 800 livre masculino/1500 livre feminino são maiores, por uma questão de equiparação de provas entre homens e mulheres. Por incrível que pareça, nos atuais modelos do COI, até mesmo os revezamentos mistos são mais bem vistos do que as provas de 50 metros.

As outras mudanças dependem diretamente do incremento do número de participantes na Olimpíada. E aí o grande problema não só do COI, mas dos Comitês Organizadores. Está cada vez mais difícil sediar uma Olimpíada, os números de cidades dispostas a este esforço tem minguado a cada edição.

Por conta disso, a conclusão não é muito difícil de ser tirada. Os Jogos de Tóquio 2020 estão muito mais para perder provas do que ganhar.

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