Amigos, campeões mundiais, líderes do ranking mundial, adversários, velozes. E furiosos.
Nicholas dos Santos e César Cielo Filho lideram a finalíssima dos 50m borboleta amanhã, a partir das 13h, horário de Brasília, no Campeonato Mundial de Barcelona. Cada um fez sua parte – e bem feita: venceram as duas semifinais. Primeiro foi Cielo com 22.86. Depois veio Nicholas com 22.81. O bielorusso Yauhen Tsurkin, que esteve na Universíade há 2 semanas atrás levando a prata nesta prova, agora está com o 3o. tempo das finais, com 22.90. O campeão da Universíade, o ucraniano Andrii Govorov, também está na final, assim como os franceses Fred Bousquet e Florent Manaudou, o alemão Steffen Deibler e o americano Eugene Godsoe.
Para Nicholas, tentará seu primeiro pódio em Mundiais de longa. Ele já é campeão mundial da prova, mas em piscina curta, em Istambul, dezembro passado. Cielo tentará o segundo título na prova, já que venceu em Xangai com 23.10. Com o oitavo finalista marcando 23.16, esta é a final mais veloz da história do Mundial. Decepção para o espanhol Rafael Muñoz, atual recordista mundial, que não fez a final por 3 centésimos. O primeiro tempo da final, Roland Schoeman, também ficou fora da final e aposto que está reclamando que as finais deveriam ter 10 raias, afinal, ele foi o 10o. tempo!
A noite começou com as semifinais dos 100m borboleta feminino. Daynara de Paula, que havia feito 59.16 nas eliminatórias, terminou na mesma colocação, 15o., com 59.04 (27.36, 31.68). Das favoritas ao título, estão todas na final. A sueca Sarah Sjostrom lidera com 57.10, seguida de Jeanette Gray com 57.19 e da australiana Alicia Coutts, com 57.49. Completam ainda a final as americanas Dana Vollmer e Claire Donahue, as canadenses Noemie Thomas e Katerine Savard e a italiana Ilaria Bianchi. Uma certeza é de que o pódio será inédito para todas as atletas, pois nenhuma subiu ao pódio antes em edições anteriores.
Muita dúvida sobre o ritmo instável de treinos do chinês “xen noxão” Sun Yang acabou por ser enterrada com o primeiro título do atual campeão olímpico dos 400m livre. Com 3:41.59 (1:50.55/1:51.04), atualmente dono do melhor estilo do mundo no nado livre – um deslize inacreditável e uma eficiência incrível – Yang liderou desde o início e não deu chance pra qualquer ameaça ao título. A ameaça veio na raia 1, pelo americano Connor Jeager, que tinha 3:48.06 do US Trials, e aqui disparou na prova ficando em 2o. a maior parte do tempo, mas perdendo a prata pro japonês Kosuke Hagino, com 3:44.82 contra 3:44.85. Hagino teve a segunda melhor parcial dos últimos 50m, com 27.04 (perdendo pro “xen noxão” que fez 26.55) e pulou na frente na disputa pela prata. O vice olímpico dos 1500m livre, o canadense Ryan Cochrane, acabou fora do pódio com 3:45.02.
Na semifinal dos 200m medley feminino, nada mudou nas duas primeiras posições: a húngara Katinka Hosszu lidera com 2:08.59, seguida da chinesa sensação de Londres, Shiwen Ye, com 2:09.12. Os 30.58 de Katinka na parcial de livre não será suficiente para bater a chinesa se virarem juntas no nado peito, já que a chinesa tentará defender seu título de 2011. Com 26 anos, a australiana Alicia Coutts faz sua segunda final, com 2:10.06, 3o. melhor tempo. Em 2011, levou a prata, e desde 2003 a Austrália tem uma representante no pódio, mas nunca uma campeã. Ídola nacional, Mireia Garcia está na final para alívio dos fãs espanhóis, já que uma prova depois viria a decepção com Rafael Muñoz…
O primeiro recorde da noite veio numa prova surpreendente, vencida pela americana campeã olímpica dos 800m livre, Katie Ledecy, saindo de um modesto 4:05.00 deste ano para um novo recorde americano com 3:59.82. Assim como Yang, liderou de cabo a rabo e nunca foi ameaçada. É possível estarmos presenciando o nascimento da maior fundista da atualidade… Os espanhóis foram à loucura com a prata de Melanie Costa Schmid, vice-campeã com 4:02.47, pouco ameaçada nos últimos 50m pela neozelandeza Lauren Boyle, que não alcançou a espanhola, mas com sprint suficiente para tirar a inglesa Jazmin Carlin do pódio, assim como ocorreu na prova masculina entre o americano Jaeger e o canadense Cochrane. Lauren levou o bronze com 4:03.89. Estão notando alguém fora do pódio? Campeã olímpica e medalha de bronze em 2011, Camile Muffat foi a grande decepção da noite, terminando em 7o. com 4:07.67 (ela fez 4:01.13 em março desse ano). A venezuelana Andreina Pinto, que tinha superado o recorde sul-americano de manhã, agora terminou com sua melhor colocação em mundiais mesmo piorando sua marca, 6o. lugar com 4:07.14.
