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Convocação dupla para duas seleções nacionais na mesma temporada não é coisa para qualquer um, ainda mais quando é em diferentes modalidades. Viviane Jungblut é o caso mais recente deste feito incomum. A gaúcha de 17 anos ganhou direito de representar o Brasil no Campeonato Mundial Júnior de Águas Abertas em Eilat, Israel, e uma vaga no seleto time que vai aos Jogos Olímpicos da Juventude em Nanjing, na China.

Por conta das regras dos Jogos da Juventude, onde os atletas são obrigados a ficar durante todo o período de disputa do evento, Viviane teve de abrir mão da vaga no Mundial Júnior de Águas Abertas, embora as datas das competições permitissem o “trabalho duplo”. Isso não invalida o feito e a conquista da nadadora do União, atualmente uma das mais destacadas do grupo gaúcho a nível nacional.

Os feitos “duplos” não são inéditos, mas raros. Tem o caso de Nathália Almeida, que em 2011 esteve no Sul-Americano Juvenil de Lima no nado sincronizado e na natação. “Naná” saiu de lá com três ouros no nado sincronizado e o troféu de melhor atleta e completou o sucesso na piscina com mais quatro medalhas, duas de ouro, uma de prata e uma de bronze, e ainda um recorde de campeonato nos 200 medley.

Também tem o caso de Ana Marcela Cunha, bem parecido com o de Viviane. Foi na primeira edição do Mundial Júnior no Rio, em 2006. Ana Marcela disputou apenas o revezamento 4×200 livre pelo Brasi, para no dia seguinte, embarcar para a Itália onde participou do seu primeiro Mundial Absoluto de Águas Abertas.

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Viviane Eichelberger Jungblut é cria do Grêmio Náutico União. No dia 29 de junho, completa 18 anos, e nas categorias inferiores se destacava nas provas de crawl e costas. No infantil, os primeiros resultados a nível nacional vieram nas provas de medley.

O primeiro pódio em campeonatos brasileiros veio no Ruben Dinard de 2009 quando foi vice campeã nacional nos 400 medley com 5:20:54. No mesmo ano, repetiria a prata nos 400 medley no Mauricio Bekenn, o Brasileiro de Verão, com 5:19:50.

Sempre presente nos pódios, a primeira medalha nos 800 livre, a prova que lhe deu a vaga de Nanjing, veio só em 2011 no Brasileiro Juvenil de Inverno em Fortaleza. Uma prata com 9:16:03. Na mesma competição, ela ainda ficou em segundo nos 400 livre e chegou a final dos 200 medley.

O primeiro título nacional foi comemorado em 2012. Foi em Recife, no Brasileiro Juvenil de Inverno na prova dos 400 livre com 4:25:57. No Brasileiro de Verão do mesmo ano, em Curitiba, Viviane voltou a ser campeã, agora nos 200 costas com 2:21:95.

O “campeonato dos sonhos” veio em 2013, o Brasileiro Júnior de Curitiba, onde ela venceu as provas de 400 livre (4:21:16) e 800 livre (9:00:71) ambas quebrando o recorde de campeonato e garantindo a vaga para a Seleção Brasileira no Mundial Júnior de Dubai.

Brasil no Sul-Americano de Águas Abertas 2013.

Brasil no Sul-Americano de Águas Abertas 2013.

Aliás, o ano de 2013 já teve este “trabalho duplo”. Ela esteve com a Seleção Brasileira no Sul-Americano Juvenil ganhando a prata na prova dos 7,5 quilômetros das águas abertas atrás apenas da também brasileira Carolina Bilich, e a Seleção do Mundial Júnior em Dubai.

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Lá, Viviane foi uma das mais eficientes no time feminino. Ficou em 10o. lugar nos 400 livre com 4:20:18, 14a colocada nos 800 livre com 8:55:81 e 22a colocada nos 200 costas com 2:18:84. Além de 100% nas marcas pessoais, ainda abriu o revezamento do Brasil, sexto colocado no 4×200 livre com 2:04:26.

Este ano, ganhou a vaga no time para o Mundial de Águas Abertas ao terminar em quarto lugar no geral da prova seletiva dos 7,5 quilômetros em São Bernardo do Campo, a primeira entre as nadadoras juniors com o tempo de 1:14:33:74.

Com a equipe do União na prova de Angra dos Reis 10K.

Com a equipe do União na prova de Angra dos Reis 10K.

No Maria Lenk, Viviane estreou em 2010. Ficou em 19o. lugar nos 400 medley. Este ano, em São Paulo, veio a primeira medalha. Ficou em terceiro na prova dos 800 livre com o tempo que lhe deu a vaga para Nanjing: 8:50:27. Ainda chegou as finais nas provas dos 400 livre e 200 costas.

Recepção ao time após o Maria Lenk 2014.

Recepção ao time após o Maria Lenk 2014.

Mais recentemente, no Brasileiro Júnior de Inverno no Rio, foi prata nos 400 livre e bronze nos 800, em competição onde o passaporte para os Jogos Olímpicos da Juventude foram carimbados.

Combinar os treinos de piscina e as competições de águas abertas em alto nível tem sido uma rotina para os nossas maiores fundistas, Ana Marcela e Poliana Okimoto. Até mesmo Carolina Bilich, outra que conseguiu excelentes resultados no ano passado na disputa do Sul-Americano Juvenil onde alcançou o feito inédito ao ser escolhida a atleta de maior destaque na natação e nas águas abertas.

A experiência e os resultados com Viviane Junglblut mostram uma excelente perspectiva para a nadadora e a natação brasileira. A conquista do “trabalho duplo”, mesmo que impossível de ser realizado este ano, deve ser valorizado e reconhecido. A perspectiva é a melhor possível.

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