Neste sábado pela manhã, na disputa do Campeonato Paulista Júnior e Senior de Inverno em Santos, Larissa Oliveira e Manuella Lyrio fizeram algo que jamais havia acontecido na história da natação feminina do Brasil.

As duas conseguiram quebrar a barreira dos dois minutos “em temporada”, ou seja, nadar para 1:59 sem estar descansadas e polidas. Larissa venceu a prova com 1:59.23, Manuella ficou em segundo com 1:59.81. As duas foram o grande nome do Maria Lenk na prova que abriu a competição respectivamente com 1:58.53 e 1:58.74. Além de novo recorde sul-americano, foi a primeira vez que tivemos alguém em nosso continente nadando abaixo dos 1:59.

Para comprovar que o feito não foi um fato isolado, no dia seguinte, as duas juntas com Joanna Maranhão e Gabriele Roncatto fizeram o revezamento do Pinheiros no 4×200 metros nado livre quebrar o recorde de revezamento mais antigo da natação sul-americana. Caiu o histórico 8:05.29, sétimo lugar dos Jogos Olímpicos de 2004 no feito sempre lembrado como “as meninas de Atenas”. A nova marca é de 8:03.22, e todo mundo sabe que vai cair novamente, tanto em Toronto, nos Jogos Pan Americanos, como no Mundial de Kazan.

A sequência de bons resultados na prova dos 200 livre feminino não é restrita a natação absoluta. Não é a toa que todos os recordes de campeonato dos 200 livre feminino foram quebrados nos certames nacionais Infantil e Juvenil deste ano.

No juvenil, Rafaela Raurich do Curitibano quebrou o Juvenil I com 2:02.07 enquanto Maria Paula Heitmann do Minas quebrava o Juvenil II com 2:01.20. Na quinta-feira passada, foram as infantis que fizeram a festa. No Brasileiro em andamento em Belém, Sofia Rondel do São José levou o recorde do Infantil I com 2:08.16 e na prova seguinte foi a vez de Maria Eduarda Sumida do Pinheiros quebrar o Infantil II com 2:05.81.

É preciso destacar que o entusiasmo se justifica, mas ainda temos um longo caminho a percorrer. Para a natação absoluta mundial, a oitava posição do ranking mundial deste ano indica um forte 1:56.68. Para entrar na final dos 200 livre feminino do Mundial de Barcelona em 2013 foi necessário 1:56.76. Para a final olímpica de Londres 2012 eram 1:57.57. Ou seja, ainda estamos distantes, e o pior, a tendência de melhora é global.

Até mesmo nossas nadadoras júniors vão ter de penar por bons resultados no Mundial de Singapura nesta prova. Um bronze nos 200 livre do último Mundial Júnior em Dubai 2013 foi 1:59.69.

Nosso revezamento 4×200 livre júnior é muito bom, com certeza vai ter resultado bem melhor do que a equipe brasileira que ficou em sexto lugar em Dubai 2013 com 8:16.58. Mesmo com toda melhora, ainda precisamos baixar ainda mais. Um bronze no último Mundial foi alcançado com 8:05.45.

A conclusão é simples. O momento é bom e a perspectiva é boa, mas ainda temos muito para buscar.

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