Fim de Pan Pacífico, Brasil termina com 4 medalhas

Terminou a natação do Pan Pacífico em Tóquio, no Japão. No quarto dia de disputas no Tatsumi International Center, o primeiro dia sem medalhas para o Brasil. No final da contabilidade, quatro medalhas, um ouro, uma prata e dois bronzes. A equipe americana, mesmo com inúmeros problemas nos revezamentos e performances abaixo dos tempos alcançados na Seletiva da semana passada, ainda levaram o título tanto na pontuação como no quadro de medalhas.

1500 metros nado livre feminino –
Sem adversárias, Katie Ledecky chegou a sua terceira vitória na competição marcando 15:38.97, 18 segundos distantes do seu recorde mundial batido em maio no Grand Prix de Indianápolis. Também não quebrou o recorde de campeonato que era dela desde 2014 com 15:28.36.
Ledecky não nadou esta prova na Seletiva Americana e a expectiva era de melhores resultados não só nos 1500, mas em todas as suas provas. No final da prova e também no pódio Ledecky não escondia a frustração.
Seus parciais: 59.25, 2:02.23, 3:04.68, 4:07.85, 5:10.65, 6:13.40 7:16.43, 8:19.41, 9:22.42, 10:25.60, 11:28.66, 12:32.06, 13:35.07, 14:37.99 e 15:38.97.
A cada 500 metros, 5:10.65, 5:14.95 e 5:13.37.
Ledecky campeã, australiana Kiah Melverton em segundo lugar com 16:00.08 e Leah Smith dos Estados Unidos, tendo nadado nas eliminatórias, levou o bronze com 16:00.82.

800 metros nado livre masculino –
Excelente resultado do americano Zane Grothe, novo recorde de campeonato e melhor tempo do mundo em 2018 com 7:43.74. Grothe ficou a apenas 14 centeesimos de quebrar o recorde americano de Michael McBroom desde 2013 com 7:43.60.
Sempre na frente, Grothe passou os primeiros 400 metros com 3:53.75 e voltou 3:49.99, numa excelente divisão negativa de prova.
Jordan Wilimovsky dos Esatdos Unidos ficou em segundo com 7:45.19 e Jack McLoughlin da Austrrália foi bronze com 7:47.31.
Guilherme Costa do Brasil terminou na quarta colocação com 7:51.67. Esta é a segunda melhor marca de Guilherme. Melhor que ela apenas o recorde sul-americano de 7:50.92 feitos no Sette Colli, na Itália, em junho.
Nos parciais do brasileiro: 56.58, 1:56.10, 2:55.34, 3:54.70, 4:53.86, 5:53.76, 6:53.85 e 7:52.57.
Comparando com a performance do Sette Colli seus parciais do recorde sul-americano foram:
56.75, 1:56.08, 2:55.53, 3:54.70, 4:54.08, 5:53.79, 6:53.62, 7:50.92.
Praticamente a mesma prova até os 700 metros, faltou o final de prova que aconteceu em Roma e não aconteceu em Tóquio. Detalhe que na virada dos 400 metros o parcial era exatamente o mesmo.

200 metros costas feminino –
Assim como nos 100 metros costas, os 200 costas feminino foi também uma prova de altíssimo nível. Venceu Kathleen Baker dos Estados Unidos 2:06.14, novo recorde de campeonato superando os 2:07.48 de Elizabeth Belton desde 2010. Foram três nadadoras na casa dos 2:06 e a americana Regan Smith de 16 anos de idade voltou a quebrar o recorde mundial júnior marcando 2:06.46 terminando na terceira colocação. A para ficou para a canadense Taylor Ruck com 2:06.41. Kylie Masse do Canadá em quarto com 2:07.00, Kaylee McKeown da Austrália em quinto com 2:07.01 e Emily Seebohm em sexto com 2:07.12. Até mesmo a jovem japonesa Natsumi Sakai de 17 anos quebrou o recorde japonês júnior terminando em sétimo lugar com 2:08.18.
Parciais da vencedora Kathleen Baker 29.36, 1:00.88, 1:33.00 e 2:06.14.
A marca passa a ser segundo melhor tempo do mundo em 2018 atrás apenas dos 2:05.98 de Kylie Masse na sua vitória do Commonwealth Games em abril.

200 metros costas masculino –
Que prova e que competição fez Ryan Murphy. Venceu com 1:53.57, novo recorde de campeonato e melhor tempo do mundo em 2018. Liderando desde o princípio nunca foi ameaçado. Já havia quebrado o recorde de campeonato nas eliminatórias com 1:54.07. A marca era de Ryan Lochte desde 2010 com 1:54.12.
Parciais de Murphy 26.42, 54.87, 1:23.76 e 1:53.57.
O japonês Ryosuke Irie chegou em segundo lugar com 1:55.12 e Austrin Katz dos Estados Unidos em terceiro com 1:56.00.
Leonardo de Deus chegou a final A com 1:59.59 feitos na eliminatória, mas nadou mal e terminou em oitavo com 2:01.56.
Parciais de Leo 28.15, 58.25, 1:29.74 e 2:01.56.
Na final B, Brandonn Almeida terminou em 14o lugar com 2:00.79 e Leonardo Santos em 16o com 2:04.51.
Parciais de Brandonn Almeida 28.89, 59.07, 1:29.78, 2:00.79 e Leonardo Santos 28.59, 59.75, 1:32.20 e 2:04.51.

