A edição 2014 da Copa do Mundo da FINA ganha novo patrocinador, mas perde mais uma etapa. A entidade anunciou a entrada do banco russo MastBank como novo patrocinador oficial do evento e na divulgação do press release simplesmente cortou a etapa de Eindhoven na Holanda, uma das melhores do ano passado.

O anúncio do novo patrocinador substitui a Arena que vinha patrocinando o Circuito da Copa do Mundo há alguns anos, mas foi feito de forma para “camuflar” a retirada de Eindhoven do Circuito. Eindhoven só ficou um ano no Circuito da Copa do Mundo substituindo Estocolmo na Suécia que realizou sua última competição em 2012.

Antes deste discreto anúncio da saída de Eindhoven, Berlim na Alemanha, reconhecidamente como a melhor etapa ad Copa do Mundo há anos já havia sido anunciada que ficaria de fora do circuito deste ano. Aliás, Berlim e Eindhoven fizeram as duas melhores etapas da Copa no ano passado com 10 recordes mundiais batidos em provas individuais. Eindhoven teve seis deles, Berlim quatro. Sem contar os revezamentos mistos criados na temporada passada e que ainda parecem “insossos”, Moscou, Singapura e Tóquio tiveram apenas um recorde mundial cada um nas etapas seguintes.

O sucesso de Eindhoven e Berlim se explica pela privilegiada localização além do fato de terem sido realizados logo após a disputa do Campeonato Mundial de Barcelona. Os organizadores das duas etapas facilitaram e beneficiaram os principais atletas internacionais oferecendo premiação extra em dinheiro além de passagens, hospedagem e alimentação para um bom número de estrelas.

Realizar a Copa do Mundo sem estrelas não funciona. Agora, o Circuito de 2014 está reduzido a sete etapas, uma na Europa, Moscou, e seis na Ásia! A Copa do Mundo mesmo com os dois milhões de dólares de premiação oferecidos pela FINA na temporada passada continua não empolgando. Níveis de audiência, de participação de bons atletas e até mesmo interesse de mídia geral fazem do evento o pior entre os organizados pela FINA para a natação mundial.

Criada em 1989, a Copa do Mundo já passou por diversas fases, datas e modelos. Nunca se conseguiu encontrar um formato que atendesse a demanda e principalmente o interesse dos patrocinadores, público e o mais importante, dos atletas.

O desinteresse é tão grande que ainda se permite a participação de atletas sem qualquer expressão, nadadores que não fazem parte de seleções nacionais, simplesmente interessados em competir. Clubes brasileiros tem tirado proveito desta “flexibilidade” da FINA que comprova o baixo nível de interesse da competição aceitando qualquer tipo de participante.

Não é raro ver finais disputadas por seis, sete e as vezes até uma final inteira de nadadores do mesmo país em determinadas provas. Finais completas, com oito nadadores, em todas as provas, só mesmo nas etapas européias.

Este descompasso de organização e interesse afeta o evento. O circuito deste ano começa mais tarde, ao final do mês de agosto com as etapas do Oriente Médio em Doha no Catar e Dubai nos Emirados Árabes Unidos. Depois vem a etapa intermediária, chamada de Grupo Trans-Ásia reunindo Moscou na Rússia e Hong Kong. O circuito fecha com o grupo asiático pela ordem em Beijing, China, Tóquio no Japão e Singapura.

Paris na França e Austrália já haviam manifestado interesse em entrar no circuito da Copa do Mundo. Entretanto, ambos discordam do período que a FINA mantém em seu calendário, de agosto a novembro. A Copa do Mundo tem sido motivo de discussão há anos e a falta de flexibilidade da FINA e até mesmo a sua postura de não escutar treinadores e a comunidade aquática levou a este estágio.

Há alguns anos, o circuito chegou a ser cancelado para ser reavaliado e voltar com novo formato. Pouca coisa mudou e o cenário e principalmente a perspectiva para esta temporada é das piores possíveis.

Demorou para o Brasil reconhecer a falta de retorno em organizar o evento. A CBDA durante mais de uma década sediou a Copa no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. O evento inicialmente trouxe um impacto positivo na natação brasileira, mas foi perdendo efeito com a ausência de nadadores e seleções internacionais. Pelo elevado custo e a falta de retorno não restou outra alternativa a CBDA decidir cancelar a sua organização.

Ainda existem alguns defensores do formato e do evento. Normalmente, são os atletas que estão entre os maiores beneficiados na busca dos prêmios, afinal são quase dois milhões de dólares pagos no circuito passado. A tendência, infelizmente, mesmo com a premiação da temporada passada sendo oferecida novamente é de que o Circuito de 2014 seja o pior da história da Copa do Mundo.

Calendário oficial da Copa do Mundo 2014:
Doha, Catar 27 e 28 de agosto
Dubai, Emirados Árabes Unidos, 31 de agosto e 1o de setembro
Hong Kong 29 e 30 de setembro
Moscou, Rússia 4 e 5 de outubro
Beijing, China 24 e 25 de outubro
Tóquio, Japão 28 e 29 de outubro
Singapura, 1o e 2 de novembro

Confira como foi a Copa do Mundo de 2013, todos resultados, recordes e detalhes:
http://www.fina.org/H2O/docs/events/swc2013/results_book.pdf

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