A notícia explodiu nesta segunda-feira. O nadador João Luiz Gomes Júnior do Pinheiros e da Seleção Brasileira teve resultado analítico adverso em sua coleta de exame anti-doping no Campeonato Mundial de Piscina Curta em Doha, no Catar.

O resultado do exame apontou a presença de um diurético que teria sido consumido pelo atleta em forma de contaminação cruzada por um suplemento preparado em uma farmácia de manipulação. João Gomes Júnior e a CBDA já iniciaram o processo de defesa junto a FINA.

Por ser um teste anti-doping realizado em campeonato mundial, o Painel de Doping será feito na própria entidade. A defesa do nadador está sendo feita pelo advogado Marcelo Franklin da CBDA, o mesmo que acompanhou o caso dos nadadores César Cielo, Nicholas Santos, Henrique Barbosa e Vinicius Waked em 2011. Na época, a defesa foi baseada na versão de contaminação de cápsulas de cafeína produzidas em uma farmácia de manipulação em Santa Bárbara do Oeste.

Também foi fator decisivo na defesa dos brasileiros na época a presença do advogado americano Howard Jaccobs, considerado o maior especialista na área de defesa do doping mundial.

A diferença entre o caso de 2011 e de agora, é de que como o teste daquela época foi feito no Brasil, o Painel de Doping foi da CBDA que optou pela advertência aos nadadores. A FINA discordou da decisão da CBDA e levou o caso a Corte Suprema do Esporte. O caso foi julgado as vésperas do Mundial de Shanghai e a Corte Suprema deu ganho de causa a decisão da CBDA, apenas punindo o nadador Vinicius Waked com um ano de suspensão, por ter tido um caso anterior ao utilizar uma Novalgina em um Troféu Open.

Em Doha, João Gomes Júnior participou de cinco provas. Duas individuais e três revezamentos, nestes nadando apenas nas eliminatórias e que acabaram em três vitórias na final. Por ter nadado nas eliminatórias, João também recebeu as respectivas medalhas de ouro pelas conquistas.

Provas de João em Doha:
50 peito
26.59 nas eliminatórias, 26.25 na semifinal, 26.39 na final terminando em 8o lugar
100 peito
59.05 terminando em 23o lugar
4×50 medley
parcial de peito 26.29, Brasil classificou em 4o lugar com 1:33.48
4×50 medley misto
parcial de peito 26.34, Brasil classificou em 5o lugar com 1:39.60
4×100 medley
parcial de peito 58.46, Brasil classificou em 7o lugar 3:26.52

Ainda não se sabe em qual prova João foi testado, o que se sabe é o resultado analítico adverso e com a presença de diurético.

Por ter sido em dezembro, o Código da WADA que será utilizado para o julgamento do nadador ainda é o código antigo. Pela nova regulamentação, as punições são mais rigorosas.

A punição máxima para um caso de doping no código antigo era de 2 anos, agora pode chegar a 4 anos. Entretanto, os casos de presença de diurético dificilmente entram na punição máxima. A média dos casos anteriores tem sido de seis meses.

Um dos aspectos da defesa de João Gomes é da utilização deste suplemento que teria sido preparado em uma farmácia de manipulação. O Brasil é o país com maior número de farmácias de manipulação do mundo, e largamente utilizadas por atletas de alta performance do esporte nacional.

Ainda não se sabe que tipo de punição o caso pode ter. Se a defesa for bem encaminhada, e com elementos concretos João poderia ser apenas advertido pelo caso e aí o Brasil manteria todas as medalhas de o título de campeão mundial. Caso o Painel de Doping venha a punir o nadador, por qualquer que seja a suspensão, o Brasil perderia o título conquistado em Doha.

3 respostas
  1. LucimarPenreado
    LucimarPenreado says:

    Lamentável .Atleta de um grande clube usar “medicamentos” manipulados.Olimpíada as portas do país. Brasil reincidentes em manipulação .Até quando?

  2. sergio benatti
    sergio benatti says:

    Quem é esse “amigo” que sugere a ele suplementação? Ele não ganha Bolsa Atleta (dinheiro público, frisa-se)para pagar um nutricionista? O treinamento lá em Vitória não inclui parte nutricional?

    Não podemos passar a mão na cabeça. Vamos realizar uma Olimpíada e é hora de cortar na carne. Por mais que doa a todos.

  3. Rodrigo G
    Rodrigo G says:

    Independente de qual seria a punição, será que há alguma chance do Brasil não perder as medalhas? Acho difícil…

    Outra dúvida, essa inclusive sobre o caso de 2011: se os atletas não tiveram culpa pela contaminação, não caberia ai um processo de Danos Morais (que estaria praticamente ganho) contra a farmácia? Que fim levou essa história e será que o João, independente da punição, vai pra cima da farmácia? Até mesmo a CBDA que é parte lesada!!?

    Tudo muito confuso, Coach! E muito chato ver um erro ser recorrente mesmo depois de tudo que foi dito em 2011 a respeito da utilização de suplementos, principalmente os manipulados…

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