A melhor nadadora da competição é a pernambucana Etiene Pires Medeiros, do SESI-SP, que no quarto dia de competição do Campeonato Brasileiro Absoluto -Troféu José Finkel – consegue seu quarto recorde sul-americano, terceira vitória e quatro índices para o Mundial de Doha. O dia ainda teve mais dois novos nomes na lista para Doha: Lucas Salatta (Unisanta), de volta à seleção brasileira depois de 5 anos, e Felipe Ferreira Lima (FIAT/Minas).

200 BORBOLETA

Leonardo de Deus

Leonardo de Deus

O que parecia seguro tornou-se um incentivo para o paulista Lucas Salatta, que buscou Leonardo de Deus (Corinthians/ABDEM) nos últimos 50 metros e conseguiu o índice para o Mundial de Doha: 1:53.75 contra 1:53.12 do primeiro título de Leonardo na competição. O maranhense Frederico de Castro consegue a 3ª medalha para o Botafogo na competição, chegando em 3º com 1:56.06.

LEONARDO: 25.98, 55.57 (29.59), 1:24.48 (29.91), 1:53.12 (28.64)
LUCAS: 26.48, 56.26 (29.78), 1:25.54 (29.28), 1:53.75 (28.21)

Lucas Salatta

Lucas Salatta

Notem como as estratégias de prova foram diferentes: Lucas tentou compensar no fim de prova a velocidade que Leonardo teve nos primeiros 50 metros. O tempo da final de Leonardo é apenas 1 centésimo mais lento que o tempo das eliminatórias, que foi a sua melhor marca pessoal. Interessante notar que consta no histórico de Leonardo 29 provas de 200m borboleta em sua carreira, e a maioria delas, 15, foram em Copas do Mundo. Já Salatta nadou para o melhor de sua vida e pela primeira vez desde 2010 consegue subir ao pódio – ele venceu o Torneio Open em 2010 com 1:55.24.  Já Frederico tinha tempo bem melhor, 1:54.03 desde 2010 e a marca de hoje é a mais próxima que conseguiu do seu melhor.

Uma final A rara nesta competição, com 8 atletas representando 7 equipes diferentes.

No feminino, literalmente e praticamente um caminhão de cimento e mais 10 pianos caíram em cima de Daiene Marçal Dias (Botafogo) que agora depende exclusivamente da decisão de Etiene Medeiros sobre sua participação no Mundial de Doha na prova dos 100m borboleta. Daiene passou muito forte, 1:00.77, mas pagou caríssimo pelo preço da atitude desesperada em alcançar o melhor resultado, indo bem até os 150 metros mas fechando com incríveis 38.38, terminando num modesto 5º lugar. Como ela e Daynara empataram nos 100m borboleta, o critério de desempate é o melhor índice técnico, e os 2:10.92 de Daiene não foram suficientes para bater os 24.83 de Daynara nos 50m livre de ontem.

Giovanna Diamante

Giovanna Diamante

Nadando lado a lado, Giovanna Diamante (SESI-SP) e Manuella Lyrio (FIAT/Minas) assumiram a liderança da prova a partir dos 160 metros e graças aos melhores parciais nos 100 e 150 metros de Giovanna, a paulista levou o seu primeiro título absoluto com 2:11.11, seguida de Manuella, que fez uma evolução incrível e vem tendo ótimos resultados na competição com 2:11.59 e completando o pódio a Yana Medeiros (Corinthians/ABDEM) com 2:12.46. Giovanna melhorou 2,5 segundos na prova desde maio, quando nadou pela última vez em piscina curta no ano.

100 PEITO

Felipe França

Felipe França

Assim como nos 50m livre, havia uma chance real de quebra de recorde mundial nas braçadas de Felipe França, mas acabou piorando um pouco sua marca das eliminatórias para 56.34. Mas nada de problemas: a técnica está vigorosa e eficiente, o que significa que a briga por medalhas no Mundial é muito real. Com 1008 pontos alcançados na tabela da CBDA com o tempo das eliminatórias, Felipe é por enquanto o melhor índice técnico geral da competição.

A segunda vaga da prova mais disputada da natação brasileira desde 2009 ficou com o matogrossense Felipe Lima, com 58.04, mas que também nadou melhor nas eliminatórias para 57.99. O capixaba João Luiz Gomes Junior (Pinheiros) completou o pódio com 58.36 e agora concentra-se para os 50m peito para continuar como integrante da seleção brasileira, situação que só não ocorreu para os Jogos Olímpicos de Londres.

