O show é de Brandonn Almeida num dia corintiano

O Minas assumiu a liderança do Troféu Maria Lenk 2015, mas o Corinthians foi o dono da festa na segunda etapa da competição na piscina do Fluminense. Os corintianos venceram todas as provas masculinas do dia, fizeram ouro, prata e bronze nos 200 peito, Arthur Mendes chegou ao primeiro título de Maria Lenk e sua primeira seleção absoluta e Brandonn Almeida fechou com o título dos 1500 livre e novo recorde brasileiro da prova.

Veja como foi o segundo dia da competição prova a prova:

200 peito masculino –

Para começar o dia corintiano, nada melhor do que uma “tripadinha”. Vitória de Thiago Simon, prata para Andreas Mickosz e bronze para Felipe França.
Thiago venceu com 2:11.79, Andreas em segundo com 2:11.92 e França em terceiro com 2:12.05. Uma prova com três nadadores que treinam juntos e que subiram ao pódio da competição mais importante do país com apenas 26 centésimos de diferença do primeiro para o terceiro colocado.

Conferindo os parciais:
Thiago 29.76, 1:03.45, 1:37.63, 2:11.79
Andreas 30.31, 1:03.51, 1:37.40, 2:11.92
Felipe 29.65, 1:03.34, 1:138.12, 2:12.05
Foi a primeira vez que Andreas Mickosz ganhou uma medalha em campeonato brasileiro absoluto e quebrando os 2:12 também pela primeira vez.

História da prova:
Thiago Simon é bi campeão da prova, no ano passado venceu com 2:11.99. Henrique Barbosa que terminou em quarto lugar com 2:12.21 ficou de fora do pódio depois de 12 anos consecutivos nesta prova. Em 12 anos de 200 peito no Maria Lenk para Henrique Barbosa, foram 2 medalhas de ouro, 6 de prata e 4 de bronze.
O maior vencedor consecutivo dos 200 peito no Maria Lenk foi Marcelo Tomazini que venceu de 1998 a 2003, seis anos seguidos.

200 peito feminino –

Quarta vitória consecutiva da argentina Julia Sebastian do Unisanta. Venceu com 2:28.38, a 13 centésimos do seu recorde nacional. Outra argentina, Macarena Ceballos, esta nadando pelo Minas, chegou em segundo com 2:29.95 e Pamela Souza Alencar do Corinthians em terceiro com 2:30.31.
Pamela estava na frente de Julia até os primeiros 100 metros, mas no segundo parcial não conseguiu segurar o ritmo da argentina.
O melhor de Pamela é 2:30.13 do Maria Lenk de 2013. No ano passado, fez 2:30.34, e agora 2:30.31.

História da prova:
Julia Sebastian é a primeira tetra campeã consecutiva da prova. Venceu em 2012 com 2:32.81, em 2013 com 2:31.79 , em 2014 com 2:28.53, e agora 2:28.38. Como em 2011 a vitória da americana Rebecca Soni nadando pelo Minas, a última vez que uma nadadora brasileira venceu os 200 peito no Maria Lenk foi Michelle Schmidt do Corinthians com 2:37.32 em 2010.
Falando em Rebecca Soni, a vitória dela em 2011 foi a maior diferença entre a primeira e segunda colocada da história. Ela venceu com 2:26.83 e Thammy Ventorin chegou em segundo com 2:35.38, quase nove segundos.

100 borboleta masculino –

Arthur Mendes Filho teve uma temporada não muito satisfatória no NCAA deste ano. Treinou bem, mas não rendeu o esperado. Veio para o Maria Lenk até desacreditado, nadou sem compromisso e fez o melhor resultado da sua vida. Foi o melhor das eliminatórias com 52.35, um centésimo abaixo do índice para o Mundial de Kazan e voltou a baixar na final, 52.33 assegurando sua vaga na Seleção Brasileira junto de Thiago Pereira e os 52.27 que ele fez no Open no final do ano passado.
Na prova, Arthur passou 24.34, bem atrás de Glauber Silva 23.92, Nicholas Santos 23.96 e Marco Macedo 23.98. Sendo que na volta, Arthur conseguiu segurar e mandou o melhor tempo da sua vida pela segunda vez no dia. O melhor de Arthur ainda era os 52.70 feitos na briga pela vaga olímpica em 2012 quando ainda treinava com o pai no Espírito Santo.
Primeiro título de Maria Lenk e primeira vaga para a Seleção Brasileira Principal do Brasil. Por sinal, seleções, pois estará tanto no Pan como no Mundial de Kazan.
Arthur campeão, Henrique Martins vice. O nadador do Minas fez uma prova parecida com a de Arthur, passou com 24.42 e fechando com 52.53 chegou na segunda colocação. Thiago Pereira do Minas chegou em terceiro com 52.57 depois de um parcial bem tranquilo de 24.93.

