Adrian Moorhouse ouro em 1988 Seul (Zimbio)

Adrian Moorhouse ouro em 1988 Seul (Zimbio)

Este é o tipo do aniversário que tem gente que comemora e outros sofrem.  A natação britânica masculina completou 25 anos da sua última medalha dourada olímpica. Desde então, os britânicos chegaram ao pódio seis vezes, mas o desejado ouro, a cada ano fica mais distante.

Foi nos Jogos Olímpicos de Seul, Adrian Moorhouse, então com 23 anos, fazia a sua segunda das três Olimpíadas que participou. Moorhouse foi inspirado por uma geração vitoriosa de nadadores de peito da Grã-Bretanha. Aos 11 anos, vibrou com a medalha de ouro olímpica de David Wilkie nos Jogos de 1976 em Montreal na prova dos 200 peito e prata nos 100 peito.

Foi em 1980 que Moohouse chegou a Seleção Principal da Grã-Bretanha, com apenas 15 anos de idade, mas ainda não o suficiente para ganhar a vaga para os Jogos Olímpicos de Moscou onde outro britânico brilhou nas provas de peito. Duncan Goodhew foi ouro nos 100 metros com 1:03:24.

No ano seguinte, com apenas 16 anos de idade, Moorhouse assumiu o posto de número 1 na Grã-Bretanha ao conquistar o bronze dos 200 peito no Campeonato Europeu em Split na antiga Iugoslávia. Em 1982, o primeiro ouro internacional com a vitória no Commonwealth Games de Brisbane na Austrália na prova dos 100 peito.

Para Los Angeles em 1984, na sua primeira Olimpíada, Moorhouse chegou como um dos favoritos, mas terminou num decepcionante quarto lugar. O resultado foi devastador e por meses teve dificuldades em retornar aos treinamentos.

A motivação voltaria em 85 quando quebrou o seu primeiro recorde mundial em piscina curta no Europeu na Bulgária. Os recordes em piscina curta só passariam a ser reconhecidos pela FINA em 1990, mas Moorhouse chegou a batê-los duas vezes antes disso, sendo o primeiro nadador da história a nadar abaixo do um minuto na piscina curta.

A maior decepcção de sua carreira foi no Campeonato Mundial de 1986 em Madri na Espanha. Os 100 metros nado peito era anunciada como a “prova do campeonato” e assim foi, principalmente pela controvérsia.

O canadense Victor Davis foi o maior rival da carreira de Moorhouse. Ambos eram apontados como os favoritos para o grande duelo dos 100 peito. Davis dominou a primeira parte da prova mas foi incapaz de segurar os últimos 25 metros de Moorhouse, sempre sua maior característica.

Moorhouse venceu com 1:02:01, novo recorde de campeonato, Davis prata com 1:02:71. Não demorou muito para o anúncio da desclassificação de Moorhouse por uma virada irregular. Segundo a arbitragem, executou uma pernada de borboleta na filipina dos 50 metros. Protesto da delegação britânica, e mesmo com as imagens da TV mostrando que nada aconteceu, não teve jeito. Davis ganhou uma medalha de ouro que humildemente reconheceu não era sua.

Davis voltaria a subir ao pódium nos 200 peito onde foi prata dois dias depois, enquanto Moorhouse não participou da prova alegando uma lesão na coxa.

Como na decepção anterior, Moorhouse recuperou forças ao quebrar o recorde mundial dos 100 peito em piscina curta no ano seguinte. Com 59:75 se tornou no primeiro homem a quebrar a barreira do minuto.

Saída da final olímpica de Seul 100 peito (Getty Images)

Saída da final olímpica de Seul 100 peito (Getty Images)

Para os Jogos Olímpicos de 1988 em Seul, Moorhouse chegou como o melhor tempo do mundo. Os 1:01:78 feitos durante a temporada lhe davam novamente o favoritismo.

Nas eliminatórias, foi o mais rápido com 1:02:19 seguido de seu “arqui-inimigo” Victor Davis com 1:02:48. Na final, não se intimidou com o ritmo alucinante do russo Dimitri Volkov que passou para o parcial mais rápido daquela época com 28:12. Moorhouse era o sexto nos primeiros 50 metros. Mas o seu final era implacável e conseguiu assegurar a vitória por apenas um centésimo.

Venceu o ouro com 1:02:04, a frente do húngaro Karoly Guttler com 1:02:05 e Volkov chegando em terceiro com 1:02:20. Desta vez, Davis era o quarto com 1:02:38.

Moorhouse chegaria a seu primeiro recorde mundial em piscina longa no ano seguinte com 1:01:49. Em 1990, bateu novamente, ou melhor igualou a marca duas vezes em janeiro e em julho. Recorde que perderia em 1991 para o húngaro Norbert Rosza 1:01:45 na final do Mundial de Perth. Moorhouse ficou com a prata e 1:01:58.

Sua última Olimpíada foi em 1992 em Barcelona. Terminou em oitavo com 1:02:33. Aposentado do esporte, Adrian Moorhouse se tornou um conhecido e vitorioso no mundo dos negócios chegando a ser indicado como um dos mais influentes empresários da Grã-Bretanha. Em 2012, nos Jogos Olímpicos de Londres foi escolhido como o Embaixador da equipe britânica nos Jogos assim como um dos que carregaram a tocha na abertura da Olimpíada.

Carregando a tocha para os Jogos de 2012 em Londres (AP)

Carregando a tocha para os Jogos de 2012 em Londres (AP)

Assista a prova histórica e o ouro olímpico de Adrian Moorhouse nos Jogos de 1988 em Seul com transmissão da TVE, TV espanhola.

Desde a última vitória britânica masculina em Jogos Olímpicos de Adrian Moorhouse em 1988, os nadadores da Grã-Bretanha subiram seis vezes ao pódio mas nenhum ouro:

1. Nick Gillingham bronze nos 200 peito em 1992 Barcelona.

2. Paul Palmer prata nos 400 livre em 1996 Atlanta.

3. Graeme Smith bronze nos 1500 livre em 1996 Atlanta.

4. David Davies bronze nos 1500 livre em 2004 Atenas.

5. Steve Parry bronze nos 200 borboleta em 2004 Atenas.

6. Michael Jamieson prata nos 200 peito em 2012 Londres.

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