50 metros nado livre feminino –
Outra vitória e fácil para Cate Campbell da Austrália 23.81, novo recorde de campeonato superando os 23.96 que era dela do Pan Pacífico de 2014.
A americana Simone Manuel chegou num distante segundo lugar com 24.22 e a australiana Emma McKeon completou o pódio com 24.34.
Nem Lorrane Ferreira 12a colocada na série B, nem Larissa Oliveira 8a colocada na série A conseguiram nadar para 24. Porém, as duas melhoraram nas finais. Lorrane fez 25.34 nas eliminatórias e 25.08 na final. Larissa fez 25.23 nas eliminatórias e 25.03 na final.
A dinamarquesa Pernille Blume com seus 23.75 do Europeu é o melhor tempo do mundo no ano. Campbell é a segunda mas com 23.78 feitos na sua vitória do Commonwealth Games em abril.

50 metros nado livre masculino –
Com exceção do campeão Michael Andrew dos Estados Unidos que marcou 21.46, dois centésimos melhor do que havia feito na seletiva americana, os resultados foram frustrantes. Caeleb Dressel, campeão mundial e recordista americano com 21.15 no ano passado ficou num distante segundo lugar com 21.93. Dressel chegou a estar na frente, perfeita saída mas levou um verdadeiro banho de Andrew na parte nadada. Andrew chegou a ameaçar o recorde de campeonato que se mantém com o brasileiro Bruno Fratus de 21.44 desde 2014.
O bronze ficou para o canadense Yuri Kisil com 22.02.
Pedro Spajari terminou em sexto lugar com 22.30 e Marcelo Chierighini em oitavo com 22.50.
Na final B, Gabriel Santos ficou em 12o lugar com 22.39.

200 metros peito feminino –
De volta a Seleção Americana depois de três anos, Micah Lawrence Sumrall venceu a prova com 2:21.88, terceiro tempo do mundo em 2018. Lilly King que não havia nadado bem a prova na Seletiva Americana desta vez brigou até o final fazendo a dobradinha do Team USA com 2:22.12. A japonesa Satomi Suzuki não chegou longe, foi terceira com 2:22.22.
Belo resultado da argentina Julia Sebastian, atleta do Unisanta, terminou na sétima colocação com 2:25.55 ameaçando por dois centésimos o seu próprio recorde sul-americano.

200 metros peito masculino –
Crescendo no segundo parcial da prova, Ippei Watanabe do Japão venceu com 2:07.75, novo recorde de campeonato. A marca era de Kosuke Kitajima desde 2010 com 2:08.36.
Watanabe, atual recordista mundial da prova com 2:06.67 do ano passado, venceu com parciais de 29.26, 1:01.94, 1:34.95 e 2:07.75.
Bom resultado também para os australianos Zac Stubblety Cook prata com 2:07.89 e Matthew Wilson bronze com 2:08.22.

Revezamento 4×100 metros medley feminino –
A equipe americana, recordista mundial, com a mesma formação do título e recorde no ano passado no Mundial de Budapeste ficou quase dois segundos atrás do que fez em 2017 e ainda perdeu a prova para as australianas.
Foi a quinta vitória da Austrália em provas de revezamento contra os Estados Unidos, no maior número de derrotas do time americano em competições de alto nível nos últimos 40 anos, ou mais.
Austrália campeã com 3:52.74, recorde de campeonato superando os 3:55.23 do time americano de 2010. Estados Unidos em segundo com 3:53.21 e o Japão em terceiro com 3:55.03 e novo recorde nacional do Japão.
Conferindo os parciais das australianas e americanas, Simone Manuel pulou 0,56 na frente de Cate Campbell, mas nos 50 metros já estava um centésimo atrás.
Austrália
Emily Seebohm 59.28
Jessica Hansen 1:05.82
Emma Mckeon 56.45
Cate Campbell 51.19

Estados Unidos
Kathleen Baker 59.41
Lilly King 1:04.86
Kelsi Worrell 56.72
Simone Manuel 52.22

Revezamento 4×100 metros medley masculino –
Desta vez os americanos venceram, mas muito mais difícil do que se esperava. Japão esteve na frente até os últimos 50 metros de prova e a Austrália ainda apertou no final. Mesmo assim, os americanos conseguiram levar com um parcial de Nathan Adrian fechando para 47.71.
Nem Ryan Murphy abriu na frente de costas, sentindo ainda cansado da sua performance nos 200 costas. Vale destacar que a comissão técnica optou por poupar Nathan Adrian da final B dos 50 metros nado livre e Andrew Wilson da final A dos 200 metros nado peito. O medo e o risco de perder o revezamento era grande, e quase aconteceu.
Confira os parciais das três equipes:
Estados Unidos 3:30.20
Ryan Murphy 52.70
Andrew Wilson 59.15
Caeleb Dressel 50.64
Nathan Adrian 47.71

Japão 3:30.25
Ryosuke Irie 52.61
Yasuhiro Koseki 58.62
Yuki Kobori 51.19
Katsumi Nakamura 47.83

Austrália 3:30.52
Mitchell Larkin 53.18
Jake Packard 59.03
Grant Irvine 51.40
Kyle Chalmers 46.91

O Brasil terminou em quarto lugar, 3:32.16. Em destaque o parcial de Gabriel Fantoni abrindo com 53.72, sua nova melhor marca pessoal. Passou com 25.50 e voltou com 28.22. Agora, na história da prova do Brasil, está atrás apenas de Guilherme Guido, superando dois outros nadadores da casa dos 53 segundos, Th iago Pereira e Gabriel Mangabeira.
Tempo final do Brasil 3:32.16, segundo melhor tempo do Brasil desde o recorde sul-americano de 2009 com 3:29.16. Melhor que o tempo de hoje apenas os 3:31.53 feitos no Mundial de Budapeste.
Parciais do Brasil
Gabriel Fantoni 53.72
João Luiz Gomes Jr. 59.05
Vinicius Lanza 51.68
Pedro Spajari 47.71

Veja os resultados completos aqui:
http://swim.seiko.co.jp/en/2018/S80701/eng_index.htm