História da prova:
Arthur Mendes era medalhista do Maria Lenk nos 100 borboleta a dois anos. Chegou a sua terceira medalha, agora tem uma de cada cor. O ouro de hoje com 52.33, a prata de 2013 com 53.14 e o bronze do ano passado com 52.94.
Thiago Pereira terminou com o bronze depois de dois anos consecutivos de vitória, 52.37 em 2014 e 53.11 em 2013.
Na era pós-trajes é a primeira vez que tivemos três nadadores abaixo dos 53 segundos no pódio. Antes, isso só havia acontecido em 2009 quando Gabriel Mangabeira venceu com 51.21, Fred Veloso foi prata com 52.22 e Fernando Silva o bronze com 52.26.

100 borboleta feminino –

Etiene Medeiros fez o melhor tempo das eliminatórias com 58.52, abaixo do índice para Kazan, mas abriu mão de disputar a final. A vitória foi de Daynara de Paula do SESI-SP, de ponta a ponta, passando com 28.19 e vencendo com 58.82.
Ainda tivemos mais uma abaixo do minuto, Bruna Rocha do Corinthians, vice campeão com 59.80. Ela já havia feito 59 pela manhã, a sua melhor marca pessoal 59.75 superando os 59.86 do Open no final do ano. Bruna, nunca havia nadado abaixo do minuto, e nas quatro últimas provas em campeonatos nacionais fez quatro vezes 59.
Daiene Dias, agora no Minas, chegou em terceiro, desta vez, não nadou bem. Fez 1:00.29, pior até que os 59.31 feitos na eliminatória. Daiene e Daynara vão para o Mundial com as marcas feitas no Open no final do ano passado. Daynara com 58.36 e Daiene com 58.49.

História da prova:
Segunda vez que Daynara de Paula se sagra campeã dos 100 borboleta no Maria Lenk. A primeira foi em 2011 com 58.78. Nos últimos três anos, três vitórias das gringas. Bruna Rocha, prata de hoje, nunca havia subido ao pódio dos 100 borboleta no Maria Lenk.
Daynara é medalhista do Maria Lenk nos 100 borboleta desde 2006. São duas vitórias, seis medalhas de prata e duas de bronze.

1500 livre masculino –

Para fechar o dia corintiano, três vitórias nas três provas masculinas, Brandonn Almeida deu o seu show. Fez uma prova perfeita, em parciais crescentes para um expressivo 15:12.20, dez segundos abaixo do seu melhor, dois segundos acima do recorde sul-americano, novo recorde brasileiro e 11o tempo do mundo em 2015.

O recorde brasileiro era de Luis Rogério Arapiraca desde 3 de maio de 2011 com 15:12.69, a nova marca 15:12.20.

Ele já tinha o índice para Singapura que era 15:33.16, agora passou o de Kazan 15:13.98. Sua melhor marca pessoal era 15:22.46 do Julio de Lamare do ano passado.
Nos parciais da prova, 5:05.65 nos primeiros 500 metros, 5:04.55 para os segundos 500 metros e fechando com 5:04.23 para os últimos 500 metros. Seu último parcial de 100 metros, 57.77!

Veja os parciais de Brandonn:
59.35, 2:00.98, 3:01.63, 4:04.35, 5:05.65, 6:06.76, 7:07.66, 8:08.46, 9:09.27, 10:10.20, 11:11.40, 12:12.57, 13:13.55, 14:14.43 e 15:12.20.

Na prova, Miguel Leite Valente do Minas tinha o domínio e liderança da prova até a altura dos 1200 metros. Foi quando Brandonn assumiu a ponta e Miguel foi caindo perdendo o segundo lugar para o companheiro de clube Lucas Kanieski.

Kanieski terminou em segundo com 15:14.18 e Miguel Leite em terceiro com 15:22.84. A marca de Kanieski ficou a dois décimos do índice para Kazan, mas foi o seu melhor tempo batendo os 15:16.53 que mantinha desde 2009.

História da prova:
Luiz Lima é o maior vencedor da história dos 1500 livre no Maria Lenk/Troféu Brasil. Além dos 12 títulos conquistados, ele acumulou 10 anos consecutivos de 1995 a 2002. Bruno Bonfim lhe bateu em 2003, e Luiz Lima voltou a vencer em 2004 e 2005.
Brandonn Almeida nunca havia subido ao pódio nesta prova e é o seu primeiro título de Maria Lenk.
Luis Rogério Arapiraca do Unisanta terminou em sexto lugar com 15:31.34. Esta foi a primeira vez desde 2004 que ele fica de fora do pódio desta prova no Maria Lenk. Nestes 11 anos, cinco medalhas de ouro, três de prata e três de bronze.

Classificação parcial ao final do segundo dia:
1o Minas Tênis Clube 619 pontos
2o Corinthians 555 pontos
3o Pinheiros 543 pontos
4o Unisanta 345 pontos
5o SESI-SP 284 pontos
6o Grêmio Náutico União 206 pontos
7o Fluminense 123 pontos
8o Clube Curitibano 68 pontos
9o Flamengo 21 pontos
10o Marina Barra e Iate Clube de Brasília 20 pontos