Autor • Alex Pussieldi direto de Guadalajara
Fonte • Best Swimming

 

Guadalajara é a Capital do Estado de Jalisco no México. A altitude exata da cidade varia de acordo com a localização. Mas temos áreas de 1.400 metros acima do nível do mar (a mais baixa) e vai até 1.700 metros de altitude (a mais alta).

 

O Complexo Aquático Scotiabank especialmente construído para estes Jogos Pan Americanos e que também vai ser sede do Mundial dos Esportes Aquáticos em 2017 está localizado a exatamente 1.556 metros acima do nível do mar.

 

A altitude é um fator limitante de performance, principalmente nas provas e maior duração. A humidade e a temperatura também são fatores que podem incrementar ainda mais os efeitos de altitude. Esta uma das razões de realizar os Jogos Pan Americanos em outubro comparados aos meses de julho e agosto no Rio de Janeiro em 2007 e Santo Domingo em 2003.

 

Grande parte das delegações fez um treinamento de altitude antes de chegar a Guadalajara. San Luis Potosi, e o famoso centro de treinamento de Las Lomas foi sede do Brasil, Argentina, Chile, México e alguns nadadores de Porto Rico. Aruba foi a Cidade do México e os fundistas da Venezuela subiram para Toluca, mais de 2.500 metros de altitude, sem dúvida, os "campeões da subida" neste período preparatório.

 

Adaptações em altitude requerem de 10 a 15 dias para uma perfeita adaptação. O Brasil chegou no dia 5 de outubro a Las Lomas, o que deu apenas 10 dias.

 

Outros optaram por vir direto a Guadalajara. Foi o que fez a Venezuela chegando por aqui ainda em setembro. Foram 18 dias de aclimatização.

 

A idéia de subir acima dos 1.556 metros de altitude de Guadalajara é dar aos atletas a condição de quando "descerem" estar com a adaptação facilitada já que melhoram as condições a que foram expostos.

 

Mesmo adaptados, seja descendo de alturas mais altas, ou chegando mais cedo a Guadalajara, os efeitos da altitude e do ar rarefeito permanecem. Isso quer dizer que resultados técnicos continuam sendo afetados.

 

Não é difícil concluir que Guadalajara não será o lugar para termos grandes marcas, que até podem acontecer, mas que se fossem realizadas em melhores condições seriam ainda melhores. As provas mais curtas (50 e 100) não serão tão afetadas, mas de 200 para cima os desempenhos são bem mais atingidos.

 

Competir em altitude também quer dizer trabalhar a estratégia. Adaptar, aclimatizar e acima de tudo desenvolver uma estratégia específica de prova. Nadadores devem reduzir seus trabalhos submersos, devem forçar mais no final de prova e passar mais tranquilos. Apenas alguma idéia geral do que deve acontecer.

 

Daynara de Paula, ela que junto com Gabriella Silva, nada a primeira prova do Pan, os 100 borboleta, decidiu que vai cortar de 8 para 5 pernadas submersas na sua virada dos 100 borboleta. A idéia é ter um final de prova melhor. Ela que teve dificuldades em Shanghai quando bloqueou demais e acabou sentindo no final.

 

A altitude está aí "contra todos". Mesmo sendo nadadores locais, morando e vivendo aqui por anos, seus resultados poderiam ser ainda melhores em lugares a nível do mar. Nadar contra os 1.556 metros acima do mar, será um problema para todos os nadadores da competição. Reclamar dos efeitos só vai ajudar a incrementar os problemas e a preocupação com isso.

 

Assim, muito mais do que altitude, o problema agora passa a ser ATITUDE!  

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