Felipe Lima

Felipe Lima

E se não bastasse a ótima geração de peito que temos, lá vem outra por aí com atletas de 18-19 anos já na final A do Finkel: Pedro Cardona com 58.88, Felipe Monni com 59.47, ambos do Pinheiros, e João Vitor Thomaz com 59.82, do FIAT/Minas, todos fazendo suas melhores marcas pessoais.

Moniek Nijhuis

Moniek Nijhuis

A holandesa Moniek Nijhuis não deu mole pra ninguém e conseguiu sua primeira vitória na competição defendendo o FIAT/Minas, com 1:04.91, novo recorde de campeonato. Ana Carla Carvalho (Pinheiros) bateu a recordista sul-americana dos 200m, a argentina Julia Sebastian (Unisanta) por apenas um décimo com 1:07.14. É o melhor resultado de uma nadadora de peito desde quanto Tatiane Sakemi bateu o atual recorde sul-americano de 1:06.49. Já a holandesa, aliás, as holandesas vem fazendo bons resultados. Enquanto Frederike Heemskerk faz algumas de suas melhores marcas pessoais, Moniek fez a sua segunda marca pessoal na prova.

50 COSTAS

Guilherme Guido

Guilherme Guido

Dominante e sem surpresas: Guilherme Augusto Guido (Pinheiros) tem uma boa vantagem nas duas provas de costas e até disse estar aliviado de não ter pego o índice dos 50m para se concentrar nos 100m, única prova que irá nadar no Mundial de Doha. Com 23.46, Guido venceu com folga e novamente encabeçou a terceira trinca da competição – a segunda do Pinheiros – com Fábio Santi em 2o., 24.03, e Daniel Orzechowski em 3o. com 24.05. Mas os pontos que poderia alcançar superando o recorde de campeonato podem fazer falta na disputa com o Corinthians pelo vice-campeonato.

Etiene Medeiros

Etiene Medeiros

Etiene Medeiros foi a responsável pelo único recorde sul-americano do dia, por duas vezes, agora na final com 26.41. Etiene, a exemplo de Guido, está superior que os demais concorrentes, mas numa proporção bem maior que no masculino: ela conseguiu vencer com uma diferença de 1.56 segundo numa prova de 50 metros. A vice-campeã da prova foi Natalia de Luccas (Corinthians/ABDEM) com 27.97 e a 3a. colocada foi a argentina Andrea Berrino, da Unisanta, com 28.22.

Etiene não está com as mãos no troféu de melhor índice técnico que ainda é de Frederike Heemskerk pelo resultado nos 200m livre, mas com certeza está na briga pelo troféu eficiência, com nada menos que 275 pontos. Sim, a conta não está errada: são 3 recordes sul-americanos, mas um deles, nos 50m livre, a vencedora da prova foi Heemskerk que acabou levando os 70 pontos de bônus (vitória com recorde sul-americano somam 105 pontos).

800 LIVRE MASCULINO

Miguel Valente

Miguel Valente

O campeão do último Troféu Maria Lenk e atual número 1 do ranking nacional em piscina longa agora também é número 1 do ranking na curta, brasileiro e mundial! O mineiro Miguel Leite Valente já abandonou o status “revelação” e firma-se como um dos nomes para alavancar a sofrida natação de fundo brasileira. O tempo de 7:44.84 é novo recorde de campeonato e cutucou o recorde sul-americano de Armando Negreiros de 7:43.52. Outro nome da nova geração de fundo é Brandonn Almeida, que nadou de manhã, nas primeiras séries porque não tinha tempo de balizamento – não nadou nos últimos 12 meses a prova em piscina curta – assim como Lucas Kanieski, Marcos Ferrari. Brandonn marcou 7:49.94 enquanto que Lucas fez o 3o. melhor tempo cm 7:51.40.

É a segunda medalha de Miguel na competição, já que no primeiro dia, como ele mesmo afirmou, não começou bem com o 5o. lugar nos 1500m livre, com 15:07.75, e ele foi 3o. colocado com o revezamento 4x200m livre. Agora a esperança de uma vaga para o Mundial de Doha está nos 400m livre amanhã.

Confira os resultados completos: Troféu José Finkel – Resultado finais 4º dia

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