A decisão não foi anunciada, na verdade ainda estamos na fase de discussão. Porém, tudo leva a crer, o final será este.

USA Swimming e Michael Phelps vão derrubar o “acordo mútuo” que retirou o nadador da equipe que vai ao Mundial de Kazan. Phelps entrou nesta controvérsia ao ser pego dirigindo em alta velocidade, e de forma descontrolada, num túnel na cidade de Maryland,  madrugada de 30 de setembro. O nadador saía de mais uma noite de pôquer no cassino da cidade, e estava embriagado.

O caso tomou proproções de grande dimensão no esporte e na mídia americana. O pedido de desculpas veio pelo Twitter, combinado com o anúncio da sua entrada num centro de reabilitação, onde todo mundo pensa que o problema foi o álcool, mas na verdade é adição ao jogo.

Phelps foi julgado pela justiça e além de ter sua carteira de habilitação retida ficará 18 meses em liberdade condicional. Ele, por iniciativa própria, ingressou no grupo de Álcoolatras Anônimos, e segundo informações, segue atendendo regularmente as reuniões semanais.

A USA Swimming fez a sua parte. Suspendeu o nadador por seis meses, até o dia 6 de abril. A decisão que foi feita em comum acordo, e agora está sendo discutida, é a sua retirada da Seleção Americana para o Mundial.

Desde o episódio, Phelps é outro. Como atleta, não tendo perdido um só treino, treinando de domingo a domingo e já mostrando grande forma. No lado pessoal, Phelps está mais família, anunciou o noivado, e não esconde que o caso todo foi um “wake up call” para a sua carreira.

Na semana passada, a ESPN americana revelou que as conversas já foram iniciadas. A decisão para o re-ingresso de Phelps na equipe do Mundial depende do Head Coach, Frank Busch, e da diretoria executiva da USA Swimming.

Phelps estava escalado para nadar os 100 borboleta e os 200 medley no Mundial. Para os 100 borboleta, a equipe ganhou um nadador, Tim Phillips, convocado para a sua primeira seleção nacional absoluta. E os 200 medley, Tyler Clary que já estava na equipe será o substituto. Clary já anunciou que abre mão da vaga sem problema. Phillips é mais complicado.

A volta de Phelps está confirmada. Será no Arena Pro Swim Series na segunda semana de abril em Mesa no Arizona, mesmo local que ele voltou a nadar no ano passado depois de estar fora da natação desde os Jogos de Londres em 2012.

A volta de Phelps ao time de Kazan ainda depende destes acertos. A USA Swimming que evitar a má publicidade com relação ao caso e estuda a melhor forma de fazê-lo.

Phelps está suspenso. Na teoria, não poderia estar treinando com um técnico que faz parte da Seleção Americana. Não poderia ter acesso a borda da piscina como apareceu no Arena Pro Swim Series em Austin no Texas em janeiro, local reservado apenas a atletas e treinadores. Não poderia estar treinando no Centro Olímpico Americano de Colorado Springs coisa que fez nas últimas três semanas.

E muito menos poderia estar participando de uma competição oficial. Mesmo que seja “em observação”, ali estavam árbitros da USA Swimming e num local que recebia um evento nacional.

A vista grossa feita pelos dirigentes americanos mostra claramente que a suspensão de Phelps foi muito mais política do que administrativa. Ele simplesmente não foi “um bom menino” e por conta disso sofreu a punição pública.

Phelps é ídolo, é modelo, ou pelo menos deveria ser. Ele sabe disso, seus agentes sabem, e a USA Swimming quer que assim seja. Ele não deixou de ser reconhecido como o melhor nadador americano da temporada passada. Foi premiado em novembro no Golden Goggle Awards.

Na cerimônia, onde nem ele, nem Bowman estavam presentes, o preparador físico do North Baltimore Aquatic Club recebeu o prêmio em seu nome e anunciou que ele já estava de volta aos treinos. A suspensão da USA Swimming veio depois do evento., as vésperas do julgamento pela justiça de Maryland.

O delito cometido por Phelps é grave. Fica pior ainda por ter sido reincidente, mesmo que 10 anos depois de ter feito o mesmo, parece não ter aprendido. Entretanto, sua punição deve ser na área civil e criminal. Na esfera esportiva, Phelps segue o que sempre foi, o maior nadador de todos os tempos.

Embora a USA Swimming tenha “tentado” em punir o nadador, na prática isso não afetou o seu programa. Agora, a entidade está em busca de encontrar a melhor maneira de anunciar o que a comunidade aquática anseia em poder ver em Kazan.

Assim como a punição foi algo produzido, a sua volta,  está sendo maquiada.

Por Alex Pussieldi, editor chefe da Best Swimming Inc.

2 respostas
  1. Alexandre Madsen
    Alexandre Madsen says:

    Coach, Confirmada a volta de Phelps, seria ele capaz de derrotar Ryan Lochte, Thiago Pereira e Kosuke Hagino nos 200 medley, já no Mundial de Kazan??? Ou seja, ele está preparado para voltar a ser o número 1 na sua prova preferida??? Ou apenas para voltar a competir??? Ficam as perguntas…

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