O Egito anunciou há dois dias a saída do Campeonato Mundial de Piscina Curta em Doha no próximo mês . A decisão tomada pelo Presidente da Federação de Natação daquele país, Yasser Idriss, é um protesto pela política do Catar em relação aos países árabes.

O protesto não é uma decisão isolada,  neste mês outras duas nações, Bahrein e Emirados Árabes Unidos, também anunciaram suas retiradas do Campeonato Mundial de Handebol que acontecerá no Catar em janeiro de 2015.

O Catar é acusado pelos seus parceiros do GCC – Gulf Council Cooperation de suportar grupos rebeldes, incrementando conflitos e a falta de segurança na região do Oriente Médio. Acusações específicas de ajuda aos movimentos da Irmandade Muçulmana no Egito,  aos rebeldes na Síria, e todos os protestos acontecidos no ano passado conhecidos como “Primavera Árabe”.

Em março deste ano, em virtude destes acontecimentos,  embaixadores do Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita deixaram o Catar retornando a seus países.

A FINA apenas lamentou a decisão da Federação Egípcia, embora atitutdes políticas não sejam aceitas pelo Comitê Olímpico Internacional e a carta olímpica. O ato pode gerar possíveis punições para os egípcios.

A política também esteve no Circuito da Copa do Mundo no ano passado. E foi nas etapas de Doha no Catar e Dubai nos Emirados Árabes Unidos onde nadadores da Seleção de Israel tiveram tratamento diferenciados.

Seus nomes não apareceram com as letras do país no placar eletrônico da competição e nas imagens de geração de TV eliminaram a bandeira de Israel na identificação do atleta. Em Doha, a bandeira de Israel foi hasteada junto de outros países participantes da competição na entrada do parque aquático, mas retirada no dia seguinte.

Na época, a FINA emitiiu uma nota oficial condenando os organizadores e indicando possíveis sanções caso se repetisse.

A região tem sido marcada por estes conflitos políticos e étnicos. Nos Jogos Olímpicos de Beijing em 2008 e no Mundial de Roma em 2009 um nadador do Irã deixou de competir por estar na mesma série de um adversário de Israel. Em ambas as ocasiões, o nadador apresentou um atestado médico afim de evitar possíveis punições.

Fontes indicam que foi uma orientação de dirigentes iranianos que não admitiriam uma possível derrota para um atleta israelense.

Na primeira edição dos Jogos Olímpicos da Juventude em 2010 em Singapura, o nadador do Kuwait Abdulah Al-Twaini depois de ganhar a medalha de bronze nos 50 costas foi desclassificado na final dos 100 costas. Nadador experiente, Al-Twaini cometeu um erro infantil na saída e as informações indicam que foi para fugir do confronto contra o israelense Yakov Toumarkin, primeiro colocado na semifinal e favorito para a final onde acabou como vice campeão.

Dirigentes dos dois países jamais pronunciaram sabendo que tal tipo de decisão com certeza geraria uma punição a seus atletas e federações.

Coisas como estas não eram para estar acontecendo, ainda mais no mês em que as Nações Unidas anunciaram uma resolução aprovada por consenso na 69a reunião da entidade em Nova York. O documento declara a independência e autonomia do esporte através do Comitê Olímpico Internacional na promoção e divulgação do esporte e Movimento Olímpico ao redor do planeta. Segundo o documento, o esporte compreende e promove educação, saúde, desenvolvimento e paz.

Resta saber se o protesto do Egito vai ser um ato isolado, afinal faltam 20 dias para o Campeonato Mundial de Piscina Curta em Doha, no Catar.

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