Diário do Mundial – 18 de julho de 2017

Budapeste parou, por dois dias, ruas fechadas, segurança e mais polícia na rua. Sempre temos muita, agora foi ainda mais. A visita do Primeiro Ministro de Israel, Benjamin Natanyahu, mudou a rotina da cidade, principalmente na área onde estou hospedado.

* Viajar a Balaton virou a rotina dos últimos dias. Pode ser uma hora e 20 minutos com um motorista acelerado, ou duas horas de ônibus oficial da competição. O trânsito não é ruim, aliás, esta cidade me impressiona muito mais pelo número de pessoas que caminha pelas ruas do que no número de carros.
* Os dias são bem agradáveis em Budapeste, e a noite a temperatura sempre cai. Para os atletas chegando por aí para a disputa da natação, tenho certeza de que vão gostar.
* Os hotéis também estão próximos a Duna Arena. Falei com o pessoal da CBDA, o trânsito e o deslocamento é fácil, não mais do que 20 minutos. Isso vai funcionar bem para a logística de competição.
* Temos três dos seis esportes do Mundial em andamento. O polo aquático na Ilha de Margarida, os saltos na Duna Arena e o nado sincronizado no Parque da cidade. O primeiro esporte a temrinar é as águas abertas, no dia 21 de julho. A natação começa no domingo, dia 23 de julho. No dia anterior, terminam os saltos e o nado. O polo aquático só termina no dia 29, um dia antes da natação. E o high diving acontece nos últimos três dias de natação, de 28 a 30 de julho no rio Danúbio, mas numa área diferente.
* Os discursos e discussões políticas seguem por aqui. Incrível, uma eleição sem chances para a oposição a re-eleição de Julio Maglione para a presidência da FINA, mas carregada de acusações e denúncias.
* A competição está ótima, sedes, organização, tudo perfeito, bonito. O transporte, humm, nem tanto. Os voluntários, estes realmente deixam a desejar. Inglês é raro, e quando se tem, não se tem idéia do que lhe é perguntado. A simpatia é grande, a boa atenção também, a efetividade nem tanto.
* Budapeste é lindo, a cidade simplesmente maravilhosa. O povo bonito e atencioso e recebe bem aos turistas.
* Falei de Budapeste, mas falei pouco de Balatonfuered. É a praia deles, adoram aquilo. É um lago imenso, um local de férias mesmo. Lago verde, limpo, mas verde. Uma praia lotada, muita gente velejando. A cidade tem apenas 13 mil habitantes. No verão, triplica, ou mais.
* A Ilha de Margarida é outro local fantástico. Fui de barco, mas voltei de ônibus. Como de costume, os voluntários não sabiam informar onde pegava o barco para retornar. A piscina Alfred Hajos é icônica. Projetada pelo próprio que foi o primeiro campeão olímpico de natação da história, a piscina está super bem conservada. Recebeu uma estrutura temporária para o polo aquático e chega a balançar com o entusiasmo deles com seu time.
* Impressionante a paixão deles pelo polo aquático, mas só o deles. Os jogos da Hungria, masculino e feminino, lotados, as outras partidas, vazias. Por sinal, todas as arenas tem estado um tanto abaixo do esperado, embora, pelo anunciado, ingressos praticamente todos vendidos.
* Já fui a muitos esportes e nunca tinha visto uma comemoração de ponto, gol, cesta, recorde, algo que não fosse do futebol com a alegria e o entusiasmo que vivenciei com um gol do time de polo aquático masculino contra a Austrália. Foi simplesmente impressionante.
* A cobertura da TV local é bem forte. Todas as TVs trazem em seus noticiários os resumos, destaques e imagens enquanto a MS4 Sport, um dos quatro canais oficiais do governo transmite tudo, todos os dias.
* Os próximos dias marcam a chegada das equipes de natação. Além dos húngaros vi os nadadores do Egito treinando por aqui.
* E ainda não saiu nenhuma medalha para a Hungria. O início é meio injusto com os húngaros. Sem chances de saltos e nado sincronizado e remotas chances nas águas abertas. A alegria está guardada para o que acontecer na natação e no polo aquático. Por enquanto, os chineses com os saltos e os russos com o nado sincronizado vão mantendo a ponta no quadro de medalhas. China tem nove medalhas, sendo cinco de ouro, os russos oito medalhas, sendo quatro de ouro.