Num “longíquo” mês de janeiro de 2013, a agora campeã mundial Poliana Okimoto estava em Santos para a Maratona Aquática Internacional, que fazia parte da Copa do Mundo da modalidade, e que também era seletiva para este Mundial de Barcelona. Ela chegou em 7o. na prova, e garantiu sua vaga.

Na época, seu marido e técnico Ricardo Cintra criticou a decisão do Corinthians em abandonar os diversos atletas “top”, entre eles Thiago Pereira e Poliana Okimoto:

“Nós saímos de um clube que, infelizmente, não queriam maratonas aquáticas. Ficamos muito chateados porque somos corintianos, sócios do Corinthians, mas a verdade é que não se interessaram pela Poliana. Não ligaram para os resultados dela em maratona, então decidimos ir para um clube que se interesse”, explicou.

Claro, a desistência da prova em Londres por hipotermia pode ter interferido na decisão do clube em não manter qualquer equipe de alto nível no clube. Com isso, o casal procurou o Minas Tênis Clube, e acertou a temporada de 2013 com o clube mineiro. Um tiro certeiro – e sortudo – do clube.

Para a atleta paulista, a estabilidade de um clube no Brasil ajudou na preparação.

“Claro que não classificar para a próxima Olimpíada (no Rio de Janeiro, em 2016) nos frustraria, é a única medalha que ela não tem e vai parar depois disso, está decidido. O que ocorreu em Londres foi um acidente, mas deixou ela muito insegura. Até por conta da idade (29 anos) ela passou a achar que não consegue mais acompanhar outras meninas. Então, foi bom ter nadado agora uma prova competitiva. Acho que vai voltar a ter segurança”, afirmou Cintra.

Propaganda dos Correios divulgada no Facebook da empresa: campanha #vamaislonge por enquanto está encabeçada em Poliana Okimoto

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Poliana e Corinthians tem uma longa história. Ela começou a se destacar ainda na categoria petiz nadando pelo Guaru/Munhoz/TNT, equipe que aliás teve outros fundistas campeões brasileiros, como Alexandre Angelotti, Rodrigo Munhoz e Luciana Abe. Depois mudou para o Corinthians, onde defendeu o clube de 1997 a 1999. Lá treinou com Ismar Barbosa, hoje faz parte do projeto olímpico do Instituto Passe de Mágica, ex-supervisor de natação da Federação Paulista e ex-coordenador do Centro Olímpico em São Paulo.

Em 2000, mudou para o Vasco da Gama, no projeto ambicioso que ruiu 2 anos depois.

Em 2001, voltou ao Corinthians e ficou até 2002. Depois mudou para Santos e defendeu a Unisanta, treinando sozinha numa piscina que não existe mais: a Unimonte.

De 2004 a 2009 defendeu o Pinheiros, em São Paulo, onde voltou a ter melhores resultados na piscina graças ao treinamento com uma grande equipe e foi onde começou sua carreira em águas abertas.

De 2010 a 2012, voltou a defender o clube do coração, o Corinthians. Mas fazia rodízio, treinando tanto em São Paulo, quanto no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro.

Com o título mundial, resta apenas o Minas Tênis aproveitar o potencial da atleta e usar este resultado para alavancar as águas abertas no estado e nas escolinhas do clube, um paradoxo para um estado tão distante do mar.

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