Sun Yang “cozinha” a prova e entra para a história

O bicampeão olímpico Sun Yang continua sua heróica trajetória na história da natação mundial.

Em Barcelona, chegou fora de sua melhor forma publicamente, nadou os 400m livre e venceu, três dias depois nadou a final dos 800m livre e venceu, no penúltimo dia fez a melhor parcial da história fechando o revezamento 4x200m livre com 1:43.16, e no último dia nadou a final dos 1500m livre, “cozinhou” o que pode e venceu apenas nos últimos 75 metros.

Dentre as 3 provas de fundo que nadou, esta foi a que conseguiu controlar melhor seus adversários. Ou seria o seu adversário? O canadense Ryan Cochrane sabia – assim como todos nós – que para vencer a prova, situação quase única ao pegar um adversário que não estava na sua melhor forma, deveria ter uma vantagem entre 4 e 6 segundos.

Mas o chinês, esperto, não desgrudou do canadense vice-campeão olímpico. Na estratégia, forçou a parcial dos 1400 aos 1450m obtendo quase 1 segundo de vantagem e no fim ainda segurou a chegada.

Cochrane lutou bravamente mas terminou em 2o. com 14:42.48, conquistando a sua sexta medalha em Mundiais, tornando-se o maior nadador canadense da história em número de medalhas, ultrapassando Brent Hayden que tinha 5.

Yang venceu com 14:41.15, fechando com incríveis 54.48 (Ryan fechou com 57.61), enquanto o italiano Gregorio Paltrinieri – bronze em Londres – completou o pódio com 14:45.37, deixando os dois americanos de fora: Connor Jaeger com 14:47.96 e Michael McBroom – prata nos 800m – com 14:53.95. Os americanos não sobem ao pódio desde 2005, quando Larsen Jansen ficou em 2o.

Connor e Gregorio foram os únicos finalistas que melhoraram suas melhores marcas pessoais.

Enquanto Yang sagra-se bicampeão mundial da prova, Ryan Cochrane “sagra-se” tri-vice-campeão da prova: em 2009 fez 14:41.38, e em 2011 fez 14:44.46.

Mais do que isso, Sun Yang equipara-se a outra lenda do fundo mundial, Grant Hackett, ao serem os únicos a vencerem a tríade do fundo (400-800-1500m) num mesmo Mundial.