Felipe Lima avançou para a final dos 100m peito, quebrando – enfim – a barreira do minuto com 59.84 (27.77). Foi o único finalista a voltar com 32 segundos nos 2o. 50 metros da prova. O bicampeão olímpico e campeão mundial em 2003 Kosuke Kitajima, 31 aninhos, está vivo na raia 8 por meros 2 centésimos, 59.92, na prova mais disputada da etapa, liderada pelo australiano Christian Sprenger, com 59.23. Kevin Cordes, americano de 19 anos, que tinha 1:00.47 do GP de Indianapolis de 2012, venceu a primeira semifinal e fez o 2o. tempo geral com 59.78. O que dizer então do esloveno Damir Dugonjic, 25 anos, que tinha 1:00.60 e entrou para a final com 59.80? Ele é campeão europeu em 2012 e levou a prata no Mundial de Istambul nos 50 e 100m peito. Cameron vd Burgh, acostumado com o 3o. lugar (bronze em 2009 e 2011), tentará algo diferente, aqui empatando com o americano. Já o capixaba João Gomes Júnior, segundo declaração dele à imprensa, não encaixou na saída e não nadou bem, terminando em 14o. com 1:00.40 (28.42). Vale notar que a média de idade dos semifinalistas foi de 24,7 anos.
Segunda vitória americana, segundo recorde americano. O time feminino começou com gás, e simplesmente tirou a vitória do 4x100m livre das australianas com um final sensacional entre Megan Romano (52.60) e uma cansada Alicia Coutts (53.44) que chorava na chegada balbuciando algo como “sorry, I tried!”: mulher, VOCÊ NADOU 3 PROVAS HOJE! As americanas derrotaram as australianas com 3:32.31 contra 3:32.43, recorde da Oceania, se serve de prêmio de consolo. Também, se serve de consolo, Cate Campbell voou abrindo o revezamento com 52.33 (25.19), melhor tempo entre todas que competiram na prova.
ESTADOS UNIDOS, 3:32.31
MELISSA FRANKLIN, 53.51
NATALIE COGHLIN, 52.98
SHANNON VREELAND, 53.22
MEGAN ROMANO, 52.60
AUSTRÁLIA, 3:32.43
CATE CAMPBELL, 52.33
BRONTE CAMPBELL, 53.47
EMMA MCKEON, 53.19
ALICIA COUTTS, 53.44
HOLANDA, 3:35.77
ELISE BOUWENS, 55.68
FEMKE HEEMSKERK, 52.86
INGE DEKKER, 54.58
RANOMI KROMOWIDJOJO, 52.65
Alguém aí está notando a semelhança entre a corrida de Michael Phelps rumo aos 8 ouros olímpicos de Pequim, e Melissa Franklin atrás das 8 medalhas de ouro em Barcelona?!?
Na derradeira prova do dia, uma vitória increditável da França que pode ser resumida num nome: Fabien Gilot. Foi o 3o. atleta da equipe, que estava em 4o. lugar até ele chegar metendo 46.90, uma parcial que desestabilizou as outras 3 equipes que disputavam o título: Estados Unidos, Rússia e Austrália. Jeremy Stravius, então, fez o impensável acontencer, e impressionando numa ondulação pós-virada até a marca dos 10 metros, algo que veremos também com Florent Manaudou nos 50 e 100m livre. Com 3:11.18, a França conquista pela primeira vez o título mundial. Em 2011, ficou com a prata, com um tempo 4 centésimos melhor… Os americanos foram prata com 3:11.42 e a Rússia – nossa aposta para vitória revendo a performance deles na Universíade de Kazan – levou o bronze com 3:11.44. A Austrália fica de fora do pódio, com um estranho 48.00 de James Magnussen abrindo o revezamento, que totalizou 3:11.58.
FRANÇA, 3:11.18
YANNICK AGNEL, 48.76
FLORENT MANAUDOU, 47.93
FABIEN GILOT, 46.90
JEREMY STRAVIUS, 47.59
ESTADOS UNIDOS, 3:11.42
NATHAN ADRIAN, 47.95
RYAN LOCHTE, 47.80
ANTHONY ERVIN, 47.44
JAMES FEIGEN, 48.23
RUSSIA, 3:11.44
ANDREY GRECHIN, 48.09
NIKITA LOBINTSEV, 47.91
VLADIMIR MOROZOV, 47.40
DANILA IZOTOV, 48.04
Primeira final nesta prova desde 2009, quando a equipe ficou em 4o. no Mundial de Roma, a equipe brasileira mudou a estratégia, mas piorou a colocação e o tempo: 7o. com 3:14.45. O destaque foi para o tempo de Chierighini fechando a equipe, (22.30) 47.56.
NICOLAS OLIVEIRA, 48.72
FERNANDO SANTOS, 48.98
VINICIUS WAKED, 49.19
MARCELO CHIERIGHINI, 47.56
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Chierighini nadou mais rápido que todos que fecharam o revezamento… esperança nos 100 livre